terça-feira, 1 de maio de 2012

FC Porto. Os campeões não são só os jogadores


FC Porto. Os campeões não são só os jogadores


Alexandre Madureira tem 65 anos e é um adepto ferrenho do FC Porto. Na verdade, nem podia ser de outra maneira. Nasceu na cidade e no passado, antes de abraçar a carreira de empresário, chegou a jogar basquetebol profissional na equipa portista.
Esteve também noutros clubes e orientou a equipa feminina do Coimbrões, mas o futebol foi sempre a grande paixão. Apesar disso, ver jogos no estádio nunca foi seu hábito. Não por não ser um adepto a sério mas por se enervar com muita facilidade. De preferência, os jogos eram vistos a partir do mesmo lugar da sala e com o maior sossego possível. Os penáltis a favor eram motivo para virar as costas e os jogos contra o Benfica, se possível, passavam ao lado, especialmente se houvesse uma alternativa na televisão. As excepções também aconteciam e a final de Sevilha, na Taça UEFA em 2002/2003, foi uma delas. Juntamente com a mulher, as duas filhas e a cadela Kuka (baptizada depois de o checo Pavel Kuka marcar um golo à Rússia no Euro-1996), fez-se à estrada e viu José Mourinho conquistar o primeiro troféu europeu.
Oito anos depois não fez o mesmo com Villas-Boas. O FC Porto pode ter ganho o campeonato, a Taça de Portugal e a Liga Europa em 2011, mas Alexandre não festejou nenhum dos títulos. Nem podia. Tudo porque a 27 de Dezembro de 2010 sofreu um AVC hemorrágico enquanto trabalhava.
A história é contada pela filha Raquel: “Foi encontrado no chão da casa de banho da empresa numa altura em que ainda tinha qualquer reacção mas não se sabia há quanto tempo estava caído. Quando se percebeu que o caso era realmente grave, levaram-no para o hospital de referência em neurologia, o S. João, no Porto. Fui eu que entrei com ele na urgência e pela cara dos médicos após a TAC vi logo que o prognóstico não era o melhor. Disseram-me que naquela altura não havia nada a fazer por ele e que a operação não estava sequer a ser equacionada.”
A primeira noite só serviu para agravar um estado clínico já muito delicado. Foi aí que a equipa de neurocirurgiões decidiu avançar com uma operação experimental que nada garantia. “Quase como um case study, quase como uma experiência”, volta a explicar Raquel. A metáfora futebolística voltava a entrar em cena. No chamado jogo da vida, o adepto do FC Porto estava a perder nos descontos e não parecia haver recuperação possível. Mas, como diz o ditado, perdido por cem perdido por mil. A operação durou cerca de sete horas e correu bem. Ainda assim, a postura dos médicos manteve-se igual. Sem expectativas.
A passagem de ano chegou e 2011 começou por trazer más notícias também para o FC Porto. Logo a 2 de Janeiro, André Villas-Boas sofreu a primeira derrota da temporada, em casa com o Nacional (1-2) para a Taça da Liga. A alguns quilómetros de distância, o jogo de Alexandre ainda não tinha sequer chegado ao intervalo. O coma durou quase um mês e entre a passagem pelas unidades de cuidados intensivos, a de cuidados continuados e a ida definitiva para casa chegou-se a Julho.
Comum a todo este período foi a postura pouco confiante e sem esperanças dos médicos. “Foram-nos sempre dizendo que não estava previsto que ele aguentasse a operação. Depois não se sabia se acordava ou não. Ou seja, as expectativas para ele nunca foram as melhores. Não havia prognósticos por ser um caso muito complicado.”
SILÊNCIO Habituado a enervar-se com o futebol, a protestar com os árbitros, a viver e a respirar FC Porto, Alexandre Madureira esteve 384 dias sem dizer uma palavra. Deixou de haver “olá”, “bom dia”, “boa noite” ou “adeus”.
Até 14 de Janeiro de 2012. O FC Porto jogava no Dragão frente ao Rio Ave com dois pontos de atraso para o líder, o Benfica. Quando James Rodríguez inaugurou o marcador aos 42 minutos, Alexandre rompeu com o silêncio. Mais uma vez, a filha Raquel é a narradora: “Quando voltou a casa do hospital não ligava grande coisa ao futebol. Deixávamo-lo a ver jogos do FC Porto mas não ligava muito. Também, na fase inicial do campeonato, até eu adormecia a ver os jogos, por isso não o posso censurar. No início até brincávamos com a possibilidade de ele ter acordado benfiquista do coma, o que seria uma tristeza para uma família só de portistas. Nesse tal jogo foi muito estranho. Não estávamos nada à espera. De repente, o James marca o golo e ele disse “golo”. Não se limitou a dizer, cantou mesmo ‘gooolo!’ Foi mesmo com vontade. Pedi-lhe que repetisse e ele riu--se imenso. Foi de facto a primeira palavra que disse e foi bom. Foi um golo do FC Porto, foi um golo do James Rodríguez.”
Mais uma vez, o FC Porto pareceu reagir ao que se passava com o adepto. Foi também em Janeiro que Lucho e Janko chegaram e o futuro mudou de figura. Os dragões partiram para o título e Alexandre continuou a atingir metas na recuperação. Nas últimas semanas tem dito palavras novas e também já entoa cânticos do FC Porto, embora não se mantenha fiel a todas as palavras. Raquel aproveita para um aviso: “O João Ricardo Pateiro [jornalista da TSF que costuma cantar após os golos] que se cuide, porque com ele assim, a gritar golo e a entoar cânticos, ainda lhe vai roubar o lugar. Gosto muito do João Ricardo mas oxalá isso acontecesse...”
A família ficou surpreendida com a recuperação, mas não tanto como os médicos. “Eles ficam esmagados, acho que é a palavra certa, com a capacidade do meu pai. Dizem sempre que é um guerreiro, que é incrível, porque ninguém dava nada por ele. É a mais pura das verdades. Ninguém dava nada por ele e tem superado prova atrás de prova. Ficam sempre admirados com o que conseguiu fazer, como é conseguiu falar…”
O título do FC Porto, alcançado no domingo, teria de estar novamente no mapa da recuperação de Alexandre. A pouco mais de uma semana de fazer 66 anos [7 de Maio], não ficou indiferente à notícia. “No final, quando se apercebeu e lhe começámos a dizer que o FC Porto tinha sido campeão, e que tinha sido campeão no sofá, rasgou um sorriso enorme e até esteve muito atento à conferência de imprensa do Jorge Jesus”, continua Raquel, antes de fazer do pai um campeão à altura do FC Porto: “Ganharam o campeonato nacional ontem [no domingo] e ficaram-se por aí, mas acho que o meu pai, esta época, já ganhou a Champions. Já deu mais que provas na liga doméstica e é um campeão. Ele é que é um verdadeiro campeão. Pode ter mudado muita coisa na vida dele, mas uma das coisas de que mais gostava e de que mais gosta, que é de o FC Porto ser campeão, não mudou.”

