quinta-feira, 10 de novembro de 2011

CIRCUITO FECHADO

A Confederação do Desporto de Portugal realizou a sua gala anual esta semana no Casino Estoril. Para além de uma série de desportistas premiados pelos seus desempenhos no último ano desportivo, entenderam os responsáveis atribuírem o prémio Alto Prestígio ao Benfica e ao Sporting.

Estas distinções valem sempre o que valem, mas não deixa de ser surpreendente e estranho que os responsáveis pela Confederação tenham distinguido dois grandes clubes de Lisboa e tenham esquecido, por exemplo, os finalistas da última Liga Europa, FC Porto e Braga, os dois clubes que nos últimos anos mais têm feito pela imagem internacional de Portugal.

Pela primeira vez dois clubes portugueses disputaram uma final europeia, pela quarta vez nos últimos oito anos uma equipa portuguesa venceu um troféu internacional – e só para recordar o quão difícil é vencer competições internacionais basta recordar que os agora distinguidos venceram troféus internacionais há 47 anos (Sporting) e 49 anos (Benfica) – mas os senhores da Confederação do Desporto de Portugal decidiram homenagear esses emblemas com o prémio Alto Prestígio.

Desconhecem-se os critérios de tais escolhas, necessariamente muito criativos, mas para os mais desatentos convirá também recordar que caso queiram retirar o futebol e concentrar a argumentação nas chamadas modalidades, o FC Porto venceu todas e até tem uma equipa (hóquei em patins) que há dez anos consecutivos conquista o campeonato nacional, mas isso ainda deve estar no “quase prestígio”, longe de atingir o épico “alto prestígio”...

É este funcionamento em circuito fechado, alheado da realidade, que o FC Porto continuará sempre a denunciar e a combater. Para ao menos no Desporto o país ser realmente do Minho ao Algarve, sem esquecer as regiões autónomas.



in "fcp.pt"

Dragão virou fábrica de internacionais

Na última década, excluindo das contas a Selecção portuguesa, o FC Porto "fabricou" oito internacionais de raiz, seis deles na principal selecção do planeta: o Brasil. Aliás, com algumas condicionantes a servir de justificação, o FC Porto é o clube mais representado na última convocatória de Mano Menezes. Não é uma medalha, mas quase.
Alex Sandro e Kléber ainda só têm a convocatória para comemorar, mas é muito provável que hoje [ver também página 31] ou na próxima semana passem a fazer parte dos jogadores oficialmente estreados. Se a chamada do lateral reflecte o estatuto adquirido no Brasil, e não as exibições produzidas em Portugal, já Kléber beneficiou claramente do efeito mediático da mudança. E não foi o único.
Hulk tem sido o exemplo mais bem sucedido da montra portista no que toca a projectar internacionais para a selecção brasileira, apesar de não estar no lote dos indiscutíveis. Helton não conseguiu fixar-se nas opções e Anderson estava a despontar nas escolhas do seleccionador de então, Dunga, quando foi transferido para Manchester, onde, ironicamente, passou a ter menos atenção.
Na última década, para além das estreias absolutas, foram vários os exemplos de jogadores que recuperaram ou reforçaram o estatuto de internacionais depois de chegarem ao futebol português, e ao FC Porto em particular. Lisandro e Belluschi, na também emblemática Argentina, são os casos mais flagrantes. Um e outro tinham passagens episódicas pela selecção e repetiram mais vezes as chamadas com o rendimento no Dragão. Aliás, o salto de Lisandro para o campeonato francês significou, no que toca a internacionalizações, o ponto final.
Os critérios dos seleccionadores nas escolhas nem sempre são claros, mas, pelo que se percebe do balanço dos últimos dez anos, no quadro aqui ao lado, o FC Porto parece estar bem cotado nas atenções que dispensam ao rendimento dos jogadores. Uma montra de que todos tiram partido.


