domingo, 13 de maio de 2012

Vitória gorda a permitir ultrapassar marca alvo

DRAGÕES COM MÉDIA DE 2,04 GOLOS POR JOGO EM 11/12



O FC Porto jogou em Vila do Conde já com o título de campeão nacional conquistado mas a partida com o Rio Ave, embora para cumprir calendário, não era propriamente um brincadeira e foi encarada com grande profissionalismo, como os comandados de Vítor Pereira provaram.

Um dos objetivos ainda em jogo para os dragões era a média de golos, pois, em caso de marcarem três à equipa de Carlos Brito, terminavam a época com um média de dois golos por jogo. Com os cinco, os campeões nacionais cumpriram o objetivo e encerram a temporada com 94 golos em 46 encontros e uma média de 2,04 por jogo.

in "record.pt"

Kléber: «Tive a cabeça no lugar»

RECORDA MOMENTOS DIFÍCEIS DA ÉPOCA


Kléber, avançado do FC Porto, assinou três golos no triunfo dos dragões frente ao Rio Ave (5-2), em encontro da derradeira jornada da Liga Zon Sagres. No final, mostrou toda a felicidade pela prestação dos dragões em Vila do Conde e fez um breve balanço da temporada, que nem sempre foi fácil.

"Fizemos uma grande partida. Mesmo com o título já garantido, nossa equipe não se acomodou e entrou para vencer mais uma vez. Fico muito feliz por voltar a marcar, a ser importante para a equipe e isso me traz muita confiança. Comecei muito bem, tive alguns momentos de altos e baixos, mas tive a cabeça no lugar, soube superar isso e voltei a fazer o que mais gosto, que são gols. Agora, entraremos de férias e voltarei para o Brasil mais tranquilo. Espero que, no retorno para a próxima temporada, possa fazer um ano ainda melhor, continuar evoluindo e aprendendo com todo mundo aqui no FC Porto", disse.

"Foi um ano de muito aprendizado para mim, pelas dificuldades que enfrentei e também por vestir a camisa de um dos maiores times do mundo. O Porto tem sido uma escola, recebi muito carinho de todos aqui dentro, fiz muitos amigos e, agora, vou descansar bastante para recarregar as baterias e voltar com tudo para a próxima temporada. Todos aqui querem ver o time voltar a ser protagonista na Champions League e espero que no ano que vem possamos fazer um bom papel, assim como no Campeonato Português, titulo que vamos defender", rematou.

in "record.pt"

Pinto da Costa: "Jesus é que está a segurar muita gente no Benfica..."


A continuidade de Vítor Pereira à frente do FC Porto é um dado adquirido - como, aliás, O JOGO já havia confirmado há dias -, depois de Pinto da Costa ter ontem posto um ponto final na especulação que se gerou em torno do assunto. "Deixem lá Vítor Pereira em paz, porque no FC Porto cumprem-se contratos", declarou à chegada da comitiva portista a Vila do Conde. "Aqui não é necessário fazer da permanência de um treinador um trunfo eleitoral", acrescentou logo de seguida. "Não temos necessidade de vir dizer que o treinador continua. No FC Porto, não há tabus. Há um treinador que tem contrato. Aqui, todos temos as nossas funções e a nossa obrigação é dar apoio aos treinadores. Ele já sabia que ia ficar há um ano, desde que assinou contrato por duas épocas", frisou ainda. "Esta notícia só surgiu para desviar as atenções. Aqui não é o treinador que segura a Direção. Notícia é dizer que alguém não continua, e um treinador com a categoria de Jesus é que está a segurar muita gente no Benfica. Mal do Benfica se Jesus lhe vira as costas", reforçou.
Apesar das constantes especulações em torno de vários jogadores do clube, Pinto da Costa não se mostrou muito preocupado. "Não faço ideia se o plantel será muito diferente, mas se formos atrás do que dizem os jornais, já nos venderam e compraram vários jogadores, por isso vai ser completamente diferente", ironizou, antes de desmentir qualquer abordagem: "Não temos nada com ninguém. Desde 1987, com Futre, que me habituei a ver sair jogadores importantes e o clube continuou. Hoje [ontem], com jogadores que normalmente não fazem parte das opções do treinador, a equipa exibiu-se com uma qualidade muito grande. Mas temos de estar sempre preparados para a saída de alguém, porque se nos baterem a cláusula e os jogadores quiserem ir, não poderemos fazer nada."
Hulk tem sido um dos mais apontados a vários emblemas. "Das duas, uma: um jogador sai, porque não está à altura de fazer parte daquilo que pretendemos ou porque tem outras possibilidades e sai para grandes clubes, mas isso acontece todos os anos. No ano passado penso que perdemos o melhor ponta de lança que conheço, que foi Falcao - só comparável a Jardel e Fernando Gomes -, e nem por isso deixamos de estar em festa", declarou.
De entre os momentos-chave desta época, o presidente concordou com Vítor Pereira, quando este elegeu a derrota de Coimbra (3-0): "Foi o sentir da equipa que algo estava mal e a partir daí procurou-se corrigir, retocar o plantel. Os jogadores tomaram consciência." Mais tarde, ainda veio Lucho para ajudar. "É um jogador de uma classe ímpar, tem uma postura importante dentro e fora do campo. Os adeptos perceberam que veio ganhar muito menos por gostar muito do FC Porto", frisou.

