terça-feira, 17 de maio de 2011

Villas-Boas, auto-retrato: «Não sou um ditador»

Técnico fala sobre as suas características e as razões de sucesso. Helton e Moutinho ajudam na análise


Como é que André Villas-Boas analisa o seu próprio sucesso? Como é que se define enquanto treinador e líder? Como é que olha para o futebol? Tudo isto foi questionado na conferência de imprensa desta terça-feira. Aqui fica a resposta do técnico do F.C. Porto. 

«Primeiro terão de ser os jogadores a dizer o que vêem no líder. Não olho para o futebol apenas como táctica, mas sim como espaço de aproveitamento das capacidades dos jogadores. O jogo tem mais a ver com impactos emocionais, embora seja importante treinar bem, claro. Defendo até à morte a liberdade individual. Não sou um ditador de comportamentos», referiu o treinador que levou o Porto ao título nacional.

Ao lado de Villas-Boas no diálogo com os jornalistas estavam Helton e João Moutinho. Também eles explicaram quem é André Villas-Boas e como os conduziu ao triunfo. Primeiro, o guarda-redes. «Numa palavra? Amigo. É essa a razão do sucesso dele, sem dúvida. Foi um dos melhores com quem já treinei. Sabe dar liberdade dentro da táctica que nos impõe.»

João Moutinho foi mais evasivo. «Todos nós temos algum mérito nesta época. O treinador, a equipa técnica, os jogadores, os roupeiros, todos. Toda a organização do F.C. Porto é muito boa.» 


Villas-Boas: Mourinho, Hulk e um jornalista atrapalhado

Comunicação social estrangeira insiste na ligação entre o técnico do F.C. Porto e o «Special One»

André Villas-Boas e José Mourinho, José Mourinho e André Villas-Boas. A comunicação social de outros países insiste na proximidade entre as duas personagens. Uma proximidade que, como se sabe, não existe actualmente. De qualquer forma, sempre cordial e paciente, o treinador do F.C. Porto voltou a abordar o período em que trabalhou sob as ordens do Special One. Sem grandes pormenores.


«Estive sete anos com o José. Trabalhámos em clubes de top, com pessoas de top, e atingimos o sucesso. Compreendi o meu papel desde o início e exerci-o com o maior profissionalismo», referiu o técnico, na conferência de imprensa realizada no Dublin Arena.


«Afastei-me porque senti ser necessário algo mais para atingir a minha satisfação profissional. Por isso fui para a Académica», disse Villas-Boas, que fez questão de rejeitar qualquer semelhança entre o F.C. Porto 2010/11 e o que venceu a Taça UEFA em 2003.


«São equipas, jogadores e treinadores diferentes. Em 2003 o Porto estava há muito sem ganhar na Europa. A vez anterior tinha sucedido em 1987. Foi um impulso impressionante para o clube chegar onde está hoje. Construímos uma história importante no Velho Continente.»


«Próximo ano? Quartos-de-final da Liga dos Campeões»


Do Brasil, da Finlândia, de Inglaterra e, imagine-se, até do Sudão. Perguntas dos quatro cantos do mundo para Villas-Boas. Do Japão veio um momento curioso. Um jornalista nipónico, num português bem intencionado, questionou Villas-Boas sobre a evolução de Hulk nos últimos anos. O assessor de imprensa da UEFA interrompeu-o a meio, pedindo-lhe que falasse em inglês ou... português.


Perante gargalhadas e explicações do atrapalhado jornalista, Villas-Boas lá respondeu. «O Hulk foi muito cedo para o Japão e deve ter tido algumas dificuldades. Normais numa mudança tão radical. Na Europa encontrou mais compatriotas. Passou algumas dificuldades no primeiro ano, mas integrou-se bem. Ele foi descobrindo o seu próprio talento e tem todo o mérito por isso.»

in "maisfutebol.iol.pt"



João Moutinho: «Quero dar mais um título ao F.C. Porto»

Médio dos dragões acredita «num grande espectáculo» em Dublin e quer esquecer a final de 2005



Em 2005 o Sporting falhou em Alvalade na final da Taça UEFA. João Moutinho quer atirar essa memória negra para bem longe e «dar mais um título ao F.C. Porto» com a conquista da Liga Europa em Dublin. 