Luís Fabiano e Diego perderam fôlego

A tendência para o FC Porto produzir internacionais é notória, mas já houve casos em que a permanência no Dragão provocou o efeito inverso. Luís Fabiano e Diego, por exemplo, chegaram como membros de uma nova vaga brasileira, mas saíram sem que tenham somado qualquer convocatória no pouco tempo que jogaram no FC Porto. O caso do Fabuloso é o mais flagrante, pois foi contratado logo depois de um ano em que jogou nove vezes pelo Brasil e fez cinco golos. Nem um nem outro tiveram rendimento de montra no Dragão e ambos perderam o comboio para o Mundial'2006.
Outros, como Walter, Souza e Edgar (este actualmente no Guimarães), chegaram como efectivos das selecções canarinhas mais jovens, mas interromperam os trajectos por também não se terem afirmado no FC Porto.


Curiosidades

Bolatti teve de sair

Mario Bolatti estreou-se na Argentina com contrato com o FC Porto, mas a jogar no Huracán, por empréstimo. Só assim ganhou espaço.

Anderson a meias

O mérito clubístico é difícil de distinguir quando se fala de Anderson. O médio estreou-se pelo Brasil na Copa América 2007, na sequência de duas épocas no FC Porto, mas quando estava a caminho do Manchester United.

Sub-21 também contam

Mangala e Iturbe não são ainda internacionais A, mas mantêm a regularidade nos respectivos escalões desde que chegaram ao FC Porto. O primeiro até já é capitão dos sub-21 franceses.

Danilo é o futuro

Em breve o FC Porto poderá ter quatro brasileiros na selecção. Danilo, que chega em Janeiro, foi convocado recentemente por Mano Menezes.

Estreias marcantes

Lisandro e Jardel ficaram associados nas respectivas selecções a grandes nomes do futebol mundial. O primeiro apadrinhou a estreia de Messi pela Argentina, ao ser substituído pelo prodígio do Barcelona. Já Jardel, substituiu Ronaldo "Fenómeno" na primeira vez que vestiu a canarinha.

Kléber afinal só na segunda parte

Ao contrário das indicações de anteontem, que apontavam para uma dupla atacante 100% portista na selecção brasileira, Kléber deve afinal ser suplente de Jonas, do Valência. No último treino antes do jogo de hoje, Mano Menezes optou por excluir o estreante, que mesmo assim terá oportunidade de mostrar valor no segundo tempo. O outro portista no escrete, Alex Sandro, também começará no banco.

Cristian Rodríguez intocável no Uruguai

A sete meses de terminar contrato com o FC Porto, Cristian Rodríguez não é opção de Vítor Pereira, mas mantém o seu estatuto inabalável no Uruguai. Além de ter sido novamente convocado por Óscar Tabárez, o extremo pode até ser titular na equipa celeste, no lugar onde habitualmente joga Forlán, desta vez lesionado. O seleccionador parece estar inclinado a escolher Cebola em detrimento de Gastón Ramírez, o outro candidato. Álvaro Pereira, o outro portista desta selecção, é intocável. E voltará a alinhar como médio-esquerdo, à imagem do que tem sucedido no passado recente.

3 perguntas a Fredrick Soderstrom

(EX-JOGADOR DO FC PORTO)
O médio estreou-se pela selecção sueca quando defendia o Guimarães. Contudo, foi no FC Porto que se tornou um internacional regular e foi depois da saída que voltou a ser esquecido. Com 38 anos, é agora comentador televisivo, mas até mantém a ligação ao FC Porto: é numa casa sua que mora Belluschi.


"Fui o melhor em Guimarães, mas visibilidade só no FC Porto"

1 | Recorda-se do efeito FC Porto na sua carreira ao nível da selecção sueca?

Sim. Ainda jogava no V. Guimarães quando me chamaram pela primeira vez. Mas das 11 convocatórias que tive, a grande maioria ocorreu quando estava no FC Porto. Depois saí para o Braga e o Standard de Liège e só fui chamado mais duas vezes. Acabou por aí a minha carreira na selecção sueca.


2| O declínio teve que ver com o facto de ter deixado o FC Porto ou com questões inerentes à sua forma?

