segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Alvaro Pereira: «Sinceramente, não penso sair do F.C. Porto»

Lateral azul e branco está satisfeito com o rumo da sua carreira


Alvaro Pereira viajou para o Uruguai nesta segunda-feira. O lateral esquerdo vai aproveitar a semana de férias para passar o Natal com a sua família, depois de meia época com resultados extremamente positivos no F.C. Porto.

«Sempre acreditei que tomei a decisão certa ao vir para o F.C. Porto. Houve rumores do Benfica, mas nunca chegou uma proposta concreta. A única proposta séria foi do F.C. Porto e aceitei logo», recordou o internacional uruguaio, em conversa com os jornalistas no Aeroporto Francisco Sá Caneiro.

O F.C. Porto lidera o campeonato, venceu o seu grupo na Liga Europa e tem mais duas competições no horizonte: a Taça de Portugal e a Taça da Liga. «Queremos ganhar a Liga, voltar a disputar a Liga dos Campeões e conquistar muitos títulos esta época», explica Alvaro Pereira.

«Neste momento, sinceramente, não penso sair do F.C. Porto. Estou muito feliz aqui, a minha família também gosta de cá estar e essa alegria é importante para o nosso rendimento em campo», remata o lateral esquerdo, sempre sorridente



in "maisfutebol.iol.pt".

Hulk: «Estou mais concentrado, tento não discutir com os árbitros»

Avançado fala do trabalho de Villas-Boas e dos árbitros


Hulk partiu, nesta segunda-feira, de férias de Natal. O F.C. Porto regressa ao trabalho a 28 de Dezembro, concedendo uma semana de folga ao seu plantel depois de meia época com elevados índices de rendimento. «O nosso principal objectivo é ganhar o campeonato e a Liga Europa», atira o avançado.

André Villas-Boas está satisfeito com o rendimento de Hulk, um jogador com nome sublinhado em relatórios de observação de vários clubes europeus. «Existem sempre interessados, as pessoas falar, mas eu procuro não dar ouvidos a isso, tento manter os pés no chão e pensar no F.C. Porto, em ser campeão nacional com o F.C. Porto», diz o brasileiro.

Melhor marcador dos dragões, Hulk agradece a liberdade concedida por Villas-Boas, embora recorde as dificuldades sentidas por Jesualdo Ferreira na época passada, com lesões e castigos: «É um treinador que ajuda muito os jogadores, que dá total liberdade e isso é importante. Este ano, sinto que estou mais concentrado, tento não discutir tanto com os árbitros, para manter a atenção apenas no meu jogo.»

«Estes resultados são fruto do nosso trabalho e tenho a certeza que o próximo ano será ainda melhor. Quero ser campeão nacional, isso é o mais importante. Ser artilheiro seria atingir mais um objectivo, mas o que importa são os três pontos. Não estou em disputa com o Falcao, ele passa para mim, eu passo para ele, queremos é marcar para o Porto ganhar», garante o jogador.

«Se estou melhor esta época, é porque estou a jogar mais, é porque me estão a deixar jogar», brincou Hulk, entre gargalhas, falando ainda sobre o momento mais marcante da primeira metade da temporada: «O 5-0 no clássico vai ficar gravado na minha memória, mas não guardo raiva ou mágoa por aquilo que aconteceu com o Benfica.»
in "maisfutebol.iol.pt"

O FC Porto um a um


A ESTRELA

Hulk 7
O Incrível pode ir de férias descansado

Assinou praticamente todos os lances de perigo do FC Porto, embora seja justo dizer desde já que nem sempre os definiu da melhor forma. Só que foi ele que ganhou a falta e apontou o livre que deu o primeiro golo; que fez o segundo de penálti, aos 90', terminando de vez com o sofrimento dos adeptos nas bancadas e de Villas-Boas no banco; e que ainda teve tempo para, numa jogada individual, oferecer o terceiro a Walter. Ou seja, esteve envolvido nos três golos, tendo sido decisivo no triunfo. Pelo meio ainda fez uma série de "slalons" que podiam ter causado maiores danos na baliza de Cássio. Pode ir de férias descansado.