«Espero que seja desta. Trabalhámos para isso toda a época. Já falei com alguns dos meus ex-colegas e fiz uma pequena aposta de amigos com o Miguel Garcia. São Situações diferentes. Com o Sporting não consegui vencer, mas quero dar mais um título ao F.C. Porto e ao futebol português.»

Para o médio azul e branco, a final «pode ser um grande espectáculo», e não um jogo espartilhado tacticamente. «Estamos a falar de duas equipas motivadas e que fizeram uma grande campanha europeia.» 

A declaração final foi para Helton, que estava ao seu lado na conferência de imprensa desta terça-feira. «É um sinónimo de segurança. Todos têm visto o apoio que nos dá a partir de trás. É essencial.» 


in "maisfutebol.iol.pt"

Helton: «Saudades do Brasil, do Vasco e dos adeptos»

Capitão do F.C. Porto está há nove anos em Portugal e diz que sente falta de estar em casa



Antes de partir para Dublin, Helton falou com o Globoesportes, confessou que está bem em Portugal, mas que começam a apertar as saudades de casa. «Gosto de me lembrar do país. Brasil é sempre Brasil», disse o capitão do F.C. Porto. «Sinto saudades do Vasco, do futebol brasileiro, das pessoas, de comidas.»

Entre as memórias que o deixam mais nostálgico, confessa, estão os adeptos do Vasco da Gama. «A torcida do Porto é maravilhosa, apoia, defende quando é preciso. Mas tenho saudades da torcida do Vasco, que enchia o estádio. Vejo jogos pela televisão e internet e dá-me um frio na barriga só de recordar.»

Ora por isso o guarda-redes diz que a solução para já é trazer um bocadinho do Brasil. «De vez em quando mato saudades do pagode. O Bom Gosto e o Revelação [bandas brasileiras] vieram cá, foi cem por cento. Queria poder acompanhar um show do Alexandre Pires e matar saudade do Jorge Aragão.»

«Tenho amigos aqui em Portugal, mas lembro-me muito dos brasileiros, das conversas que tínhamos, do tempo que a gente passava conversando e batendo papo. É uma sensação boa que nós temos quando nos lembramos deles», confessa Helton, ele que aos 32 anos não esconde estar em Portugal há nove épocas.


in "maisfutebol.iol.pt"

O desafio de Villas-Boas: «Eternizar Dublin»

Treinador do F.C. Porto anseia colocar a capital da Rep. Irlanda na rota do sucesso azul e branco



Foi em Agosto, precisamente há nove meses, que André Villas-Boas se propôs publicamente a vencer a Liga Europa. A missão está quase cumprida. Para o técnico, a equipa limitou-se a fazer a sua obrigação: «chegar o mais longe possível». Agora, tão perto do jogo de todas as decisões, assume estar «esperançado», mas recusa todo e qualquer tipo de favoritismo. Ainda assim, quer eternizar Dublin na história portista.

«Acreditamos na nossa competência. O Sp. Braga é um desafio aliciante. Deixou para trás equipas de grande reputação. É decisivo entrar com ambição e com o desejo de vitória. Vamos estar ao nosso máximo nível e confiantes», sublinhou treinador do F.C. Porto na conferência de imprensa de antevisão à final da Europa League.

«O favoritismo não interessa a ninguém. Estamos a falar de duas equipas com organizações diferentes e identidade forte. O Braga vem de um conjunto de vitórias alucinantes. É um clube em crescendo. O plantel e o próprio Domingos têm qualidade extrema. Não me interessa nada ser favorito.» 

A receita para o jogo não será diferente da aplicada ao longo de toda a época. André Villas-Boas não abdica, por um minuto que seja, da identidade que defende. Do lado do Sp. Braga, diz o técnico, também não haverá surpresas de monta. Por um motivo simples. «Foram estas identidades que nos trouxeram à final. Estamos confiantes na nossa organização.»

Esta é a segunda vez que Villas-Boas visita a Rep. Irlanda. A primeira teve lugar há uns anos, quando ainda trabalhava no Chelsea e veio observar a selecção irlandesa. «Está a ser uma grande experiência. Espero que Dublin fique na nossa memória por longos anos.» Nada melhor do que esta frase para lançar o encontro.


in "maisfutebol.iol.pt" 

Kostadinov torce por FC Porto e Braga

Emil Kostadinov está dividido no apoio, pois na final da UEFA Europa League o FC Porto enfrenta o Braga treinado por Domingos Paciência, ex-companheiro no ataque nos "dragões".