A última vez que fui à selecção estava no Standard de Liège e a jogar muito bem. Nessa ocasião pedi uma reunião com os treinadores e perguntei por que razão, apesar disso, era suplente, ao contrário de outros que não jogavam nos clubes. Penso que foi por isso que não voltei e não por estar a jogar melhor ou pior. A verdade é que em Guimarães, FC Porto, Braga ou Liège fui quase sempre titular e estive em bom nível, mas só fui frequentemente à selecção no FC Porto.


3 | A marca FC Porto é sinónimo de qualidade e garante chamadas à selecção, independentemente da forma dos jogadores, é isso?

Para ir á selecção é preciso estar em boa forma. Mas claro que é muito mais fácil chegar a uma selecção jogando num grande clube como o FC Porto. Para mim, jogar lá teve uma grande importância na afirmação pela selecção da Suécia. Jogar no FC Porto significa ser grande jogador. Além disso, todos os jogos passam na televisão e é mais fácil ter visibilidade. No V. Guimarães, por exemplo, fui o melhor médio estrangeiro em Portugal e não ia à selecção porque não viam os meus jogos. No FC Porto pude mostrar-me. Eu e os meus colegas. Naquele tempo, só os brasileiros não eram internacionais.

in "ojogo.pt"

Encostados à parede

MEIO-CAMPO TEM ANDADO EM BOLANDAS



Tornou-se conhecido pela alcunha de Polvo, tal é o número de bolas que recupera. Há quem o veja como um autêntico muro à frente da defesa, e a verdade é que nos últimos tempos o meio-campo do FC Porto tem sido encostado à parede. As críticas são muitas, escapando apenas Fernando a um turbilhão de indecisões à volta de João Moutinho, Guarín, Belluschi e Defour. A rotatividade promovida por Vítor Pereira é o melhor exemplo da instabilidade que tomou conta deste sector.
Em 17 jogos oficiais, o treinador dos dragões já utilizou oito esquemas diferentes. Longe vão os tempos em que a fórmula era Fernando, Moutinho... e mais um. Por esta altura, o brasileiro pode gabar-se de ser o único com estatuto de indiscutível no centro do terreno. Mas a história não foi assim desde o princípio. Fernando, de 24 anos, também passou pelo banco de suplentes quando atravessava um momento de instabilidade emocional.
in "record.pt"

James corre para o ouro

Colombiano na luta para «Golden Boy» do ano. Quarenta nomes a concurso, a nata da nata dos valores emergentes. Principais concorrentes são Thiago (Barcelona) e Gotze (Dortmund). 

Se os títulos conquistados por James Rodriguez ao longo da última época forem reconhecidos amplamente pelo colégio de votantes, o prodígio do FC Porto estará, seguramente, no topo do lote de candidatos a vencer o prestigiado troféu Golden Boy, prémio anual que consagra o melhor jogador jovem a actuar na Europa. 

O colombiano venceu quatro troféus pelos dragões, foi eleito o melhor jogador do Torneio de Toulon e teve presença muito aceitável no Mundial sub-20, surgindo na lista de nomeados como detentor de candidatura muito consistente. Face a este enorme brilho está já a ser reconhecido publicamente para jogador do ano, recebendo até agora 17 por cento dos votos do público, o que em termos globais lhe garante o segundo lugar na corrida logo a seguir ao russo do Schennikov, do CSKA Moscovo.

São 40 nomeados para o prestigiado prémio patrocinado pelo jornal italiano Tuttosport e do qual o jornal A BOLA faz parte integrante do júri ao lado de outras publicações de alto prestígio como Marca, Bild, France Football e The Times. O nome do vencedor será conhecido através da associação dos votos do público e do colégio de publicações de que o nosso jornal faz parte. 


in "abola.pt"

Djalma será o primeiro internacional a regressar

Dos 12 internacionais portistas chamados pelas respectivas selecções nacionais, Djalma será o primeiro a voltar à casa-mãe, prevendo-se que regresse ao Porto durante o fim-de-semana.