Helton 7
Salvou a vantagem magra, que durou até aos 90', com um punhado de enormes defesas, quase todas na cara de Rondón. Mas também num cabeceamento de Pizzi, voando para corrigir um erro seu. Na primeira parte, as luvas serviram basicamente para manter as mãos quentes, porque o Paços de Ferreira não o obrigou a qualquer intervenção.

Sapunaru 6
Entrou muito bem no jogo, procurando responder à letra à grande exibição de Fucile no jogo anterior. Aos 5', foi à área do Paços, numa bola parada, e cabeceou para uma enorme defesa de Cássio. Não cometeu grandes erros defensivos.

Rolando 5
Muito trabalho neste regresso à equipa e algumas dificuldades quando houve velocidade. Ainda assim, efectuou dois excelentes cortes no chão, impedindo remates perigosos.

Otamendi 7
Parece que tomou o gosto aos golos, apontando o terceiro com a camisola azul e branca, o segundo seguido e o primeiro da carreira de cabeça. Abriu o marcador e quase bisou, aos 31', da mesma forma. Na área defensiva foi sempre bastante agressivo na luta pela bola, mas, tal como Rolando, não se deu bem com a velocidade de Rondón.

Álvaro Pereira 6
Optou por jogar de collants para combater o frio e entrou bem quente no jogo com dois cruzamentos a que Falcao, por pouco, não deu a melhor resposta. Aliás, deu sempre muita profundidade ao jogo portistas, mas também permitiu que o Paços explorasse o seu lado para atacar, até porque as compensações demoraram a surgir...

Guarín 6
Boa primeira parte, recuperando inúmeras bolas. Porém, na segunda etapa não deu todo o apoio necessário aos defesas, dando espaços nas costas, bem explorados pelos pacenses. Efectuou o remate (livre) de que resultaria no penálti.

Belluschi 5
Começou com um bom passe para James, mas abusou dos lances individuais, perdeu algumas bolas e não criou grandes desequilíbrios. Esteve perto do golo num livre directo.

João Moutinho 7
O maestro da equipa. Definiu quase bem todos os lances, impondo o ritmo altíssimo com que a equipa entrou em campo e deixou o Paços sem respirar. Além disso, fartou-se de trabalhar defensivamente.

James 5
Voltou a mostrar bons pormenores e excelente visão de jogo quando serviu Falcao aos 15' ou conduziu um contra-ataque e fez um passe atrasado para Belluschi. Porém, faltou-lhe algum músculo para pressionar.

Falcao 5
Perdulário como raramente se viu, no mesmo relvado onde deu a primeira "bicada" em Portugal. Aos 15', por exemplo, quis passar por Cássio em vez de o fuzilar, perdendo ângulo de remate, o que o levou a acertar no poste. Mais tarde, saltou mais alto do que Bura, mas errou o alvo. Não regressou do intervalo devido a fadiga, segundo o treinador.

Walter 5
O último suspiro do jogo salvou-lhe uma exibição até aí muito apagada: encostou para o 3-0. Entrou ao intervalo, mas foi quase uma nulidade. Duas ou três combinações e um remate fraquinho até ao tal golo que encerrou as contas.

Souza 5
Villas-Boas viu o Paços perder a vergonha na segunda parte e sentiu a necessidade de acrescentar um elemento de combate ao meio-campo para servir de tampão às investidas pacenses. Excelente um corte na área impedindo o desvio de Rondón.

Maicon -
Entrou nos descontos, a tempo de festejar o terceiro golo.