Emil Kostadinov disse que "ficará feliz independentemente de quem ganhar", na antevisão do antigo extremo do FC Porto ao confronto entre os "dragões" e uma equipa do Sp. Braga treinada pelo seu antigo companheiro no ataque portista, Domingos Paciência, na final de quarta-feira da UEFA Europa League.
O ex-jogador, de 43 anos, ganhou dois campeonatos e uma Taça de Portugal ao serviço do FC Porto, entre 1990 e 1994, e não consegue decidir quem apoiar no jogo decisivo na Dublin Arena. "Ficarei contente independentemente de quem ganhar", disse ao UEFA.com. "Ambas as equipas merecem o troféu. Estão na final e isso significa que são as melhores equipas do torneio. Nesta final não há favorito, apesar de, teoricamente, o FC Porto parecer mais forte.".
Kostadinov perdura na memória dos adeptos búlgaros pelo golo apontado à França, no último minuto, em 1993 e que garantiu o apuramento para o Campeonato do Mundo de 1994. Mas em Portugal é reconhecido como o parceiro do goleador outrora conhecido apenas como Domingos e a relação entre o director-desportivo do PFC CSKA Sofia e o treinador do Braga continua a ser tão boa como era dentro de campo.
"O Domingos é uma pessoa maravilhosa e passámos alguns grandes momentos juntos no FC Porto", recorda. "Continuamos a manter contacto. Estabelecemos uma excelente parceria atacante. Estou certo que também vai ser um grande treinador. Não fiquei surpreendido quando ele decidiu enveredar pela carreira de treinador. Não estou surpreendido por os treinadores portugueses estarem em alta; quando se é orientado por grandes técnicos como Artur Jorge e Bobby Robson, aprende-se muito."

Kostadinov encontrou-se com Paciência e Villas-Boas, antigo protegido de Robson, na antecâmara para a final e desejou-lhes boa sorte. "Conheci-o pela primeira vez em 2006, quando esteve em missão de prospecção em Sófia, ao serviço do Chelsea [FC] e, desde então, temos mantido contacto", disse a propósito do antigo adjunto de José Mourinho. "As coisas mudaram no FC Porto muito rapidamente. O André assumiu o cargo há menos de um ano e vejam como está agora. É uma equipa impressionante, com alguns grandes jogadores, como Falcao e Hulk."

No entanto, apesar de só uma equipa poder ganhar o troféu, Kostadinov sublinhou o facto de a presença de FC Porto e Braga em Dublin ser uma afirmação categórica do futebol português. "Portugal tem-se vindo a desenvolver muito bem a nível futebolístico", disse. "Trabalha muito bem ao nível da formação e continua a produzir grandes talentos. É por isso que não estou surpreendido pelo facto de as equipas lusas estarem tão bem nas competições europeias."
in "uefa.com"

Final de Dublin deixa Walsh nostálgico

O antigo avançado irlandês Mickey Walsh, que alinhou pelo FC Porto, está ansioso pelo confronto com o Braga, na final da UEFA Europa League: "Nunca pensei ver o Porto a disputar uma final europeia em Dublin".


Mickey Walsh, antigo avançado da República da Irlanda, considera ser uma espécie de amuleto para o FC Porto, um dos clubes que representou ao longo da carreira.
"Saí do FC Porto em 1986 e, no ano seguinte, eles foram campeões da Europa; não sei se isso teve alguma relação com a minha saída", afirmou Walsh ao UEFA.com, numa altura em que se prepara para visitar Dublin e ver o seu antigo emblema defrontar o Sp. Braga na final da UEFA Europa League.

"Não joguei pelo FC Porto no triunfo na Taça dos Campeões de 1987 [frente ao FC Bayern München], pois estava ao serviço de outro clube em Portugal [Salgueiros], mas assisti às outras finais. Estive em Gelsenkirchen quando eles bateram o Mónaco em 2004.”