in "ionline.pt"

Empresário de Rolando admite "desgaste" do jogador no Dragão

José Cardoso da Silva assume que este pode ser o momento certo para Rolando sair do FC Porto. O empresário deduz que a perda da titularidade seja uma medida disciplinar e não opção técnica.


Depois de no início da temporada ter manifestado vontade de deixar o Dragão, Rolando permaneceu, mas o empresário do jogador admite, em entrevista a Bola Branca, que o "desgaste" de quatro épocas faz deste um bom momento para a transferência.

"Já são quatro anos, há muito desgaste de ambos os lados e é normal que, nesta altura, o jogador esteja receptivo a qualquer proposta para o estrangeiro", assume Cardoso da Silva. Recordando que Rolando tem contrato com o FC Porto, o agente explica os interessados "têm que falar", em primeiro lugar, com o clube. 

A perda da titularidade nos últimos três jogos dos azuis e brancos não influencia o mercado, na opinião de Cardoso da Silva. O empresário considera que o motivo do afastamento é "disciplinar" e não de ordem técnica. "Deduzo que não foi uma questão técnica. Todos nós recordamos que ele não reagiu bem quando saiu com Académica e, por isso, penso que foi uma questão disciplinar", observa.

Cardoso da Silva esclarece, contudo, que o episódio está completamente ultrapassado e que Rolando "respeita as opções do treinador". A finalizar esta entrevista a Bola Branca, o empresário do internacional português manifestou, ainda, a expectativa de ver o jogador no Campeonato da Europa, no próximo mês de Junho, dizendo que essa possibilidade não inviabiliza um eventual negócio com o Porto, antes do início da competição.

Rolando está há quatro anos no FC Porto, depois de quatro épocas no Belenenses. Aos 26 anos, o central é opção regular nos convocados de Paulo Bento, na selecção portuguesa.


in "rr.pt"

Chelsea não desiste de Hulk

Apesar da notícia que aponta para a possibilidade de o PSG avançar com 72 milhões de euros pela contratação de Hulk, em Inglaterra garante-se que Roman Abramovich, patrão do Chelsea, não vai desistir das negociações com o FC Porto.

Garante-se então que Abramovich vai também avançar com nova proposta, alegadamente depois de no último verão ter visto o FC Porto recusar 63 milhões para a transferência do jogador.

Desta feita, no entanto, a parada terá obrigatoriamente que subir, pois ainda recentemente foi noticiado que o PSG está mesmo disposto a pagar 72 milhões pela contratação do incrível.

A dar força a esta notícia sobre a insistência do Chelsea está o facto de Abramovich ver em Hulk o substituto ideal de Didier Drogba, que está em final de contrato com os bluese muito dificilmente permanecerá no clube.


in "abola.pt"

Maicon: a grande vitória de Vítor Pereira


Brasileiro é um dos maiores símbolos da caminhada portista em 2011/12. Pai emocionado pelo sucesso do filho depois de dissipado o mar de dúvidas.


Escolher o maior símbolo do F.C. Porto de Vítor Pereira poderá não ser unânime, mas a presença de Maicon entre os «nomeados» é uma certeza. De mal amado a titular indiscutível. Se na temporada passada o brasileiro já foi muitas vezes utilizado mas não convenceu totalmente, a época 2011/12 foi de Maicon. 

Titular em 31 jogos, 19 deles no campeonato, trilhou o caminho entre a solução de recurso e a certeza absoluta com alguma desconfiança, mas com o apoio total de um homem: Vítor Pereira. 

Solução surpreende para a direita da defesa e, depois, opção regular no eixo. Termina a época no melhor momento de forma entre os defesas do plantel portista e deixa água na boca para a próxima época. Quem o conhece bem garante que 2012 vai mesmo ser o ano de Maicon. 

