
Polémica que baste no Bonfim, um craque a saltar do banco e um jogo
cheio, cheio de emoção. O Vitória não vencia o FC Porto
há 30 anos, não pontuava em casa com os dragões
desde 1997 e esta tarde/noite caiu por 3-1. Bateu-se muito bem. Isso diz
também
imenso do que foi o FC Porto. Saiu com o
triunfo, mas com noção de que teve muitas dificuldades em construir e
que só um penalty
e o talento de Quintero conseguiram resolver
perante uma equipa que terminou com dez unidades em campo. O 3-1 final
engana.
O golo gritado que não entrou (parte I)
Sem
ser sufocante, o FC Porto entrou bem no jogo. Josué
saltou para o onze e os movimentos interiores
que fazia deveriam soltar Danilo. Mas foi Lucho, inteligente, quem
percebeu
primeiro os passos que tinha de dar para chegar à
baliza de Kieszek. Entre os passos do argentino, saiu um passe para
Jackson.
Rematou o colombiano e Vezo acudiu em cima da
linha, entendeu o árbitro. O golo que os portistas cantaram na entrou na
perceção
da arbitragem. Dúvidas muitas.
Um
cruzamento/remate de Defour para defesa de Kieszek e o FC Porto, campeão
em título,
apagou-se ao fim de dez minutos. O Vitória
corria atrás do meio-campo portista, recuperava a bola e aproveitava o
espaço nas
costas da defesa do campeão. Ramón Cardozo
mostrou qualidade suficientes para vir a ser uma figura neste campeonato
e foi
dos pés do paraguaio que saiu o 1-0. Rafael
Martins bateu Helton numa recarga, mas na primeira tentativa que os
sadinos tiveram.
A estratégia de José Mota estava bem montada e
resultava em pleno.
O FC Porto tinha a posse de bola, o Vitória
deixava,
mas o jogo portista passava pela troca de bola e
resultava apenas em cantos sucessivos. Perigo, nenhum, com o espartilho
sadino
a funcionar muito bem. Mas o lance de Jackson
aos 45 mostrava que, ainda a jogar demasiado com o título que ostenta e
pouco
fazer para o justificar, o campeão tinha
qualidade para,de um momento para o outro, marcar. Ainda assim, ao
intervalo, e apesar
do domínio de bola portista, o 1-0 tinha de se
aceitar.
Golo gritado que não entrou (parte II) e Quintero
A
segunda parte trouxe muita emoção e exaltação.
Comecemos pela última. Os sadinos ficaram a puxar cabelos por causa das
decisões
de João Capela. O árbitro assinalou uma falta de
Dani sobre Jackson. O médio sadino foi ingénuo, tocou Jackson e o
colombiano
deixou-se cair. De penalty, Josué empatou. Veio
confusão, Kieszek foi expulso e o médio do FC Porto viu amarelo. O
Vitória
jogava com menos um. Perante o tricampeão
nacional, enquanto as bancadas se revoltaram com o árbitro.
As
dificuldades
mudavam de lado, mas isso para as gentes do
Vitória são como pequeno almoço. Existem todos os dias. Agora, o que não
existia
e há é uma equipa de Mota bem diferente dos
últimos anos. Mangala nunca se entendeu com Cardozo e o paraguaio correu
com a
alma toda para a baliza. Perdeu em discernimento
e só por isso não serviu Terroso, solto, para o empate.
De
pronto,
Paulo Fonseca foi ao banco. E isso foi a melhor
coisa que fez. Tirou Defour e meteu Quintero em busca do empate. Menos
de
um minuto do colombiano e um golaço direto ao
coração sadino. Talento individual a desatar um nó muito apertado no
Bonfim.
O
jogo estava londe de estar teminado. Perante um
Vitoria com dez, o FC Porto não teve capacidade para matar o jogo logo
ali.
Na primeira parte faltou quem desequilibrasse
nas alas, no segundo tempo, faltou velocidade geral. Por isso, o Vitória
tinha
fé. Rafael Martins cabeceou e o Vitória inteiro
gritou golo. A bola terá passado a linha? Lance muito idêntico ao do
primeiro
tempo, com sensação de golo.
A dúvida
perdurou até que um Vitória lançado para o empate abriu espaço nas
costas.
Josué assistiu, Jackson Martínez acabou com o
jogo. Certamente, não acabou com a polémica, porque houve muitos lances
duvidosos
no jogo, embora da arbitragem de Capela saia,
pelo menos, uma certeza: dualidade de critérios na mostragem de cartões
amarelos.
in "maisfutebol.iol.pt"