"Também estava em Sevilha quando derrotaram o Celtic na final da Taça UEFA de 2003. Só falhei uma das finais, talvez a mais importante, o triunfo na Taça dos Campeões de 1987, mas espero ver o clube vencer mais uma final."
A final de quarta-feira da UEFA Europa League, na Dublin Arena, está a gerar enorme nostalgia em Walsh. O antigo atacante somou seis das 21 internacionalizações pela Irlanda em Lansdowne Road, no estádio que existia no local onde vai ser disputada a final. Foi também nesse recinto que Walsh atingiu o ponto alto da sua carreira internacional, ao marcar o único golo dos irlandeses no triunfo sobre a URSS na qualificação para o Campeonato do Mundo de 1984.
Actualmente com 56 anos, Walsh é agente de jogadores e vai regressar propositadamente à capital irlandesa para apoiar o FC Porto, o clube que representou entre 1980 e 1986: "Adorava vê-los ganhar." Os "dragões" continuam no seu coração, embora tenha boas relações com os dois treinadores que se vão encontrar na final.

"Vou apoiar o FC Porto sem qualquer dúvida", confessou Walsh. "Para o Braga é excelente estar aqui, disputar uma final europeia é uma enorme proeza para o clube. Tenho alguma simpatia por eles, pois o Domingos já estava no Porto quando eu lá jogava. Alinhava nos juniores quando eu me preparava para deixar o clube. Ele estava a começar a carreira e eu a terminá-la. É uma excelente pessoa e vai ser óptimo reencontrá-lo.”

"Também conheço pessoalmente o treinador do FC Porto, André Villas-Boas. O meu irmão Stephen trabalhou no Chelsea durante muitos anos, quando a equipa era treinada pelo José Mourinho. Ele conheceu muito bem Villas-Boas, que chegou a ficar algumas vezes em minha casa quando trabalhava no Chelsea, antes de iniciar a carreira de treinador.”
"Enviei-lhe uma mensagem escrita no fim-de-semana em que o FC Porto ganhou o campeonato. Eles fizeram uma época incrível e conquistaram o título a cinco jornadas do final sem qualquer derrota, e apenas três empates – um registo impressionante.”
"Tenho muitas ligações ao FC Porto. O presidente é ainda o mesmo dos meus tempos de jogador, Jorge Nuno Pinto da Costa. O clube tem o mesmo director para o futebol e penso que o responsável pelos equipamentos e o massagista também são os mesmos. Tentei sempre manter o contacto."
Walsh começou a carreira no Blackpool FC em 1973 estreou-se pela República da Irlanda em 1976, num encontro com a Noruega disputado em Dublin. O avançado nasceu na Inglaterra, mas o pai, Stephen, era natural do Condado de Mayo, pelo que teve oportunidade de representar a Irlanda ao abrigo da regra de paternidade. Walsh teve depois passagens frustrantes pelo Everton FC e pelo Queens Park Rangers FC, antes da surpreendente transferência para o FC Porto.
Ficou inicialmente com dúvidas se estaria à altura do desafio. "O estádio era fantástico. Pensei: 'têm a certeza que estão interessados em mim?’”, explicou. Não precisava de ter ficado preocupado, pois Walsh teve sucesso imediato. O ponto alto da carreira aconteceu quando saltou do banco de suplentes para defrontar a Juventus na final da Taça dos Vencedores das Taças de 1984, em Basileia, ganha pelos italianos por 2-1.
"Tenho excelentes recordações da campanha em 1984, que foi muito importante por ser a primeira final europeia do clube", recordou Walsh, cuja carreira terminou em Portugal ao serviço do Salgueiros e do Sporting de Espinho, tendo sido ainda alvo da curiosidade da comunicação social quando a mulher deu à luz quadrigémeos, naquele que terá sido o primeiro caso de quadrigémeos não idênticos resultantes de inseminação artificial.
"Estar noutra final e ainda por cima disputada na Irlanda, é muito especial para mim como antigo internacional por este país. Nunca pensei ver o FC Porto a disputar uma final europeia em Dublin. É nostálgico para mim, regressar a ‘casa’ para assistir a uma final da equipa onde vivi os melhores anos da minha carreira."
*Mickey Walsh faz parte de um reduzido grupo de jogadores da República da Irlanda que disputaram uma final da Taça UEFA:
Mickey Walsh (FC Porto), John Giles (Leeds United AFC), John Dempsey (Chelsea FC), Joe Kinnear, Chris Hughton, Tony Galvin (Tottenham Hotspur FC), Steve Heighway, Mark Lawrenson, Ronnie Whelan, Michael Robinson, Jim Beglin, Steve Finnan (Liverpool FC), David O'Leary, Eddie McGoldrick (Arsenal FC), Damien Duff (Fulham FC), Shay Brennan, Tony Dunne, Denis Irwin, John O'Shea (Manchester United FC), Kevin Sheedy (Everton FC).