É o caso do pai, Maurides Roque, que não esconde o orgulho pela carreira do filho no F.C. Porto. Atendeu o telefone na pequena cidade de Planura e conversou com o Maisfutebolcom um discurso toldado pela emoção. 

«Esta época o Maicon saiu como herói da equipa do F.C. Porto. Não esqueço aquele golo que ele marcou na Luz que ajudou muito a equipa. Você não imagina o orgulho que é para um pai ver o filho triunfar desta forma», afirma Maurides Roque.

Sem evitar as lágrimas, o pai de Maicon lembra a fase mais complicada que o filho atravessou e contou como viveu tudo à distância, informando-se, muitas vezes, pelo Maisfutebol: «O que mais me custava era ir ao vosso jornal e ver lá comentários de pessoas a dizer que o meu filho não era jogador para o F.C. Porto. Cheguei a achar que não eram adeptos do F.C. Porto. Eu sabia que ele tinha valor e só precisava de tempo. Felizmente hoje está numa fase excelente.»

Já deu os parabéns ao filho, que até o acordou com a boa notícia. «Já estava na cama quando ele me ligou a dizer que o Benfica tinha empatado. Estava a sair para o Dragão. Dei-lhe logo os parabéns, claro. É uma alegria enorme», descreve. 

«Afirmação de Maicon tem dedo de Vítor Pereira»

A ascensão definitiva de Maicon começou pelo caminho menos provável: uma adaptação à direita da defesa, iniciada em Olhão, à 10ª jornada. O pai confessa que achou «ruim» de início, mas sempre disse ao filho para «dar tudo e cumprir o que o treinador pediu». 

«O mérito é todo de Vítor Pereira. Ele é que apostou nele. Está de parabéns por isso, porque o meu filho acabou por ser fundamental para o título. Houve dedo de treinador. Espero que ele fique no F.C. Porto. Até estava a ouvir o Pinto da Costa falar e ele não confirmou que ele fica, não é? Espero que fique, não tenho dúvidas», afirma Maurides Roque. 

O pai de Maicon é um conversador nato e abrange todos os temas: «O F.C. Porto agora precisa reforçar o ataque, que não pode viver só do Hulk. É preciso apostar, fazer uma boa equipa e quem sabe fazer boa figura na Liga dos Campeões. Sonho ver o meu filho campeão europeu.»

A seleção: Brasil primeiro, mas se Portugal quiser...

Ver Maicon na seleção é outro dos sonhos de Maurides Roque. «Ele tem tudo e os brasileiros não têm grandes defesas. É alto, joga bem de cabeça, é bom na antecipação. Tem tudo para ir à seleção», assegura o pai. 

E nem se importa que não seja o Brasil. «Já lhe disse, se Portugal quiser e lhe fizer um convite: aceita filho. Portugal é que te acolheu e deu tudo. Ficava feliz de o ver representar o nosso país irmão. Imagina: o meu filho com o Cristiano Ronaldo...», atira, entre risos. 

Para isso, Maurides Roque espera que Maicon mantenha a bitola na próxima época e deixe para trás todas as dúvidas. Que deixe de ser visto como um jogador de Vítor Pereira e passe a ser uma referência do F.C. Porto. E o pai despede-se com uma mensagem de futuro: «Espero também que você me ligue para o ano...depois de conquistarmos o tri!»

in "maisfutebol.iol.pt"

James Rodríguez destacado em Espanha

Depois do FC Porto se ter sagrado bicampeão nacional, em Espanha destaca-se James Rodríguez.

O jornal espanhol Marca faz uma extensa análise do jogador do FC Porto e considera-o «uma das figuras do campeonato dos dragões», destacando os 12 golos do colombiano em 24 jogos. 

Em relação a James na seleção colombiana, a Marca recorda que, no Mundial sub-20, o jogador marcou três golos e fez três assistências em apenas cinco jogos realizados. O diário espanhol considera-o uma das seis figuras de destaque do futebol colombiano da atualidade, juntamente com Falcao (Atlético Madrid), Pablo Armero (Udinese), Juan Zúñiga (Nápoles), Guarín (Inter de Milão) e Cuadrado (Lecce).

O jornal Marca garante ainda que o Manchester United segue os passes de James e que está apenas à espera do momento certo para o contratar.


in "abola.pt"

Caçada ao leão

HULK NUNCA MARCOU AO SPORTING PARA A LIGA



O título está confirmado e Hulk vai certamente entrar em campo mais relaxado frente ao Sporting. Por isso, em dia de festa no Dragão, nada como concretizar um objetivo pessoal: o Incrível nunca marcou aos leões para o campeonato.

Na memória coletiva do futebol português há-de ficar sempre o tento que o brasileiro, de 25 anos, apontou em Alvalade superando Rochemback em corrida.

Todavia, tratou-se de um duelo da Taça de Portugal. Dos clubes que atualmente competem na Liga Zon Sagres, só o Sporting e o Feirense não sabem o que é sofrer um golo do capitão portista.

in "record.pt"

Capital de confiança

IMAGEM DE VÍTOR PEREIRA SAIU REFORÇADA



O calendário ainda apresenta mais dois compromissos oficiais, mas os grandes objetivos já se acabaram. A duas semanas do fecho das oficinas no Dragão o tempo é de balanço e, simultaneamente, de definição, já com a próxima temporada em tempo de mira. Inevitavelmente, e com o mercado de transferências ainda em aquecimento, é a questão do comando técnico que ganha uma importância destacada entre as prioridades azuis e brancas.