in "ojogo.pt"

Um pouco mais de azul


"Só um pouco mais de azul e de euforia porque amanhã é outro dia". Nem de propósito. Foi este o verso que apresentou o bicampeão nacional à Avenida dos Aliados para a terceira festa consecutiva pela conquista do título. Eram 22h25 quando o autocarro que transportava os jogadores e a equipa técnica conseguiu, finalmente, penetrar no imenso mar de gente - eram muitos milhares - que por uma hora esqueceu a crise e comemorou com os heróis de mais uma conquista. Rafa não jogou, nem sequer foi inscrito por causa de uma grave lesão, mas não foi esquecido e exibiu orgulhosamente uma bandeira de Portugal... A única.
Com o 26 nas costas, o número de campeonatos conquistados pelo clube, os jogadores exibiram o troféu para a multidão eufórica. Fumos, cânticos e muita cerveja a acompanhar. Para beber e molhar. Ninguém escapou ao banho perante o olhar feliz de Pinto da Costa, que acompanhou tudo desde a varanda... Não a da Câmara, que manteve as portas fechadas, mas a da sede do clube, mesmo ali ao lado.
Era o início da aventura entre o povo que durou mais de uma hora. A um ritmo lento, com muitas paragens, o autocarro lá foi furando. Sapunaru e Djalma iam animando a malta, não que fosse preciso, e Vítor Pereira não foi capaz de esconder a emoção perante mais uma demonstração de carinho dos adeptos, definitivamente satisfeitos com a sua continuidade, garantida horas antes pelo presidente portista. Três quartos de hora e muitos cânticos depois o autocarro deu a volta no fim dos Aliados e iniciou o regresso ao Vitalis Park. Agora, num ritmo mais acelerado, apesar de o povo não arredar pé. Hulk, João Moutinho e Lucho, um dos mais discretos, repartiram a atenção dos portistas até ao cimo da rua. A festa estava no fim, mas do autocarro ficou a promessa: "Para o ano há mais".

Repórter Helton deu uma notícia: fica mais dois anos


No autocarro, Helton roubou o microfone do Porto Canal para entrevistar os companheiros. Pelo meio, e impressionado com os seus dotes para a comunicação, fez-se a um emprego: jornalista. "Só tenho contrato por mais dois anos, vou-vos roubar o lugar", avisou, numa declaração que contém uma notícia. É que a continuidade do guarda-redes foi posta em causa porque o contrato que está na Liga só é válido até junho deste ano. Ora, tal como O JOGO escreveu, o entendimento entre FC Porto e Helton é total e os dragões têm guarda-redes até 2014.