Campeão de inverno para outros é inferno

DRAGÕES SOMAM 36.º ENCONTRO SEM PERDER

O Inverno só começa amanhã e o FC Porto vai entrar na estação mais fria com pé quente. A última derrota dos dragões aconteceu precisamente no 2.º dia do último equinócio (primavera), na final da Taça da Liga, ante o Benfica. Nos dez jogos que se seguiram até ao final da época, a equipa então comandada por Jesualdo Ferreira somou dez vitórias em outros tantos jogos. Por isso, André Villas-Boas recebeu do professor um bom testemunho e tratou de continuar a acelerar. O treinador mais jovem da Liga portuguesa já vai com 26 jogos sem perder, embora tenha somado três empates (V. Guimarães, Besiktas e Sporting). Se continuar assim, Villas-Boas pode bater a “performance” fenomenal de José Mourinho na época que terminou com a conquista da Champions. O hoje treinador do Real Madrid esteve 184 dias sem conhecer o travo amargo da derrota, somando 33 jogos imbatível como fruto de 27 vitórias e 6 empates. Aconteceu na época dourada que culminou com a conquista da Champions. A saga começou no início de Outubro de 2003 com uma vitória sobre a Académica após derrota em... Madrid por 3-1 e terminou em 3 de Abril de 2004 com uma derrota em Barcelos por 2-0. Pelo meio, o FC Porto de Mourinho cedeu um empatou com o Real Madrid (1-1) e Manchester (1-1), tendo também vencido os ingleses. Nestas contas não entra o jogo em que venceu o Barcelona (2-0) no exórdio do Dragão...

in "record.pt"

André Villas-Boas: "Era muito importante manter a vantagem"

Num jogo com duas partes bem distintas, em termos de história, André Villas-Boas realçou o facto de a sua equipa ter cumprido o objectivo, há muito traçado, de terminar o ano de 2010 com uma vantagem expressiva (8 pontos) sobre o rival Benfica. "A nossa primeira parte foi óptima. Podíamos mesmo ter chegado a uma vantagem mais confortável a nível de golos, mas a segunda foi menos conseguida, e até algo sofrida, até ao momento de marcarmos o segundo golo. Jogámos sempre no limite até o conseguirmos e não é o primeiro jogo em que com 1-0 a nosso favor as coisas ficam um pouco intranquilas".

O técnico do FC Porto não deixou de tecer elogios ao adversário, pela forma como desenvolveu o seu jogo, especialmente depois do intervalo. "Tivemos de acertar a nossa equipa em termos estruturais. Sentimos algumas dificuldades, até porque o Paços de Ferreira foi sempre muito agressivo, alternando o seu estilo de jogo, entre o curto e o directo, fazendo uma excelente segunda parte, dispondo de hipóteses para conseguir outro resultado. Criou diversas oportunidades e podia mesmo ter chegado ao empate. Se talvez tivesse acontecido, isso ia obrigar-nos a reorganizar a equipa e as dificuldades aumentariam para dar a volta ao resultado e ao jogo. O Paços teve muito mérito, pois decidiu, depois do intervalo, arriscar para anular a desvantagem. Perante tais circunstâncias, também sabíamos que, em transições rápidas ou até num livre, poderíamos chegar ao segundo golo. Fomos ameaçando aqui e ali, até conseguir o penálti do 2-0".

Relativamente à substituição de Falcao na segunda parte, Villas-Boas explicou: "Deveu-se a fadiga extrema. Ele sentia-se já no limite e optámos por fazê-lo descansar". Quanto ao futuro, que é como quem diz 2011, avançou: "Era muito importante manter a vantagem sobre o Benfica e concretizámos esse objectivo. Agora, vamos ter os cinco meses que definem os títulos e o mês de Janeiro será muito intenso, com Taça da Liga, Taça de Portugal e campeonato. Não será um mês decisivo, porque ainda falta muito jogo pela frente, mas foi óptimo manter a vantagem".

in "ojogo.pt"

FC Porto (Declarações)