Após as palavras de Pinto da Costa, anteontem, durante a festa da conquista do 26.º título de campeão nacional por parte dos dragões, tornou-se evidente que Vítor Pereira granjeia capital de confiança suficiente e que aponta à sua continuidade no Dragão. E tudo devido à sapatada dada pela equipa na segunda parte da temporada, nomeadamente após o fecho do mercado de inverno...

Pinto da Costa nunca despediu um campeão
"MODUS OPERANDI" DEIXA PISTAS

O “modus operandi” de Pinto da Costa na gestão da continuidade dos seus treinadores não contempla a dispensa de um campeão nacional com contrato em curso. Nestes 30 anos de presidência, nunca o dirigente despediu um treinador com vínculo ao clube, que tenha conseguido sagrar-se campeão nacional da época anterior e, com contrato vigente até ao final de 2012/13, Vítor Pereira enquadra-se neste perfil.

Se houve treinadores que não continuaram na Invicta depois de terem envergado a faixa de campeão, as suas saídas deveram-se a convites do exterior, final de contratos ou rescisões por parte dos técnicos. O caso mais recente de um treinador que venceu o campeonato e viu a sua aventura no Dragão terminar na época seguinte foi, como não podia deixar de ser, de André Villas-Boas. Tal como ele, José Mourinho, Bobby Robson e Tomislav Ivic prosseguiram as respetivas carreiras por convite de outros emblemas. Outros viram os seus ciclos terminar devido ao final dos respetivos contratos, não obstante terem saído do clube como campeões nacionais, como por exemplo Carlos Alberto Silva e António Oliveira.Já o holandês Co Adriaanse foi o único que rescindiu unilateralmente no início da sua segunda temporada, depois de se sagrar campeão.

Tabu.

Ainda assim, Pinto da Costa manteve ontem o tabu sobre o futuro de Vítor Pereira. “Se fosse responder a isso ia retirar a possibilidade de alguns jornais terem notícias para inventar. Assim vão-se entretendo”, respondeu, lacónico, em declarações prestadas à Antena 1, quando se dirigia para o funeral da antiga glória portista, Francisco Nóbrega.

in "record.pt"

Hugo Laurentino "Títulos ganham-se na defesa, ataque é para os adeptos"


Ainda não acabou o campeonato e o FC Porto já é campeão, festejando, 52 anos depois, o segundo tetra da história. Hugo Laurentino, há 12 anos de dragão ao peito, é um dos jogadores-chave, mas ele diz, do alto da sua humildade, que o segredo está na união.


Quando vos começou a cheirar a tetra?

Quando acabou a primeira fase e éramos líderes e as outras equipas é que tinham de trabalhar para nos conseguir alcançar, começámos a sonhar. Na segunda fase, quando fizemos os dois jogos, com o Benfica e com o Sporting, que são os nossos adversários mais diretos, essas duas vitórias deram-nos uma margem de manobra maior. Era quase impossível o título nos fugir com a vitória caseira frente ao Benfica. Ir a casa do Sporting ganhar era difícil, mas não era impossível.

Benfica e Sporting foram os principais obstáculos? E o Madeira SAD?

Perdemos na Luz, em casa do Sporting e ainda faltam três jogos e não sei o que pode acontecer. Com o Madeira empatámos dois jogos. E é verdade, o Madeira e o Águas Santas foram adversários difíceis.

Este foi o campeonato mais difícil dos quatro?

Talvez um dos mais saborosos. Entrámos na história do clube. Somos a segunda equipa a fazê-lo e podemos fazer história novamente se conseguirmos o penta. Mas este não foi o título mais difícil. O primeiro, sim, por ter sido o primeiro e por ter sido disputado no play-off.

Qual o momento mais marcante deste tetra?

Começámos mal com a derrota na Luz. Quanto ao Sporting, a derrota não estava prevista, nem a da Taça e esta final foi um dos momentos menos bons, porque um dos nossos sonhos é a dobradinha, que foge sempre no último momento.

Como fazem para reagir às adversidades?

Este ano raramente a nossa equipa esteve completa. O Wilson, o Gilberto, o Moreira, o Dario estiveram lesionados; o Tiago Rocha castigado logo no início; o Daymaro só chegou em dezembro; o quintana esteve dois meses sem jogar; o Elias chegou a meio, mas conseguimos ultrapassar sempre esses momentos com união. O nosso companheirismo é fabuloso. 

O que tem o FC Porto que os outros não têm?

Uma das diferenças está nos jogos em casa. Há quanto tempo não perdemos em casa? Há alguns 59 jogos. A forma de trabalhar dos outros é que talvez tenha de mudar.

Qual o vosso segredo?

O nosso segredo tem sido sempre o mesmo: trabalho e respeito pelo adversário, qualquer que seja. A forma de trabalhar e a forma como encaramos os jogos é sempre igual. E o nosso ponto forte é a defesa. O treinador diz que os campeonatos se ganham na defesa e que o ataque é para os adeptos. Se fizermos uma boa defesa, o ataque vai sair com mais fluidez e tranquilidade.

Nos últimos três anos o Benfica vem investindo, mas falhando o objetivo do título. Contratou ao FC Porto um guarda-redes e dois laterais. Como analisa o rival?