in "uefa.com"

"Inesquecível, mas não irrepetível"

Há oito anos, André Villas-Boas viveu a euforia de Sevilha por dentro, mas num papel secundário. Aliás, o que fez ele exactamente? José Mourinho conta. Ou melhor, Mourinho deixou escrito no livro que serviu de rescaldo à conquista da UEFA. Salte-se já para a página 175: "O nosso autocarro já tinha partido há dois dias com todo o material necessário. Nele seguiam também os meus dois colaboradores, André Villas-Boas e Lima Pereira, carregados com computadores, projectores multimédia, ecrãs e principalmente com todas as mensagens de vídeo e power point onde iríamos sistematizar ao detalhe todos os movimentos defensivos e ofensivos do nosso inimigo." Foi a primeira de duas referências a Villas-Boas nesse capítulo. Com os holofotes apontados a Mourinho, coube-lhe, em 2003, o papel de técnico de som e imagem para ajudar a desmontar o Celtic. Aparentemente, um papel relevante na estratégia: "Para acentuar a obsessão pelo jogo, foi chegar e estudar. Os primeiros vídeos foram lançados. A exibição de uma compilação de outros jogos europeus do Celtic estava aí, a comparação entre a experimentação em campo, no treino, e a visualização das imagens, era a primeira lição. Os jogadores bebiam as minhas palavras como nunca e seguiam as imagens. Senti, nesse momento, que queriam jogar, que estavam prontos para os 'comer'."

A ideia de que tudo foi programado ao minuto prossegue no livro. Mourinho quis um hotel central para sentir as emoções e contrariar a "teoria de que o isolamento aumenta a concentração". Agora, na Irlanda, o FC Porto optou por um refúgio mais tranquilo, rodeado de praia e campos de golfe. Em 2003, Mourinho não abdicou de um passeio do grupo na véspera do jogo. Aliás, aparece aí a segunda referência directa a Villas-Boas. Página 177: "Ao longe, os contornos difusos do Estádio Olímpico, o palco do nosso sonho, começavam a ganhar forma. Foi um arrepio de emoção onde se cruzaram as palhaçadas do Silvino, a inocência do André Villas-Boas, o sarcasmo do Rui Faria, o fanatismo do doutor Puga, o silêncio do Aloísio e as risadas dos restantes."

Decisiva, diz Mourinho, foi a conferência de Imprensa, com uma mensagem estudada e ensaiada, porque o FC Porto aparecia como favorito. Tal como agora. "Sentia-me forte e decidido, também preparado, e ciente da mensagem que queria passar: confiança e determinação aliadas a uma intervenção psicológica no domínio da pressão que sobre nós colocavam os que nos consideravam favoritos. A nossa época estava ganha e tinha sido fantástica, independentemente de ganharmos ou não. Os meus jogadores são merecedores do meu orgulho." Essas ideias estavam sublinhadas a traço grosso para que os jogadores tirassem o peso dos ombros. "À noite, as minhas palavras foram consumidas na internet, a companheira de solidão dos estágios", escreveu Mourinho.

Oito anos depois, entre diferenças e semelhanças, e já com Villas-Boas no papel de protagonista, sobra para eventual memória futura a frase que remata o livro de José Mourinho depois da vitória. "Inesquecível! Mas que ninguém diga irrepetível!"

As regras de Mourinho na final de 2003

Hotel

Em Sevilha foi no centro da cidade, misturado até com adeptos do Celtic, para que os jogadores nunca se desligassem do ambiente. Em Gelsenkirchen, tal como em Dublin, a escolha já foi mais recatada, num hotel isolado.

Passeio

Não abdicou de passear pela zona central de Sevilha, escolhendo a Praça de Espanha. "Pudemos observar os directos das televisões escocesas e com eles os pedidos de entrevistas. Nem isso tínhamos para lhes dar", conta Mourinho, adepto, na altura, do "contacto com o exterior, sentir o pulso dos adeptos".