Voz aos campeões


Vítor Pereira

"A equipa soube estar sempre unida. Ver a alegria desta festa é o que me deixa mais feliz. A bandeira dos Açores é para agradecer às gentes de lá


Fernando

"É o meu 10º título e continua a ser fantástico. É mais um campeonato no meio de tantos


Sapunaru

"Estou habituado a estas festas, mas vamos continuar a vencer. Mas já estava com saudades


Álvaro Pereira

"É uma festa muito bonita, num ano muito difícil. O povo do Porto merece isto


Lucho

"Estava mesmo com muitas saudades de tudo isto. É algo de inexplicável. A união é que nos faz fortes. Vou desfrutar da festa com esta gente linda


James

"Foi um ano de luta e todos merecemos esta festa muito bonita


Danilo

"Tudo isto nos motiva ainda mais para dar tudo o que temos por este clube. É uma festa fantástica


Alex Sandro

"É o meu primeiro título de muitos. Estes adeptos merecem


Maicon

"Perdi o meu brinco. Não vou descansar enquanto não o encontrar


Kléber

"Foi uma responsabilidade muito grande ter de substituir o melhor avançado do mundo. Sinto-me muito feliz com os golos marcados e esta noite estou a viver o melhor momento da minha vida de jogador


Djalma

"Tudo isto é maravilhoso, mas sei que vou voltar a repetir este momento


Varela

"É um momento único, inesquecível. Temos de aproveitar ao máximo estas conquistas


Otamendi

"Esta festa faz-me lembrar a conquista da Liga Europa. É igual. Está um ambiente espetacular


Iturbe
"Estou muito orgulhoso. O grupo é fantástico. Sinto-me muito feliz

in "ojogo.pt"


Vítor Pereira "Saída foi tema nunca falado"

Não há motivos para se sentir aliviado. Vítor Pereira registou as palavras de Pinto da Costa antes do jogo, dando conta que no FC Porto os contratos são para se cumprir, mas não se mostrou surpreendido. "Foi um tema que nunca foi falado, a minha saída nunca foi uma questão que se colocasse. O ponto de interrogação foram vocês que o colocaram porque nunca tive nenhum. Já há muito tempo que estou a trabalhar na próxima época. Por isso, era tudo especulação", disse. Em jeito de balanço, o técnico classificou a época de positiva, socorrendo-se dos números: "Temos a melhor defesa, o melhor ataque, logo a melhor equipa". Para Vítor Pereira, a época foi igualmente marcada por altos e baixos. "As coisas nem sempre correram bem", disse, sublinhando a força demonstrada no último terço do campeonato. "Nas grandes decisões provámos a nossa competência. Fomos à Luz jogar com a equipa que tinha um treinador por cima e que se dizia que jogava melhor e ganhámos. Depois, em Braga, perante a equipa classificada justamente de sensação também vencemos. Depois do Marítimo, recebemos o Sporting que também estava em alta e voltámos a vencer", resumiu. Desta forma, o técnico pretendeu responder a quem criticou o seu trabalho. "A minha equipa foi sempre apelidada de irregular e o treinador nunca esteve por cima. Os números provam o contrário". Sobre a opção de não utilizar Hulk de início, impedindo-o, assim, de lutar pelo título de melhor marcador, o técnico elogiou o brasileiro. "Hulk também é grande em termos de humildade e entendeu que havia jogadores que mereciam este jogo", finalizou.



Hulk

"Não posso dizer que quero sair ou ficar"

Hulk ainda tinha uma palavra a dizer na luta pelo título de melhor marcador do campeonato, mas começou no banco em Vila do Conde. Uma opção que respeitou. "Quem escolhe a equipa é o míster, mas nunca pensei em jogar para fazer três golos, dois ou quatro. Jogo sempre para dar o melhor para a equipa e o importante foi o título. Gosto de jogar sempre, mas respeito a opção e havia outros jogadores que também mereciam jogar e que nos ajudaram muito", referiu, explicando a motivação da equipa para este encontro: "Era o último jogo e queríamos ganhar para a festa ficar mais bonita."
Terminada a época, Hulk tentou driblar as questões relativas ao seu futuro. "Agora quero festejar o título com os adeptos e depois descansar com a família e pensar na seleção. Tenho mais quatro anos de contrato, e o futuro está nas mãos do FC Porto e do meu empresário", apontou, recusando-se o comentar as palavras de Teodoro Fonseca, que disse estar na hora de Hulk sair. "Não posso dizer que quero sair ou ficar, mas sim que vou dar o meu melhor esteja onde estiver", concluiu.

in "ojogo.pt"