Gosto mais de pensar no FC Porto. Isso é um problema deles.

"Obradovic é um amigo e 100% profissional"


A equipa sentiu no final da fase regular que o título dificilmente fugiria, mas o treinador Ljubomir Obradovic, zangado, disse, após a receção ao Madeira, que é proibido festejar por antecipação e que esse espírito provocou o empate. Concorda? Foi isso que ele vos disse?

Não foi por relaxe. Não soubemos controlar o jogo, talvez por falta de experiência. Foi um jogo que nos correu menos bem. Mas ele disse-nos que uma equipa que quer ser campeã não pode falhar nesses momentos. Não podemos ter uma vantagem de sete golos e nos deixar empatar.

Como definiria este treinador de ar sério, pouco comunicativo?

É nosso amigo fora do jogo. Pode ser mesmo o nosso melhor amigo. Falamos com ele, ele brinca connosco e nós com ele. É cem por cento profissional. Trata todos por igual. Quando chegou não estávamos tão habituados à forma de ser dele. Mas adaptámo-nos a ele e ele a nós. Sei que para as pessoas de fora, às vezes, é um pouco estranho, mas é a maneira de ser dele e temos de respeitar.

Ele também festejou?

Claro que sim. Fomos todos para o café ao lado do pavilhão do Águas Santas. Comemos, bebemos cerveja e ele era um dos principais intervenientes e estava sempre na brincadeira com toda a gente. É uma boa pessoa.


"O selecionador não pode apontar-me nada"


Diz a estatística que é o guarda-redes mais eficaz do campeonato, mas apesar disso não joga na seleção. É uma mágoa?

O selecionador não pode apontar-me nada. Quando chego à seleção trabalho da mesma maneira como trabalho no clube. Se ele pensa que o Hugo Figueira é o guarda-redes que deve jogar, só tenho de aceitar. Quando ele achar que é a minha altura de ajudar, vou dar o meu melhor. Não tenho nada contra o Hugo Figueira. Toda a gente sabe que ele é um excelente guarda-redes e tem demonstrado.

Estranha que uma equipa tetracampeã tenha apenas um internacional titular?

É estranho. Praticamente os jogadores do FC Porto não integram as principais opções, a não ser o Tiago Rocha. No Porto, estamos habituados a ganhar e quando sentimos que não fazemos parte dos planos, custa-nos um pouco.

Como vê as sucessivas fases finais falhadas pela seleção?

Aos jogadores portugueses falta-lhes a experiência da Liga dos Campeões. E falta a Portugal fases finais de europeus e mundiais, também um pouco por azar, porque no apuramento um ano calhou-nos a França, noutro a Espanha. Foram jogos difíceis e sabemos que ambas estão um pouco acima de nós.

A Liga dos Campeões tem sido um enguiço para o FC Porto...

Na Eslováquia, fizemos um jogo fantástico contra o Presov. Poucos ganham em Presov e nós ganhámos. Mas contra o Partizan de Belgrado fomos abaixo fisicamente. Adorava jogar uma Liga dos Campeões. Li, há dias, uma entrevista do Carlos Resende em que ele dizia que quando era jogador o que o levou ao ABC foi a possibilidade de jogar na Liga dos Campeões e que cresceu a jogar esta prova. É o que nos falta.

Também faltou a Taça de Portugal e com ela a dobradinha...

Nas meias-finais tivemos um jogo mais duro do que teve o Sporting e o cansaço notou-se na final. Estivemos sempre a ganhar, mas perdemos nos últimos lances.


Perfil


Hugo Laurentino, natural de Évora, cedo deu nas vistas e não escapou ao faro do dirigente José Magalhães. Aos 16 anos já jogava no FC Porto e ainda na formação já ganhava títulos. Perto de completar 28 anos, o melhor guardião do campeonato, dragão de ouro em 2010, está definitivamente enraizado na Invicta, da qual se diz "impressionado pelas gentes acolhedoras" - "Ajudam facilmente uma pessoa que não conhecem, como se fosse um amigo". Em junho, vai dar o nó e a sua vida correrá entre Porto e Ovar, cidade da namorada Ana. O andebol ocupa-lhe os dias, tanto que interrompeu o curso de fisioterapia, restando-lhe pouco tempo para outros hobis, embora encontre sempre agenda para a sesta, velho hábito alentejano que, assegura, o ajuda "a renovar energias".

in "ojogo.pt"



Defour: "É um título especial"

Na ressaca do título, Defour contou as emoções vividas no Dragão. "A festa não estava preparada, mas foi linda. Agora, a grande festa será com o Sporting", referiu em declarações ao "voetbalnieuws". Apontando ao futuro, mostrou-se ambicioso. "Participei em quase todos os jogos, como titular ou suplente e nas últimas semanas estive bem. Não tenho razões de queixa. Quero ser titular e não ficarei satisfeito com outra coisa na próxima época, referiu. Janko também falou à Imprensa do seu país e não encontrou palavras para descrever o que sentiu. "Nem consigo explicar. Quando começamos a chegar ao estádio já havia por lá milhares de adeptos, que comemoraram o título connosco. Estou ansioso pelos próximos dias e ainda mais animado relativamente ao futuro", referiu, fazendo um pequeno resumo sobre os meses no FC Porto. "Quando cheguei tínhamos quatro pontos de desvantagem. Cumpri a minha parte e contribui para a eliminação dessa diferença", afirmou.