Comunicação

Seco e distante à chegada, sem declarações no aeroporto. Conferência de Imprensa estudada à palavra para reverter a seu favor a ideia de que o FC Porto era favorito. A chave da mensagem: dizer que a época já tinha sido fantástica, mesmo sem a vitória.

Estratégia

Adversário em vídeo e em animações de power point, de forma a confirmar por imagens todas as situações alertadas em treino. A compilação foi feita por Villas-Boas. O onze só foi comunicado à equipa na véspera do jogo. Jankauskas, que não seria titular, até se lesionou na véspera. "Disse a equipa e apresentei o plano de jogo, situação por situação, o que fazer, como reagir, como adaptar, como ganhar."

Mensagem

Aos jogadores tinha-lhes dito: "As finais fizeram-se para ganhar. E a mim próprio tinha confessado que não a poderia deixar fugir. Dormi, nessa noite, tranquilo. Chegou o grande dia e acordei feliz, tranquilo, confiante, com a frequência cardíaca estabilizada, ciente de poder transmitir aos jogadores a serenidade necessária." Na última reunião, foi breve no discurso que passou: "Só com controlo emocional se conseguem ganhar finais. Temos de ser iguais a nós próprios, sempre. Foi como equipa que aqui chegámos e é como equipa que temos de jogar. Vamos ter capacidade de superação e daqui a três horas tudo acabou, vamos buscar a taça e vamos para casa." E assim foi.

in "ojogo.pt"

Moutinho completa os 19 para Dublin

Alex Ferguson, treinador habituadíssimo a disputar e ganhar finais, confessou há tempos que a convocatória mais difícil que alguma vez fez foi a da última final da Liga dos Campeões por ter sido forçado a excluir determinado jogador da lista final. Na primeira discussão de um troféu europeu, André Villas-Boas, que se tem multiplicado em elogios à excelência do plantel do FC Porto, foi poupado à angústia assumida pelo líder do Manchester United, uma vez que as circunstâncias reduzem a lista para Dublin ao número de disponíveis: são 19, e entre eles contam-se os médios João Moutinho, recuperado do traumatismo que o obrigou a abandonar prematuramente o jogo com o Paços de Ferreira, falhando também o encerramento do campeonato, com o Marítimo, e Fernando, ausente desde a segunda mão da meia-final com o Villarreal.

Sem surpresa, o treinador portista fez regressar à lista dos convocados a dupla de jogadores-chave que poupara ao encontro com o Marítimo - o guardião e capitão Helton e o avançado Hulk. Quem se despediu do grupo restrito da última ronda do campeonato foi o júnior Christian Atsu, que não faz parte das opções para a Liga Europa.

De resto, o limite às inscrições imposto pela UEFA e as lesões, designadamente as da última etapa da caminha para a final, completaram a tarefa de André Villas-Boas na hora de definir os 19 para a final de Dublin: o guarda-redes Kieszek e o atacante Mariano não estão inscritos, tal como sucede com o lateral-esquerdo Emídio Rafael, que, além de não ser opção, ainda está condicionado pela rotina de recuperação da fractura do tornozelo esquerdo, no jogo com o Gil Vicente, para a Taça da Liga, em Janeiro. Confinados ao departamento médico continuam o lateral-direito Fucile e o extremo Rodríguez, em convalescença da fractura de uma clavícula e de uma rotura muscular, respectivamente. Somados todos os impedimentos, o que resta são 19 disponíveis. A exclusão que Alex Ferguson garante ser ingrata é um desafio para Villas-Boas que fica guardado para o dia da final, pois na ficha do jogo só há lugar para 18 nomes.

in "ojogo.pt"

«Sporting? Quando o Porto ligou, via-se alegria na cara de Villas-Boas»

A frase pertence a Luís Agostinho que assim explica como o Pinto da Costa ganhou a corrida pelo jovem treinador



André Villas-Boas é destaque desta vez na Reuters. A prestigiada agência de notícias inglesa traçou um longo perfil do treinador portista, sob o título «Villas-Boas pronto para emular Mourinho». No artigo é ainda escrito que o técnico do F.C. Porto se tornou «um dos mais brilhantes jovens treinadores.»

Curiosa também é a declaração de Luís Agostinho. O director-desportivo foi o homem responsável pela contratação de Villas-Boas para a Académica, quando este ainda era o observador de José Mourinho e não tinha praticamente nenhuma experiência de campo. A aposta rapidamente ficou ganha.

