sábado, 27 de outubro de 2012

"O FC PORTO JOGA SEMPRE PARA SER NÚMERO UM"

Tiago Losna realizou a antevisão do FC Porto Império Bonança-Académica de Espinho tendo na memória o desaire da última temporada (8-4) perante este adversário. Salientando que “esse jogo é passado”, o camisola nove garante que a equipa “aprendeu com os erros” e está agora totalmente concentrada para “ganhar e marcar muitos golos”, mesmo que para isso tenha de “trabalhar muito”.

“A época passada já lá vai e esse jogo com o Espinho já passou. Foi um mau jogo nosso e já pagamos essa factura”, começou por vincar o avançado. “Agora queremos ganhar, como sempre, sabendo que o Espinho tem tido algumas ‘derrotas morais’, como o 6-5 com a Oliveirense e o 4-3 com o Candelária, em casa, cedido a 30 segundos do fim”, atentou. Independentemente do que o oponente quer ou não fazer, Tiago avisa que “não vai ser fácil” e que será preciso “trabalhar muito de forma a ficar com os três pontos”.

“Hoje em dia nenhum jogo é fácil e somos nós, como equipa, que os temos de tornar fáceis”, prossegue. “Se entrarmos em qualquer jogo a pensar que é apenas mais um podemos ser surpreendidos. O ano passado isso aconteceu e tivemos um percalço em Espinho, mas aprendemos com os erros e agora vamos tratar de ficar com a vitória”, promete o camisola nove, que admite sentir-se “mais solto” esta temporada.

“O meu primeiro ano no FC Porto foi de adaptação. Agora é diferente, até porque também mudei de nome, mas vão ver um Tiago normal e, espero, melhor do que o da última época”. A posição em campo, assegura, não interfere com o seu rendimento. “Este ano tenho jogado um pouco mais recuado, tal como jogo à frente. É-me igual. No hóquei actual não há avançados nem defesas; tanto os defesas marcam golos como os avançados recuam para defender”, justifica.

Acima de tudo, lembra o hoquista, está a equipa. “O FC Porto joga sempre para ganhar e para ser o número um. Neste momento não estamos em primeiro lugar no campeonato mas temos toda a motivação para lá chegar. Com a Académica de Espinho vamos entrar com a garra de sempre, a querer ganhar e marcar muitos golos”, reitera Tiago Losna.

O FC Porto Império Bonança-Académica de Espinho diz respeito à 4.ª jornada do campeonato nacional e está marcado para as 16h30 de domingo, no Dragão Caixa.


in "fcp.pt"

Maldição da Amoreira: até Pedroto levava as mãos à cabeça


Depois de Benfica e Sporting, Estoril é a equipa da Liga com melhor saldo nas receções ao F.C. Porto


A síndrome foi identificada na década de 40. O F.C. Porto chegou a perder por 8-1 no vetusto Campo da Amoreira. Em seis deslocações ao terreno do Estoril-Praia, seis derrotas. Trauma, psicose, incompreensão. 

Nos anos 50 o ciclo inverteu-se. Os azuis e brancos venceram nas duas únicas viagens à Linha. O suplício, porém, não acabara. Após as tréguas peace and love nos anos 60, por força da descida do Estoril à 2ª divisão, os clubes reencontraram-se em 1975. 

O F.C. Porto escapou no primeiro ensaio (vitória por 1-3), mas submergiu logo depois num ciclo de oito jogos seguidos sem triunfar. Isto apenas em jogos para o campeonato nacional. 

Rodolfo Reis, histórico dragão, habituou-se a não ganhar na Amoreira. A maldição era assumida no balneário azul e branco. «Podia estar aqui o dia todo a pensar e não encontrava uma explicação para os maus resultados lá», confessa ao Maisfutebol

«Uma vez fomos lá jogar para a Taça e perdemos», conta o antigo médio, jogador de raça. «Depois fomos jogar ao Colónia, que tinha uma boa equipa na altura, e empatámos. Nas Antas ganhámos. Ou seja, perdemos com o Estoril e eliminámos o Colónia. Era assim».

Um fim-de-semana sem totalistas no totobola

Óscar Duarte sabe bem do que fala Rodolfo Reis. O médio revelou-se no Estoril-Praia entre 1976 e 1978. Transferiu-se daí para as Antas. «O F.C. Porto não tinha o valor de hoje, atenção, mas o Estoril jogava com uma espécie de vantagem moral nesses jogos», conta o cabo-verdiano. 

«Numa das vezes fiz um golo fabuloso. Nesse fim-de-semana não houve totalistas no totobola por minha culpa. Ninguém esperava que o F.C. Porto não ganhasse», conta Óscar.

«Fui o melhor em campo e recebi umas calças e um guarda-chuva. Tínhamos seis meses de salários em atraso e aquilo para mim foi oEl Dorado». Rodolfo Reis lembra-se bem de Óscar e recorda-o com alguma piada.