Helton: «Grupo soube sofrer»
GUARDIÃO SATISFEITO COM ENTREGA DA EQUIPA

elton mostrou-se muito satisfeito com a entrega dos dragões na vitória deste domingo sobre o P. Ferreira, em jogo da 14.ª jornada da Liga portuguesa.
“Acho que o grupo está de parabéns, o resultado em si é fruto de um trabalho desde o início do jogo. Ficou bem claro a entrega em busca da vitoria. Tivemos algumas oportunidades na 1.ª parte, o grupo soube sofrer e o mais importante foi a vitória”, disse o guarda-redes do FC Porto no final da partida.
Sobre o futuro o guardião brasileiro garante que ainda não pensa em nada: “O que eu prometo é trabalhar, se precisarem do meu trabalho agradeço, mas isso não me tira o sono. Tenho contrato até 2012 ainda não está na altura de pensar nisso”.
Otamendi: «A nossa equipa vai voltar muito forte»
DEFESA ARGENTINO COMENTA EFEITOS DAS FÉRIAS

Há hábitos que se ganham e é bom que não se percam. Otamendi chegou do Campeonato do Mundo na África do Sul para fazer esquecer o capitão Bruno Alves, mas demorou a “encostar” Maicon. Agora que se fixou como titular ao lado de Rolando já leva dois jogos consecutivos a marcar. O argentino sorri quando confrontado com a pontaria afinada. “Sim, sim, também a nível pessoal o jogo me correu bem, mas, para mim, o que mais importa é que a equipa saia a ganhar. Isso é essencial e sempre a nossa ideia”, sublinha o defesa-central, antes de falar em termos mais genéricos da formação azul e branca: “Este coletivo é muito forte e são as vitórias que nos alimentam. Estamos confiantes e este descanso vai ser muito bom. Vamos voltar na mesma muito fortes para continuar a ganhar. É passo a passo que chegaremos ao nosso objetivo.”
Voltando a abordar a experiência de Otamendi ao serviço dos dragões, o jovem sul-americano não esconde a satisfação de já ter, finalmente, conquistado um lugar na equipa orientada por André Villas-Boas. E não deixa de deitar um olhar sobre a caminhada para o título nacional: “É muito bom estar a competir e a ajudar a equipa a ganhar e aumentar a distância na liderança, com tranquilidade. É isso que me deixa contente neste momento. Mas agora vou pensar em descansar e recuperar para regressar na melhor forma.”
Moutinho: «Carregar baterias e dar continuidade»
DESCANSO DE NATAL NÃO ABALARÁ AMBIÇÃO

João Moutinho disse no final do encontro com o Paços de Ferreira que o plantel do FC Porto merece usufruir da liderança do campeonato nesta interrupção de Natal e garantiu que a equipa não vai facilitar o trabalho à concorrência quando as férias terminarem.
“Temos realizado bons jogos e alcançado bons resultados com mérito, pelo que o importante agora é carregar baterias para dar continuidade ao nosso trabalho quando regressarmos”, confidenciou João Moutinho, salientando que no balneário a ambição não passa por abrandar o ritmo: “Agora é tempo de descansar, mas a ideia é começar como acabámos.”
Argumentos que o internacional defende com a experiência que o plantel usufrui, tendo afirmado que o horizonte do coletivo está na ambição de concluir o campeonato com motivos para sorrir.
“Todos sabemos o que temos de fazer para recomeçar-mos o campeonato da mesma maneira que terminámos o ano civil”, asseverou João Moutinho.
Títulos no verão. Apesar da satisfação patenteada, João Moutinho está longe de dar o campeonato como assegurado, mas também não esconde o desejo de poder celebrar a conquista do primeiro título de campeão no final da temporada em curso. “Este Natal vai ser excelente e espero estar a comemorar títulos no verão, porque a força desta equipa alimenta-se de vitórias e ninguém vai abdicar deste caminho”, concluiu o portista.
in "record.pt"