Depois vieram os grandes. Primeiro, já se sabe, o Sporting, mas quem ganhou a corrida foi mesmo o F.C. Porto. Luís Agostinho explica porquê. «Já tínhamos sido contactados pelo Sporting, mas quando o seu amado F.C. Porto apareceu, podia ver-se imediatamente a alegria na cara de Villas-Boas.»

Antes disso, o director-desportivo da Académica confessa que já tinha percebido o talento de Villas-Boas. «Era um risco, mas ele deixou as ideias dele bem claras logo na primeira reunião e tirou-nos todas as dúvidas. Em poucas semanas percebeu-se que ele estava destinado ao topo», adiantou Luís Agostinho.


in "maisfutebol.iol.pt" 

Helton: «Puxamos todos na mesma direcção»

Guarda-redes explica segredo do sucesso e diz que o F.C. Porto está pronto para a final da Dublin


Helton espera ganhar a Liga Europa em Dublin. O guarda-redes diz que o F.C. Porto está forte e está forte porque tem sentido de união. «Todos os jogadores trabalharam para isto», disse. «Temos uma equipa que luta pelos mesmos objectivos, com estamos habituados a dizer: puxamos todos na mesma direcção.» 

Ora por isso, e depois de uma temporada fantástica como esta, o capitão garante que está tudo pronto. «A preparação para a final vai ser a mesma: o pensamento, o trabalho, vai ser tudo igual. Não temos que melhorar ou parar de fazer algo só porque chegámos à final», referiu. «O objectivo é sempre o mesmo.»

O F.C. Porto apresenta números demolidores no ataque, com 17 golos marcados nos últimos quatro jogos, mas Helton diz que o sucesso começa na defesa. «Tenho de agradecer muito àqueles que jogam à minha frente. É importante saber que tenho quem me ajude a não sofrer golos. Têm sido fantásticos.»


in "maisfutebol.iol.pt" 

Pinto da Costa: “Chegámos à final sem batota nem golos com a mão”

Na partida desta segunda-feira para a final da Liga Europa em Dublin com a comitiva do FC Porto, o presidente portista mostrou-se optimista em conquistar mais um troféu, valorizando o facto de esta ser a quinta final europeia no seu mandato e, claro, não se esquecendo do seu rival de estimação: o Benfica.

“Há anos históricos do FC Porto. Estou feliz porque esta é a quinta final europeia nos meus mandatos e espero que não seja a última”, disse. Adiantando que espera fazer da final mais uma vitória. “As finais são para ganhar. Estou totalmente confiante, muito tranquilo, porque o FC Porto já ganhou em sítios muito difíceis e este é apenas mais um”, referiu.



Sobre a afirmação de os bracarenses serem um adversário mais difícil que o Benfica, o presidente dos portistas justificou-se. “Mantenho a afirmação que é mais difícil jogar com o Sp. Braga do que com o Benfica. Teoricamente é sempre mais difícil jogar com a equipa que passa do que contra a eliminada”, destacou.

E não resistiu em deixar (nova) bicada aos “encarnados”, lembrando a mão de Vata que eliminou o Marselha nas meias-finais na Luz e qualificou o Benfica para a final da Taça dos Campeões em 1990.

“Nós também chegámos à final sem precisar de batota e nem de golos com a mão”, afirmou.


in "publico.pt"

André Villas-Boas. O Panoramix da aldeia invencível

Nem Panoramix, o druida da aldeia invencível, desdenharia uma poção mágica tão duradoura como esta do FC Porto, em que nenhum jogador tem medo que o céu lhe desabe na cabeça. "Culpa" (entre aspas para dar um ar... "je ne sais quoi"; e tomem lá mais aspas mais um ponto e vírgula) de André Villas-Boas, o druida do Dragão.

Com tão só 33 anos, o treinador já entrou na história do futebol português como campeão invencível, com 27 vitórias e três empates (1-1 em Guimarães, 1-1 em Alvalade com o Sporting e 3-3 em casa com o P. Ferreira), imitando o feito de Jimmy Hagan pelo Benfica de 1972/73, e está a caminho de um inacreditável tetra, porque à conquista da Supertaça nacional em Agosto (2-0 ao Benfica) seguem-se as finais da Liga Europa, amanhã, com o Sp. Braga, e da Taça de Portugal, domingo, com o V. Guimarães. Um duplo vira minhoto.