in  "ojogo.pt"

"Vítor Pereira fica? Vou deixar isso no ar"


No dia seguinte à conquista do campeonato, Pinto da Costa voltou a não querer confirmar a continuidade de Vítor Pereira na próxima época. Em declarações à Antena 1, o presidente portista contornou a questão com ironia. "A próxima época com Vítor Pereira? Essas coisas são... Se eu fosse responder a essa pergunta, ia retirar a possibilidade de alguns jornais terem notícias para inventar. Portanto, deixo isso no ar porque eles assim vão-se entretendo", limitou-se a responder. Esta não foi, no entanto, a primeira vez que Pinto da Costa foi confrontado com esta pergunta, tendo-se quase sempre limitado a responder com ataques aos principais críticos do treinador. Ontem, não fugiu à regra, mesmo quando, na véspera, Vítor Pereira anunciou a intenção de conquistar mais troféus ao serviço do FC Porto. "Sinto que este é o meu destino e hei de dar a este clube muitos mais títulos", referiu o treinador durante as celebrações do título. Certo, para já, é que Vítor Pereira tem mais um ano de contrato com o FC Porto, e que Pinto da Costa voltou a não confirmar a continuidade do treinador na próxima época.
O presidente do FC Porto confessou ainda que não acordou com a voz "rouca", porque não tinha "gritado" na festa da véspera. "Estou pronto para iniciar mais um dia", preferiu afirmar, antes de abordar a preparação da próxima temporada. "Já estamos a pensar nisso há muito tempo. Não é agora, no fim do campeonato, e por ele estar garantido, que íamos começar a preparar a próxima época. Mal de nós se só fôssemos pensar na próxima época agora. As épocas preparam-se com muita antecedência e a próxima já está a ser preparada há muito tempo", referiu, sem nunca abordar possíveis movimentações de mercado.

Homenagem ao passado


O dia seguinte à conquista do título foi vivido por Pinto da Costa entre a "tranquilidade" e a "infelicidade" pela partida de dois amigos. "Tenho dois funerais, um de um antigo jogador, o Francisco Nóbrega, que foi um dos grandes jogadores do FC Porto. Naturalmente, os festejos de ontem não impedem que estivesse presente no seu funeral, até como forma de prestar homenagem a todos os que no passado ajudaram a construir este FC Porto de hoje", afirmou.

in "ojogo.pt"

Primeiro a ganhar em ano de estreia


Saiu André Villas-Boas, entrou Vítor Pereira. No início desta época, Pinto da Costa encontrou uma solução inédita nestes seus 30 anos de presidência: escolheu um treinador que nunca tinha orientado uma equipa na primeira divisão. Foi o caso de Vítor Pereira, que trazia no currículo de treinador principal trabalhos em clubes de divisões secundárias (Sanjoanense, Espinho e Santa Clara). Resultado: tornou-se também no primeiro treinador da história do FC Porto a conquistar o título de campeão nacional no ano de estreia absoluta num campeonato principal.
Mais há mais. Se analisarmos a história do futebol português, Vítor Pereira é apenas o quarto treinador a conseguir este feito, sendo que o anterior tinha sido Fernando Cabrita, no Benfica, na longínqua temporada de... 1967/68, ele que tinha orientado, antes de chegar à Luz, apenas o Unhais da Serra e o Portimonense nas divisões secundárias. Para o registo, refira-se que os outros dois treinadores foram o antigo internacional inglês Bob Kelly, campeão no Sporting em 1946/47 depois de ter trabalhado no Carlisle United e Stockport County, e Juca, que também conquistou o campeonato para o clube de Alvalade, em 1961/62, no ano de estreia como treinador principal.
Na história mais recente do FC Porto, mas também do campeonato português, André Villas-Boas até acaba por ser o caso mais parecido com o de Vítor Pereira, uma vez que chegou ao Dragão depois de uma curta experiência de sete meses na Académica. No entanto, trazia com ele muitos anos de trabalho com José Mourinho... Mais do que as opiniões, para o caso interessam os factos, e esses demonstram que Pinto da Costa conseguiu transformar uma dúvida - é inegável que, no início da época, muitos foram os que duvidaram das capacidades Vítor Pereira -, num treinador campeão. Mais: apesar das críticas, sobretudo em momentos negativos da época, como foram os casos das eliminações na Liga dos Campeões e Taça de Portugal, ou ainda quando o FC Porto teve cinco pontos de desvantagem para o Benfica na Liga, Pinto da Costa manteve-se sempre firme na sua aposta inicial e de... risco. No final, voltou a ganhar um campeonato, o 26º da história do clube, enquanto Vítor Pereira tornou-se no 16º treinador a fazê-lo no FC Porto.