O FC Porto um a um


A ESTRELA


Kléber 7
Uma promessa adiada até ao fim


A promessa de goleador deixada durante a pré-época teve em Vila do Conde um dos pontos altos, quando Kléber apontou dois golos no primeiro jogo de preparação que os portistas realizaram em Portugal. Falcao parecia ter um substituto, mas a certeza rapidamente se transformou em dúvida, antes de se transformar novamente em certeza - desta vez que Kléber não era mesmo um novo Falcao. Agora, voltam as dúvidas, já sem o colombiano na história: será que Kléber era assim tão mau? E será tão bom como foi ontem? A verdade é que depois de quatro oportunidades desperdiçadas no jogo de ontem, o brasileiro conseguiu fazer três golos, quase seis meses depois de ter marcado pela última vez. Seis meses... Outra coisa parece certa: a confiança que lhe faltou na maior parte dos 15 jogos (!) em que esteve sem marcar regressou logo após o primeiro golo apontado em Vila do Conde. No final, sobra a pergunta: e agora, Kléber?


Bracali 5
Somou os primeiros minutos no campeonato para se sagrar campeão nacional, embora tenha sofrido dois golos - sem que lhe possa ser atribuída culpa - nos únicos lances de verdadeiro perigo que o Rio Ave dispôs enquanto esteve em campo.

Danilo 5
No regresso à titularidade, depois da lesão sofrida frente ao Manchester City, realizou uma exibição segura. É verdade que não esteve exuberante, sobretudo nas subidas pelo corredor direito, mas cumpriu o papel que lhe estava 
destinado sem grandes problemas.

Rolando 6
Voltou ao onze inicial com a braçadeira de capitão, num sinal de que o problema disciplinar está completamente ultrapassado. Para além de ter apresentado a habitual eficácia no setor mais recuado, ainda teve participação direta no quarto golo, ao colocar a bola em Kléber com um pontapé acrobático na área do Rio Ave.

Mangala 6
Teve mais uma oportunidade para demonstrar uma qualidade imensa, que, bem trabalhada, poderá transformá-lo num central de topo. Rápido, forte, bom no jogo aéreo, pareceu dominar todos os aspetos do jogo, embora, por vezes, ainda tenha demonstrado ingenuidade na forma como abordou alguns lances. Um pormenor.

Álvaro Pereira 5
Na provável despedida do FC Porto - será? - abusou da dureza para travar o atrevimento de Atsu. Subiu muito pelo corredor esquerdo, como é seu apanágio, embora raramente tenha dado uma sequência lógica aos lances.

Defour 6
Ocupou a posição de Fernando e, tal como o brasileiro, trabalhou muito para a equipa. As características da partida também lhe permitiram ter um papel igualmente importante na fase de construção do jogo. Acabou a época em grande e a prometer mais e melhor para a próxima.

João Moutinho 7
Começou por falhar dois passes fáceis logo no arranque do jogo, mas foram apenas a exceção numa exibição sempre em crescendo. Na segunda parte, e perante a ausência de James, assumiu em definitivo as rédeas da equipa, transformando-se numa das figuras do último jogo da época.

James 7
Foi um dos poucos titulares que sobreviveram à revolução operada por Vítor Pereira, mas para ocupar uma posição diferente da habitual, a de Lucho. Aproveitou os 45 minutos que esteve em campo para demonstrar, uma vez mais, todos os seus tributos técnicos, mas também que pode desempenhar aquelas funções com grande eficácia. Descobriu Djalma no primeiro golo (13') e, pouco depois, apareceu bem no centro da área para finalizar o segundo (17'). Melhor era difícil.

Djalma 7
Foi dos que melhor aproveitaram a oportunidade oferecida por Vítor Pereira. Estreou-se a marcar no campeonato, no golo que abriu o marcador (13'), mas a sua exibição foi muito mais do que isso. Durante boa parte do jogo, foi também um dos principais desbloqueadores da maior parte dos lances ofensivos do FC Porto, sobretudo através da sua velocidade. A forma abnegada como se entregou ao jogo teve o maior exemplo no penálti cometido sobre João Tomás.

Varela 6
Fez o primeiro remate da partida, poucos segundos depois do apito inicial do árbitro, num sinal de que estava em Vila do Conde para somar pontos na luta por um lugar no Europeu. Apesar disso, teve várias oscilações de rendimento ao longo do jogo, embora tenha ficado diretamente ligado a dois dos momentos da partida, com as assistências para os golos de James (17') e Kléber (50').