«Ele não marcava golos a mais ninguém e contra nós marcava a 30 e 40 metros da baliza. Uma vez fez um chapéu do círculo de meio campo. Era incrível. Não tem explicação», insiste. 

Pedroto desesperado contra um Estoril sem dinheiro para salários

Época 1978/79, Taça de Portugal. O Estoril-Praia envergonha o F.C. Porto com uns concludentes 3-0. José Maria Pedroto acaba o jogo em desespero. Na baliza do Estoril-Praia estava um senhor chamado Manuel Abrantes. Ao Maisfutebol recorda essa tarde de trás para a frente. 

«Perto dos 80 minutos estava 0-0. Tivemos uma grande assistência. Pensámos que o empate era bom, porque depois íamos às Antas e aproveitávamos a receita de lá, que era a dividir. Ajudava-nos a pagar os salários». Mas não foi bem assim.

«Marcámos um golo. O falecido Pedroto tirou um defesa e meteu um avançado. E nós fizemos o 2-0. Ele tirou um médio, meteu outro avançado e nós chegámos ao 3-0. No final o senhor Pedroto andava de mãos na cabeça, à porta dos balneários», atira Manuel Abrantes, a sorrir.

«O mestre Pedroto dizia que era inacreditável perder contra uma equipa que nem dinheiro tinha para os vencimentos. O jogo ficou-me na memória porque o João Lachever, a alma do clube, ia morrendo. Teve um princípio de ataque cardíaco». 

ESTORIL-F.C. PORTO

DÉCADA DE 40

6 jogos: 6 vitórias para o Estoril; 23-4 em golos

DÉCADA DE 50

2 jogos: 2 vitórias para o F.C. Porto; 3-5 em golos

DÉCADA DE 60

nada a assinalar

DÉCADA DE 70

6 jogos: 3 vitórias Estoril, 1 para F.C. Porto, 1 empate; 9-5 em golos

DÉCADA DE 80

3 jogos: 3 empates; 2-2 em golos

DÉCADA DE 90

3 jogos: 3 vitórias do F.C. Porto; 1-6 em golos

SÉCULO XXI

1 jogo: 1 vitória do F.C. Porto; 1-2 em golos 

TOTAL: 

8 vitórias do Estoril, 7 do F.C. Porto, 5 empates 
39-28 em golos


Maldição da Amoreira: Jogos Sem Fronteiras a iluminar o duelo

Quando Manuel Abrantes defendeu o penalty de Gomes e ganhou o respeito de Pinto da Costa


Finais dos anos 70, início dos anos 80 era certo: a viagem à Amoreira era um grande sarilho para o F.C. Porto. Depois de Benfica e Sporting, aliás, o Estoril é, ainda hoje, a única equipa da Liga que tem saldo positivo nas receções aos bicampeões nacionais. Aquela fase ajudou e muito. Foram sete jogos seguidos sem ganhar no recinto do Estoril: duas derrotas e cinco empates. Um fenómeno estranho e sem aparente explicação. 

Nesse período houve, claro está, jogos mais míticos de que outros. Manuel Abrantes foi o guarda-redes do Estoril em seis desses jogos. Na época de 1982/83 brilhou em grande estilo. «Eu tinha sempre muito trabalho contra o F.C. Porto mas aquele jogo foi o que mais me ficou na memória», conta ao Maisfutebol

O jogo passava em direto na televisão. Coisa rara na altura. O Estoril queria fazer boa figura. Como o Estádio tinha pouca iluminação encontrou-se uma solução de recurso. «Colocaram lá os holofotes dos Jogos Sem Fronteiras a fazer de torres de iluminação», conta Manuel Abrantes. 

O jogo corria normalmente. Sousa adianta o F.C. Porto ao minuto 35. Na segunda parte Vítor Madeira empata para o Estoril. A um quarto de hora do fim, o caldo entorna-se. 

«O árbitro marca um penalty contra nós, o Vítor Madeira protesta, vê o segundo amarelo e é expulso. O Gomes mete a bola na marca de penalty mas eu defendo. Quando me levanto vejo que o Vítor Madeira estava em campo. Não sei dizer se nunca saiu ou se tinha voltado a entrar. Mas estava lá e o banco do F.C. Porto estava todo de pé a reclamar», diz. 

Gerou-se a confusão, com os portistas a pedirem a repetição do penalty. «Os jogadores do Porto empurravam o árbitro para a marca do penalty os nossos empurravam-no para fora da área. E ele não tomava nenhuma decisão», continua o ex-guardião. 