P. Ferreira-F.C. Porto, 0-3 (destaques)

Nico Otamendi, a alma do dragão na Mata Real


Otamendi, alma azul e branca
O lugar é dele. Ponto. Devidamente maturado, confortável na nova roupagem, mostra jogo após jogo a sua inatacável qualidade. Mais um golo, o segundo em quatro dias, agora num excelente cabeceamento. É um central mais equilibrado do que Maicon, provavelmente mais concentrado também. Sem ser alto, raramente perde um duelo nas alturas; sem ser absurdamente veloz, não se deixa bater no um para um e em velocidade. É um atleta corajoso, conforme provou ao dar o corpo a um remate fortíssimo de Mario Rondon, aos 34 minutos. Bela descoberta do F.C. Porto, bela opção para a consolidação do quarteto defensivo. Tem alma e comportamento de dragão. 

Sapunaru e Alvaro Pereira, laterais de luxo
Jorge Fucile foi dos melhores contra o CSKA Sófia. Pois bem, Sapunaru não podia ter respondido melhor à ameaça do uruguaio. É o que dá ter duas opções credíveis para o mesmo lugar. Quem diria que este é o mesmo romeno das épocas passadas! O que era apatia agora é genica, o que era indecisão é critério, o que erasouplesse é agora raça. Mal o Porto marcou foi a correr buscar a bola à baliza do Paços. Intérprete maior da reacção azul e branca às palavras dos elementos pacenses. Alvaro Pereira merece também figurar nestas escolhas, principalmente pela qualidade patenteada na primeira parte. 

Falcao, voos especiais
Uma parte do melhor Falcao. Insinuação constante com o golo, diabólico nas movimentações e vertiginoso na abordagem aos lances pelo ar. Bola ao poste direito de Cássio, já de ângulo apertado, aos 15 minutos e cabeceamento imponente e ligeiramente desviado logo a seguir. Saiu ao intervalo, provavelmente por lesão, e a equipa não mais foi a mesma. É um jogador especial em todos os itens do jogo. 

Belluschi, mestre samurai
Pormenores tão belos quanto indecifráveis. Como é que ele faz aquilo? Uma e outra vez, o mais simples dos movimentos torna-se arte desconhecida deste Samurai. Grande dinâmica, entrega louvável, presença omnipotente do princípio ao fim. Esteve menos vezes do que o costume nas zonas de tiro. Faltou-lhe isso. 

Cássio, fechadura pacense
Decisivo no melhor período do F.C. Porto. Voo eloquente e palmada para canto numa cabeçada de Sapunaru; saída temerária e bloqueadora total dos intentos de Hulk. Tudo antes da meia-hora. Não teve uma única acção deficiente ao longo de toda a partida.

Mário Rondón, ameaça venezuelana 
Ameaça constante à serenidade do dragão. Não é originariamente um ponta-de-lança, antes um homem veloz e das alas. No Paços joga no centro e não pára um segundo. Teve oportunidades suficientes para fazer dois ou três golos. Um valor seguro a despontar na Mata Real. A selecção da Venezuela pode ajudá-lo a alcançar patamares de outra dimensão. 

Hulk, o penálti e pouco mais
Exibição salva pelos últimos cinco minutos: penálti bem concretizado em golo e assistência para Walter fazer o 0-3. Até aí tinha sido mais complicado do que genial, mais desequilibrado do que desequilibrador. Grande aos 30 minutos, ao seu jeito. Faltou-lhe mais decisão perante Cássio. 

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in "maisfutebol.iol.pt"

P. Ferreira-F.C. Porto, 0-3 (crónica)

Do vendaval ao sofrimento para segurar um Natal azul


Entrar como um furacão, ser obrigado a abanar o leque e decidir tudo em cima da hora. O F.C. Porto esteve tão perto de golear o Paços de Ferreira como de não vencer o encontro, quando transformou um vendaval de ocasiões de golo num rol de erros e desatenções que galvanizaram o rival e tornaram um jogo que parecia simples numa luta pela sobrevivência. Com os minutos finais a serem um filme à parte, o F.C. Porto transformou o que seria um resultado ajustado num 0-3 que não mostra o que se viu em campo.