Melhor do que Adriaanse e Jesualdo


Ainda que muita gente questione os méritos da conquista deste campeonato por parte do FC Porto, sobretudo se for comparado com o anterior, a verdade é que os números de Vítor Pereira estão entre os melhores dos últimos anos. Estranho? Pode parecer, mas é a verdade. O atual treinador portista tem uma percentagem de pontos conquistados de 82,1 por cento, podendo chegar aos 83,3 se vencer os dois jogos que faltam. Um registo superior ao do FC Porto de Co Adriaanse e Jesualdo Ferreira. Ambos ficaram abaixo dos 80 por cento quando conquistaram os respetivos campeonatos.
Se isso acontecer, Vítor Pereira levará o FC Porto ao 29º lugar entre os melhores campeões de sempre. O Benfica de Trapattoni, recorde-se, tem o pior registo entre os vencedores da prova, com 63,7 por centos de pontos ganhos. Porém, mesmo vencendo o Sporting e o Rio Ave, Vítor Pereira não conseguirá atingir os valores de Villas-Boas (2010/11) e José Mourinho (2002/03)


3 questões: Manuel Machado, Treinador

"Há treinadores que falharam no FC Porto"


1 Vítor Pereira conviveu toda a temporada com a crítica. Como se contorna esta situação?

No futebol temos que saber viver com a crítica. Hoje, mais do que nunca, e com os múltiplos meios de comunicação social que existem, a crítica é ainda mais visível. A melhor resposta a isso passa por apresentar rendimento e, nesse particular, Vítor Pereira tem um bom argumento: a conquista do título de campeão.


2 Muito se fala dos méritos da estrutura do FC Porto. Afinal, qual é o mérito de Vítor Pereira nesta conquista?

O FC Porto não é sempre campeão e alguns treinadores já falharam, ao contrário do Vítor. Ele conseguiu contrariar a crítica negativa. A equipa apresentou um futebol menos vistoso do que tinha sido habitual, embora a nota artística seja sempre algo discutível, mas, no final, conseguiu o mais importante, ser campeão.


3 Qual foi a diferença entre o FC Porto e os outros concorrentes à conquista do título?

O Benfica foi o principal adversário do FC Porto e a diferença entre os dois esteve no rendimento apresentado. O Benfica demonstrou, em alguns momentos da época, um futebol mais agradável, mas em termos de rendimento os portistas foram superiores. Acho que foi o pragmatismo do FC Porto que fez a diferença.


Treinadores campeões nacionais no FC Porto


Vítor Pereira 2011/12
Villas-Boas 2010/11
Jesualdo Ferreira 2008/09
Jesualdo Ferreira 2007/08
Jesualdo Ferreira 2006/07
Co Adriaanse 2005/06
José Mourinho 2003/04
José Mourinho 2002/03
Fernando Santos 1998/99
António Oliveira 1997/98
António Oliveira 1996/97
Bobby Robson 1995/96
Bobby Robson 1994/95
Carlos Alberto Silva 1992/93
Carlos Alberto Silva 1991/92
Artur Jorge 1989/90
Tomislav Ivic 1987/88
Artur Jorge 1985/86
Artur Jorge 1984/85
José Maria Pedroto 1978/79
José Maria Pedroto 1977/78
Bela Guttmann 1958/59
Dorival Yustrich 1955/56
Mihaly Siska 1939/40
Mihaly Siska 1938/39
Joseph Szabo 1934/35

in "ojogo.pt"



"A festa arrepiou"


Os nomes deles não aparecerão na lista dos campeões nacionais 2011/12, mas Kelvin e Christian Atsu reclamam também uma parte da conquista. "Temos contrato com o FC Porto e ajudámos na pré-época. Também nos sentimos campeões", explica de forma desinibida o primeiro. "E se não tivéssemos empatado com o Benfica, o FC Porto ainda não tinha festejado", completa o segundo. Argumentos deste peso não podem ser rebatidos. O JOGO juntou e conversou com a dupla que infernizou o Benfica e lançou os foguetes para que a nação portista celebrasse. "Infelizmente nós só festejamos em casa e de forma comedida. Não foi o que queríamos, pois estamos no Rio Ave e ainda precisamos de pontos para não descer. Temos de respeitar", explicou Kelvin. "Mas vi tudo na televisão. Já era tarde e estavam tantas pessoas. A festa até me arrepiou. Quis estar lá", contou o brasileiro. Atsu concordou com a cabeça. Também ele se sentiu arrepiado e com muita vontade de subir à varanda do Dragão. "É o meu objetivo para a próxima temporada", atirou.
O ganês tem mais um ano de FC Porto do que o brasileiro. Talvez por isso sinta o clube de forma especial. Na época passada ainda foi convocado por Villas-Boas para a última jornada da prova. Agora esteve na iminência de fazer parte do plantel. Não conseguiu, mas quis o destino que fosse decisivo. "Quando entrei em campo pensei no Rio Ave, mas também no FC Porto. As duas coisas eram importantes para mim. Queria fazer o FC Porto feliz e aquele era o momento certo para isso. Senti que os adeptos portistas precisavam de mim. Por isso dei tudo", explica. Kelvin não sentiu qualquer chamamento. Aliás, quando entrou em campo até só pensou no Rio Ave. "Mas quando terminou pensei que o Benfica não podia mais ser campeão. Então festejámos", sorriu.
Os planos para fazerem parte da festa já estavam feitos de véspera. Mais do que momentos de inspiração, os golos com que abateram as aspirações do Benfica (Atsu marcou, Kelvin assistiu) tinham sido planeados ainda no estágio. "Ficámos no mesmo quarto e combinámos jogar com determinação para ajudar Rio Ave e FC Porto", contou Christian. Mas foi Kelvin a fazer a grande revelação. "No hotel, ouvimos o presidente [Pinto da Costa] dizer que não queria ser já campeão. Então combinámos estragar-lhe os planos. E acabou acontecendo", brincou, por saber que esta tirada Pinto da Costa levará a mal. E Atsu também está certo de que o presidente vai compreender a "partida". "Quando o vi na televisão a festejar parecia feliz. Por isso, não deve ter levado a mal", brincou também.
Mais a sério, o ganês não duvida que o quinto golo que marcou no campeonato foi o melhor da carreira. "Deu um ponto muito importante ao Rio Ave. Foi com o Benfica, contra quem não é fácil jogar. Além de marcar, também joguei bem. E ainda ajudei o FC Porto. Melhor era difícil", frisou. Os adeptos do FC Porto devem concordar com ele.