Iturbe 5
Demorou a entrar no jogo, mas quando pegou na bola passou-a por baixo das pernas de Kelvin (58'), para delírio dos muitos adeptos portistas que estavam nas bancadas. O quarto golo também nasceu de uma insistência sua sobre Jean Sony.

Hulk 5
Na impossibilidade de poder lutar pela liderança na lista dos melhores marcadores, fez a assistência para um dos golos de Kléber (65').

Kadú 5
Jogou os últimos minutos para se sagrar campeão nacional, mas ainda a tempo de fazer uma boa defesa a remate de Atsu (85').

in "ojogo.pt"

A soma interrompida na divisão dos louros


Estádio do Rio Ave, fim de tarde abafado, passeio do FC Porto com brilho intenso de Kléber. A sinopse serve para o jogo que fechou a temporada, mas é a cópia fiel da história que, há dez meses, contávamos sobre a primeira amostra em Portugal da equipa de Vítor Pereira. A curiosidade ilustra o percurso dos dragões, não lhe escondendo as agruras de um trajeto árduo e com um ponta de lança entretanto adiado.
Os três golos de Kléber espelham a matemática do campeão, que preferiu dividir os louros do que alimentar a soma que Hulk vinha encetando nas últimas jornadas (sete dos últimos oito golos da equipa) e que o fez reentrar na discussão pelo prémio de melhor marcador da Liga. Uma glória pífia, entenderam os dragões, vincando prioridades.
Vítor Pereira abdicou dessa coroa individual, sem beliscar o veredicto que já tinha traçado no lançamento da jornada: mais golo, menos golo, o que ninguém roubaria a Hulk era o título de campeão e o estatuto de MVP da Liga. Ao puxar a estrela para o banco, o FC Porto disse o que queria do encontro: acrescentar campeões (Bracali e Kadú) e insuflar a confiança daqueles que vinham jogando menos.
Convém acrescentar que o brando Rio Ave convidou a essa demonstração de brio, assumindo um ritmo de fim de festa que confirmou que a UEFA seria um presente envenenado para o arranque da nova época. Quando a esmola é muita, o santo desconfia, e os vila-condenses não se deixaram inebriar pela falácia europeia que só pode ser piada de mau gosto quando colada a uma das equipas que se viu e desejou na luta pela permanência.
Livre de constrangimentos, a disputa pendeu, naturalmente, para quem soube o que fazer com os espaços. Aí, James foi rei e senhor, agradecendo o papel de 10 e punindo um meio-campo do Rio Ave que esticava em demasia para impedir que João Moutinho e Defour saíssem a jogar a partir de trás. Bruno China era tenrinho para o colombiano, que em poucos metros delimitou um latifúndio.
Djalma e Varela castigaram a macia defesa vila-condense e até Kléber ia transformando dúvidas em certezas, crescendo para cima dos centrais e recuperando o fulgor do ponta de lança afirmativo que se projetava na pré-temporada. O futebol portista fluiu, multiplicou oportunidades e dividiu-as numa mão cheia de golos que, ironia das ironias, redundou num hat trick que não o de Hulk, lançado para abençoar a festa e para servir o último tento dos dragões no campeonato.
Afinal, o golo é uma democracia para o FC Porto. Djalma foi o 20º jogador a marcar pelos dragões na Liga, lançando a última medalha para o pescoço de um treinador que o chegou a ter a prémio. Contas feitas, o algodão dos números é limpinho: ao título, os portistas juntam o melhor ataque (69 golos) e a melhor defesa (19).
Uma conquista eloquente e que a equipa honrou, despedindo-se da temporada em lua de mel com os adeptos e com as dúvidas a evaporarem-se. Nunca seria o Rio Ave a confirmar a rendição dos céticos, mas a avaliação final, ainda que redutora, não deixará de nos oferecer a coincidência de uma sentença que já se desenhava há dez meses, num fim de tarde abafado em que Kléber foi vedeta.

in"ojogo.pt"

Rio Ave 2-5 FC Porto (Resumo) por Ricardo109x