Vamos, para já, falar só da decisão de amanhã, em Dublin. Villas-Boas tem 33 anos. Não é o treinador mais novo numa final europeia - esse recorde pertence ao inglês Bob Houghton, que só contava com 31 anos e 229 dias quando perdeu a final da Taça dos Campeões pelos suecos Malmö, frente aos seus compatriotas do Nottingham Forrest.

Com 33 anos e 213 dias, Villas-Boas nem sequer é o segundo treinador mais novo numa final, porque já lá está o nome do brasileiro Ricardo Gomes (32 anos e 151 dias), que perdeu a Taça das Taças pelo Paris SG, frente ao Barcelona de Baía, Couto e Figo em 1997.

Neste ranking de finalistas, Villas-Boas é o terceiro mais jovem, mas como ele (miúdo ou graúdo, whatever!) teima em fazer história, é bem capaz de abrir um novo capítulo na história das Eurotaças como o mais novo de sempre a levantar um troféu, ultrapassando Gianluca Vialli em questão de dias (33 anos e 308 dias), quando o italiano venceu a Taça das Taças pelo Chelsea, ao Estugarda, em 1998.

Favorito pela campanha invicta no campeonato e pela superioridade da sua equipa nos dois jogos desta época com os bracarenses (3-2 no Dragão, em Setembro de 2010, e 2-0 na Pedreira, em Fevereiro de 2011), Villas-Boas está a um passo de repetir a festa de sábado à noite, quando ganhou na Madeira (2-0 ao Marítimo) e fechou a 1.a divisão sem qualquer derrota.

Talvez por isso, embalada por esta força invencível do Panoramix do Dragão, a UEFA tenha cometido uma gafe durante a manhã de ontem, nos ensaios para a final, ao colocar a vitória portista por 3-2 frente ao... Benfica, no ecrã principal do estádio. Descobriu a gafe? Ou precisa da poção mágica?

Hoje, às 17h15, a conferência de imprensa de Villas-Boas na SportTV1


in "inoline.pt"

Sabor dos títulos já tem 34 anos

PC CONQUISTOU PRIMEIRO TROFÉU EM MAIO DE 1977


O dia de amanhã ficará para a história do futebol nacional como aquele em que FC Porto e Sp. Braga disputaram a primeira grande final internacional inteiramente portuguesa. Mas há um 18 de maio, já perdido na poeira do tempo, que marca de forma indelével o passado do nosso futebol e, mais concretamente, o do FC Porto. Há 34 anos, a 18 de maio de 1977, o Estádio das Antas encheu-se para a final da Taça de Portugal de 1976/77. De um lado estavam os dragões e do outro – ironia das ironias – o Sp. Braga. Este foi o primeiro troféu conquistado por Jorge Nuno Pinto da Costa no futebol do FC Porto, à altura ainda como chefe do departamento.
Depois de ter passado pelas secções de hóquei em patins e de boxe, entrou na principal modalidade do clube pela mão do antigo presidente Américo de Sá, em maio de 1976. Sem delongas, tratou de resgatar José Maria Pedroto, entretanto desviado pelo rival Boavista, e traçou como principal ambição a conquista do título de campeão nacional, que fugia ao clube há 18 anos consecutivos. Demorou mais uma época a cumprir o objetivo, mas, antes disso, daria início a uma longa saga de conquistas que poderá conhecer amanhã o seu 56.º troféu.
in "record.pt"

Dragões já estão em Dublin

NÃO HOUVE CONTACTO COM ADEPTOS NO AEROPORTO


A comitiva do FC Porto já está em Dublin, a capital da República da Irlanda, onde na quarta-feira os dragões irão defrontar o Sp. Braga na final da Liga Europa 2010/11.
No aeroporto, não houve nenhum contacto entre a delegação e alguns adeptos presentes no local. Na verdade, seguindo uma diretriz da UEFA, o grupo portista saiu do avião diretamente para um autocarro que estava na pista.
O Portmamock Hotel está localizado na zona norte de Dublin, junto à costa e numa área bastante tranquila. A segurança nos espaços da unidade hoteleira será apertada nos próximos dias, tudo em nome da tranquilidade da comitiva portista.
in "record.pt"