
O F.C. Porto goleou o Beira Mar no regresso ao Estádio do Dragão (4-0). Um mês depois, os adeptos reviram a equipa no seu
recinto, agora sem Hulk, desta vez sem Lucho González, tudo diferente e, afinal, tudo igual.
O
coletivo supera as
ausências e responde como massa uniforme e
determinada a seguir o lema do clube: o destino é vencer. 4-0, prova
superada com
nota alta, muito James e uma obra de arte de
Jackson. Tão natural como a sede de vencer.
Não há Falcao, há
Jackson.
Não há Hulk, há Varela. Falta Lucho, há James. O
F.C. Porto reinventa-se e aborda o futuro com esperanças renovadas.
Sujeita-se
à lei da vida e às regras do mercado,
encontrando novas figuras para a sua caderneta de cromos mais valiosos.
A
cartilha
de Vítor Pereira parece, por vezes, previsível. O
treinador prometera uma entrada forte, procurando evitar os sustos da
época
passada, mas a verdade é que o efeito se perdeu
em cinco minutos.
O Beira Mar, bem arrumado mas agarrado ao
papel
de figura menor, equilibrou a balança durante a
primeira meia-hora e chegou a incomodar. Contudo, chegando ao final do
jogo,
ninguém recordará esse assédio, face ao
resultado avultado.
James é 10, muito 10
Feita a
ressalva,
porque nem tudo é bom quando corre bem e nem
tudo é mau quando falha, torna-se justo considerar que a exibição do
F.C. Porto
foi globalmente positiva, mais que suficiente
para convencer adeptos e crítica, mesmo face às ausências de Otamendi
(opção),
Fernando e Lucho González.
O capitão foi
lembrado nas bancadas do Estádio do Dragão mas há Porto para lá de
Lucho.
Antes de mais, nos pés de James Rodriguez. Os
indícios são demasiado fortes para virar a cara: o colombiano é um
número 10,
camisola e não só, um assistente de nível
superior que se perde nas linhas, longe das zonas de decisão.
A
qualidade
do pé esquerdo de James superou tudo o resto,
embora o melhor da noite tenha sido protagonizado por Jackson Martínez,
um talento
com índices de confiança elevadíssimos. Os
mesmos índices que permitem um falhanço clamoroso em Zagreb e uma
bicicleta magistral
no Dragão, ao minuto 33.
Beira Mar rendido ao talento
Desfeito
o nulo, normalmente a fase mais complexa
para quem ataca, abriram-se caminhos não antes
vistos para a goleada do F.C. Porto. De regresso ao centro, James
Rodriguez
assinou a sua segunda assistência da noite,
lançando a corrida de Varela que terminou no primeiro golo do português
na Liga
2012/13.
O Beira Mar ruía como um baralho
de cartas, rendia-se ao talento das individualidades portistas,
recordava
apenas uma cabeçada de Bura que deixou Helton à
beira de um ataque de nervos. Mas antes, já Rui Rego evitara o golo
portista
e vira James (sempre ele), tirar tinta do ferro.
Nos
balneários, Ulisses Morais procurou mudar o chip e recuperar
o figurino habitual da formação aveirense,
dizendo a Abel Camará que este seria o ponta-de-lança que faltou na
etapa inicial.
Demasiado tarde. Logo após o intervalo,
Silvestre Varela encontrou espaço para devolver a oferta de James
Rodriguez. Este,
confiante, atirou enrolado com o pé mais fraco, o
direito. Tão enrolado que enganou dois defesas, bateu no poste e
entrou.
Gerir
e chegar à goleada
O F.C. Porto geria
o jogo a seu bel-prazer. O terceiro golo atirou, definitivamente, o
adversário
ao tapete. Sobrava tempo para Vítor Pereira
gerir o plantel, dar uma hipótese a Castro, depois a Iturbe, o menino
que poucos
vêm e todos querem em campo. Entrou bem,
esfumou-se, depois regressou com uma bomba. Momentos, flashes, promessas
de algo
mais. Para o futuro.
Ao minuto 72, para
confirmar o cenário de goleada, Maicon subiu à área contrária, ascendeu
ao
segundo andar e desviou de cabeça para o poste
mais distante. Múltiplos recursos para o campeão nacional, triunfo de um
plantel
com soluções atrativas para todos os setores,
sobretudo em dias de inspiração. Como este.
in "maisfutebol.iol.pi"
FC Porto 1-0 Beira Mar por simaotvgolo12
FC Porto 2-0 Beira Mar por simaotvgolo12
FC Porto 3-0 Beira Mar por simaotvgolo12
FC Porto 4-0 Beira Mar por simaotvgolo12