A entrada dos dragões, como se disse, foi demolidora. A equipa de André Villas-Boas transformou em actos as palavras do técnico, que garantiu um grupo ultra-moralizado para fechar o ano em beleza. Aos dez minutos, já os azuis e brancos festejavam e, até à meia hora, a diferença não foi maior por três motivos: desacerto, poste e Cássio.


Antes do golo de Otamendi- mais um, sublinhe-se, até porque é o segundo em quatro dias- já Sapuranu obrigada o guarda-redes da casa a brilhar. Prenúncio do que aí vinha, com mais duas intervenções decisivas após remate de Otamendi e arrancada (quase) imparável de Hulk. Pelo meio, foi Falcao a ficar à beira do golo: na primeira acertou no poste, na segunda nem isso.



Até aqui, o Paços de Ferreira ia fazendo o que podia perante uma pressão extenuante que, no entanto, se foi esgotando. Quando marcaram, os jogadores do F.C. Porto apressaram-se a colocar a bola no centro do terreno, como que a avisar o rival que estavam em campo, apenas, para jogar e queriam mais. A ameaça, contudo, esbarrou no referido desacerto.



Galvanizado pela falta (ou excesso) de pontaria dos portistas, os «castores» equilibraram a contenda e seguraram a diferença mínima até ao intervalo.


Sem Falcao não há pressão


O segundo tempo trouxe mudança de figurino. Sem Falcao e com Walter, a pressão dos dragões não foi tão intensa e o P. Ferreira aproveitou para assustar. Rondon, o tal que abateu o leão na 1ª jornada, teve o golo nos pés em duas ocasiões, mas nunca conseguiu enganar Helton.


Villas-Boas percebeu o domínio pacense no meio campo e trocou James por Souza, oferecendo músculo ao miolo e acreditando na capacidade de organização de Belluschi e no rasgo de Hulk. A estratégia não sortiu o efeito desejado porque o Paços de Ferreira continuava a galvanizar-se com a sucessão de lances de perigo que criava, quase sempre por erros do meio campo azul e branco. 


Como se estivesse ligado à corrente, o grupo de Rui Vitória foi aproveitando o menor fulgor portista para colocar em causa a vantagem. Afinal de contas, foi precisamente esse o elemento causador de toda a azáfama em torno do encontro.


Belluschi ainda assustou de livre, Hulk teve o golo nos pés e perdeu-o num devaneio de altruísmo, quando o quis oferecer a Walter. Pelo meio, num par de lances, era o Paços que assustava. Do furacão inicial, restava uma leve brisa, a que os dragões se agarraram para segurar os três pontos.


Soares Dias troca o penalty e aparece o golo...à Walter


Os últimos minutos do jogo são, claramente, um filme à parte. Antes do final houve tempo para Artur Soares Dias marcar o penalty errado. Anunciação fez falta sobre Hulk, que não caiu, e o juiz mandou jogar. Pouco depois, num livre de Guarín, viu uma mão inexistente e o «Incrível» fechou o marcador e aumentou a conta pessoal na Liga para 13 golos.


O jogo fechou com...um golo à Walter. O brasileiro continua com uma média de golos por tempo de jogo assinalável, quase sempre desta forma. Hulk arrancou imparável na esquerda e assistiu o compatriota que encostou. Resultado francamente pesado para aquilo que foi o grosso do encontro.


Contas feitas e o Natal continuará a ser azul. Os oito pontos para o rival Benfica foram mantidos, mais uma deslocação cumprida com êxito e sucesso conseguido no objectivo traçado internamente. O F.C. Porto chega invicto a 2011 e já soma 36 jogos consecutivos sem perder.