Não, caro leitor, não se trata de mais um caso de emigração por causa
da crise financeira que assola Portugal, é apenas uma metáfora que
encaixa no mundo da bola... Depois do empate no dérbi lisboeta entre
Sporting e Benfica, agora é a vez de o FC Porto entrar em ação com vista
a uma fuga aos mais diretos rivais, na deslocação à casa emprestada do
Paços de Ferreira, que ainda não sabe o que é ganhar.
Antes de mais, este jogo trata-se de um reencontro dos treinadores com
antigas equipas: Costinha brilhou como jogador no FC Porto (tal como o
seu adjunto Maniche), onde conquistou dois campeonatos, uma Taça UEFA,
uma Liga dos Campeões e uma Taça Intercontinental; Paulo Fonseca
estreou-se no principal campeonato português no Paços de Ferreira, onde
levou os castores a um inédito terceiro lugar na época passada.
Agora em posições invertidas, os dois treinadores representam clubes que
diferem muito no estado de espírito atual: Um só ganhou, o outro só
perde.
O sonho era a Champions, a realidade tem sido a derrota
Costinha não tem tido tarefa fácil no comando do Paços de Ferreira. A
magnífica campanha da época passada não só elevou as expectativas e
colocou mais pressão no novo timoneiro, como também fez com que muitos
jogadores fossem tentados a sair para clubes de outro gabarito
financeiro, algo que a direção também acolheu com agrado, num clube que
prima pelo acerto dos cofres.
Com isso, Costinha teve o trabalho redobrado de remodelar uma equipa e
de a preparar mentalmente para uma realidade a que os pacenses não
estavam habituados.
A experiência na Liga dos Campeões, ainda que fugaz, mostrou um Paços
com uma bela capacidade de se mostrar futebolisticamente, se bem que os
erros cometidos, normais pela inexperiência, foram pagos de forma atroz
diante de um Zenit com outro traquejo e com um Danny que gosta de
'trair' as equipas portuguesas.
Além
disso, o arranque frenético incluiu um difícil receção ao SC Braga
(0x2) e uma azarada viagem ao Algarve, onde o Olhanense contou com a
ajuda dos postes por três ocasiões, mas onde foi eficaz (1x0).
Com FC Porto e Benfica como próximos jogos, à equipa de Costinha não
sobra outra opção que não seja a de marcar golos. Para este jogo, o
técnico tem a
boa notícia do regresso de Tony, mas já saberá que este é o último jogo de Vítor pelos castores.

©
Catarina Morais
FC Porto é de três em três
Três jogos oficiais, três vitórias, três golos em cada partida. É este o
registo de um FC Porto que soma e segue, que sofreu apenas um golo até
agora e que, além de ser um dos líderes à partida para a jornada, já
conquistou um troféu esta época: a Supertaça diante do Vitória SC.
Paulo Fonseca vai convencendo os adeptos, mas o reino do Dragão sabe
que, mais do que vitórias, o que convence mesmo são os títulos. Daí que a
equipa não deva adormecer à sombra do empate do dérbi entre Sporting e
Benfica, até porque o SC Braga, tal como o Rio Ave, têm o mesmo registo
vitorioso da equipa portista.
Além disso, se as vitórias frente ao Vitória de Guimarães e ao Marítimo
foram alcançadas com facilidade, o mesmo não aconteceu na primeira
deslocação da época para o campeonato, na qual os portistas sentiram
alguns calafrios no Estádio do Bonfim, onde perdiam ao intervalo.
Para
este encontro, Paulo Fonseca volta a não contar com Silvestre Varela
(estará mesmo de saída), além de que não terá o francês Eliaquim
Mangala, que sofreu uma lesão muscular e que foi substituído na convocatória por Abdoulaye.
Quem também saiu das escolhas, mas por opção técnica, foi Juan Iturbe,
substituído pelo português Ricardo. Os lugares nas bandas portistas
estão reservados para Licá e Josué, dois dos jogadores da 'moda' no
Dragão - e, quiçá, em Portugal.
in "zerozero.pt"