O jogo esteve interrompido 20 minutos. «E estava a dar na televisão!», lembra Manuel Abrantes. Ao longe, o guarda-redes do Estoril vê Fernando Gomes com a bola nas mãos: «Aproximei-me dele e perguntei-lhe: Por que estás com a bola no braço? E ele disse-me: O árbitro vai mandar repetir, eu lixo-te e desta vez marco.E eu disse-lhe: Então eu não vou dizer nada, vou defender e ainda ficas pior», atira. 

Manuel Abrantes aproximou-se do árbitro que era Graça Oliva. «Só lhe disse uma coisa: se vocês não viram se o Vítor Madeira estava em campo, esqueçam lá isso. Eles que joguem à bola que são melhores do que nós. Ele olhou para mim e disse: Tem razão. E o jogo seguiu» contra entre risos. 

Aquela exibição marcou Manuel Abrantes: «Foi uma coisa do outro mundo. Ainda hoje, quando o F.C. Porto vem cá jogar e o senhor Pinto da Costa me vê brinca comigo: Manuel, não vais jogar pois não? E eu respondo: Esteja descansado que desta vez o mister não me convocou»

«Não éramos nós que nos agigantávamos, o F.C. Porto é que ficava intimidado sempre que vinha cá. Nós jogávamos sempre da mesma maneira e eles tremiam sempre. Fazíamos bons jogos com o Sporting e o Benfica, mas contra o F.C. Porto era diferente», assume. 

Óscar: golos por uma camisa

Óscar, outra das figuras do Estoril da época, também guarda recordações dos embates com o F.C. Porto. E da vida no Estoril, aliás, apesar das dificuldades que passou. 

«Andava sem dinheiro, não recebia há muitos meses. O senhor José Torres vinha sempre ter comigo e fazia-me uma promessa: se marcares um golo este fim-de-semana, levo-te a uma boutique de Cascais para compares uma camisa. O homem levou-me lá quase dez vezes em duas épocas. Acho que ainda uso algumas dessas camisas chiques», conta. 

Guarda boas memórias da vida na equipa da Amoreira a ponto de ignorar alguns revés de peso: «O presidente era o senhor Alfredo Farinha, jornalista. Ele tinha boa vontade, mas quando saí para o F.C. Porto ficou a dever-me uns milhares de contos. Esqueci tudo porque o Estoril me ajudou muito».


in "maisfutebol.iol.pt"


Novo jogo de alto risco

O perigo espreita em cada estádio de clube de pequena dimensão. Os dragões têm essa consciência, mostram publicamente em vésperas dos respetivos duelos estarem sempre de sobreaviso, mas nem por isso deixam de ser menos vezes surpreendidos. 

Os exemplos são inúmeros. O agigantamento dos adversários, a menor concentração ou motivação dos jogadores das equipas favoritas resultam normalmente num combinado explosivo que dita a perda de pontos e faz muitas vezes a diferença na tabela classificativa. 

A deslocação dos azuis e brancos à renovada e sempre traiçoeira casa de jogo do Estoril, mais do que reavivar velhos fantasmas, apresenta todos os ingredientes para transformar o anfiteatro da Amoreira numa autêntica roleta russa. E este é o terceiro desafio da época com adversários deste género, de quem tudo se pode esperar sem que Vítor Pereira tenha muitas certezas sobre com o que poderá contar... da sua equipa. 

Na primeira temporada como treinador principal do FC Porto, em 2011/12, Vítor Pereira perdeu muito mais pontos nas casas dos denominados clubes pequenos do que na Luz, Alvalade e Braga! Isto porque os portistas só empataram uma das partidas, com o Sporting (0-0), tendo vencido Benfica (3-2) e SC Braga. Em contrapartida, deixaram nove pontos nos terrenos do Feirense (0-0), Olhanense (0-0), Gil Vicente (3-1) e P. Ferreira (1-1).

in "abola.pt"

Quem quis ser milenário

PINTO DA COSTA CUMPRE O JOGO MIL


Amanhã, no Estoril, Jorge Nuno Lima Pinto da Costa completa o seu jogo mil no campeonato na condição de presidente do FC Porto. Não precisava disto para ser considerado o último monarca do futebol nacional mas é um feito que deve ser registado nos anais. À porta dos quatro dígitos, o registo apresenta 723 triunfos, ou seja, uma percentagem superior aos 72 por cento de triunfos com apenas 9,2 por cento de derrotas. Por isso, os 19 campeonatos conquistados pelo FC Porto do seu reinado não espantam.

A história do FC Porto é como a história do mundo ocidental. Tem de ser dividida em dois períodos. Antes de Pinto da Costa e depois da sua chegada à liderança do clube, o que aconteceu na sequência de um longo tirocínio nas modalidades amadoras do clube e na condição de chefe do departamento de futebol quando, com José Maria Pedroto como mestre e referência, o emblema azul e branco quebrou um longo jejum de títulos com a conquista do campeonato em 1977/78.

in "record.pt"