Face a esta pequena vantagem em relação aos outros internacionais, Djalma deverá estar entre os designados para defrontar a Académica, para a Taça de Portugal, dia 19. O angolano defronta esta tarde o Sporting em jogo de carácter particular a a realizar em Luanda.


in "abola.pt"

A arma secreta de Defour

Defour tem uma arma secreta, assim mesmo anunciou ontem a imprensa belga, a quem o médio falou sobre um aparelho dentário que usa desde que entrou ao serviço no FC Porto. 

É um aparelho semelhante ao utilizado por Cristiano Ronaldo e que ajuda ao equilíbrio físico. Uma boca sã equivale mesmo a um corpo são e Defour seguiu conselhos do departamento médico dos portistas, passando a usar esse aparelho. 

«Quando fiz os exames médicos no FC Porto, disseram-me para utilizá-lo durante um mês. Depois disso, só o costumo tirar para comer. Mudou a minha vida. Não tenho sofrido lesões e, fisicamente, sinto-me muito melhor», explicou Steven Defour, que está a representar a selecção da Bélgica. O médio também abordou o momento que atravessa no Dragão. 

«A concorrência no meio-campo é muito forte. É preciso trabalhar muito para agarrar as oportunidades, e é no melhor para a equipa que se deve colocar o esforço. Quem não entender isso, tanto pior... Eu sei o que devo pensar», disse.


in "abola.pt"

James percebeu que era talentoso aos quatro anos

Na ainda curta carreira de James Rodríguez, tudo se tem desenrolado de forma precoce. Estreou-se nos seniores com 14 anos (o mais jovem de sempre na Colômbia) e, quatro anos depois, foi o estrangeiro mais jovem de sempre a jogar, marcar e sagrar-se campeão no futebol argentino. O talento para o futebol, diz, descobriu-o aos quatro anos de idade.

«Jogo futebol desde os três anos. Sempre gostei de tocar a bola e acho que desde os quatro anos que sou bom futebolista. Sempre brinquei com a bola. Para mim, o futebol é algo de especial. Aos quatro anos, a minha mãe e o meu padrasto levaram-me a uma escola para miúdos e foi assim que a minha carreira começou. Desde os quatro anos que sabia que tinha talento e que podia chegar longe. Por isso, sempre quis jogar. Nunca pensei fazer outra coisa: foi sempre futebol, futebol», conta o jovem colombiano, em entrevista à revista Dragões.

Aos 12 anos, e depois de brilhar num torneio de futebol em Medellín, James despertou a atenção do Envigado, clube sediado naquela cidade colombiana que serviria de rampa de lançamento para os argentinos do Banfield.

«Foi uma mudança muito importante. Saí de Ibagué e fui para Medellín. Estive lá até aos 16 anos. Fiz o primeiro jogo nos seniores aos 14 anos», recorda, desvalorizando o facto de ter sido o profissional mais jovem de sempre na Colômbia.

«Não dei muita importância a isso. Sabia que podia dar muito mais, que era jovem e que tinha talento para aproveitar. Foi só mais um passo. Na carreira de futebolista, o mais difícil é manter o nível e não quebrar recordes. Sempre tive isso na minha cabeça», realça



Valderrama sobre James: «Temos jogador»

Carlos Valderrama, antigo médio e capitão da Colômbia, elogia qualidades do jovem jogador do FC Porto. El Pibe, como era conhecido, diz que James Rodriguez tem capacidade para ser o novo líder da selecção. 

«A selecção não precisa de um El Pibe. James está muito bem nessa posição. Há que dar-lhe força porque está motivado e precisa de apoio porque acredito que temos aqui um grande jogador», disse Valderrama, que hoje acompanhou os trabalhos de preparação da Colômbia para os jogos com a Venezuela e a Argentina.

O antigo internacional colombiano mostra-se satisfeito com a qualidade e desempenho dos actuais jogadores da selecção e diz que a actual geração se aproxima daquela que representava: «Futebolisticamente, é muito parecida com a nossa. Falta-lhe algum tempo de trabalho juntos, mas está no bom caminho.»

in "abola.pt"