Hulk é o herói comum mas não o mais próximo


Se há um jogador que Kelvin e Atsu consideram ter sido preponderante nesta conquista do FC Porto é Hulk. O Incrível é o herói e, para ambos, o melhor jogador dos azuis e brancos. "Marca golos, faz muitas assistências, trabalha para a equipa, remata bem, dá o melhor pelo clube. É difícil alguém o parar", justifica o ganês. Kelvin acrescenta as qualidades humanas do compatriota. "É um jogador extraordinário, muito técnico, dos que vão para cima de todos. Gosto muito do estilo dele. Mas como pessoa também é incrível. É humilde, tranquilo, fala com toda a gente e fora de campo nem parece ser jogador de futebol", elogiou. Ontem fez questão de lhe ligar a dar os parabéns. Mas primeiro mandou mensagem a Alex Sandro, o jogador de que mais se aproximou na pré-época. Atsu fez o mesmo com Djalma, também africano e extremo, e com o qual se identifica.


"Basta uma oportunidade"


Obcecado por tornar-se internacional ganês, Christian sabe que "só é possível se estiver no FC Porto." Também por isso trabalha focado no regresso, que espera ser já na próxima época. "Não sei se já mereço um lugar. Jogar no FC Porto não é nada fácil. Resta-me trabalhar árduo para isso, sabendo que ainda me falta muito para ser titular da primeira equipa", explana.
O banco não o assusta, pois acredita muito no seu valor. "Estar no banco não significa muito. Acredito que um jogo pode mudar tudo. Basta uma oportunidade. Se ma derem, posso mudar essa condição. Por isso não tenho medo de chegar e começar no banco", justifica, embora salvaguarde que a equipa B não será uma solução. "Toda a minha vida meti na cabeça que trabalhava para a primeira equipa e não para a B. Tenho de estar na primeira liga", reclama o Messi africano, como lhe chama Kelvin, por "ninguém o conseguir segurar."
Sobre o campeonato, em que acha que o "Rio Ave merecia estar melhor colocado", não tem dúvidas em considerar o seu FC Porto um justo campeão. "Jogou bem, trabalhou sempre forte, mesmo nos momentos mais difíceis. E esteve mais semanas em primeiro lugar", resumiu.


"No Brasil não se marca"


Com 13 titularidades em 26 jogos disputados pelo Rio Ave, dois golos e outras duas assistências, Kelvin está longe dos números do amigo Atsu (21 vezes titular, cinco golos e quatro assistências). A necessidade de se adaptar ao futebol português é a explicação. "Não joguei tanto como queria, mas o futebol português é totalmente diferente do brasileiro. Pude aprender muita coisa, mas ainda não estou completamente. Faltam-me algumas coisas na marcação. No Brasil o avançado não tem de marcar", frisou.
Ainda assim, sente-se pronto para voltar e, ao contrário de Atsu, admite jogar numa futura equipa B do FC Porto. "Quero procurar o meu espaço no plantel. Sei que, tal como o Christian, tenho capacidade e cheguei aqui pelo mérito. Agora tenho de procurar mais objetivos. Estando no plantel principal já estaremos a aprender muitas coisas. E jogar na equipa B significa que um dia terei oportunidade de jogar na A", considera.
O facto de a equipa portista se ter mantido "igual a si própria" foi decisivo para ser campeã. "Teve alguns tropeções, mas o título é justo. Jogou sempre da mesma forma e isso é meritório", vinca.


Curiosidades


Irmão africano

O pai de Kelvin diz que Atsu é o irmão africano do brasileiro. Este concorda. "No Rio Ave ou no shopping, passamos o dia juntos. Atsu é uma grande pessoa e um grande jogador. Terá um futuro extraordinário se continuar com esta cabeça. Desejo-lhe tudo de bom", diz.

Cabeça para Kelvin

Atsu concorda que Kelvin é um irmão para si. E é por ter confiança que o aconselha: "Diz muitas piadas e está sempre a rir. Com este talento, tem tudo para ser um grande jogador. É só meter na cabeça que é isto que quer. Às vezes estamos em baixo e é preciso ser forte psicologicamente"

Famoso no Gana

Antes de conversar com O JOGO, Atsu falou com a mãe, que no Gana está "muito orgulhosa" pois nas rádios já falam dos golos do craque "especialmente ao Benfica e ao Sporting." Por isso, nem estranhou que alguns jornalistas do país já lhe liguem de vez em quando.

Cabelo foi aposta

Agora com tranças, Kelvin teve durante muito tempo uma crista na cabeça que o fazia parecer Neymar. Mas os culpados foram os ex-colegas no Paraná que, por causa de uma aposta, o obrigaram a viajar assim para Portugal.

Parabéns do dragão

O FC Porto não deixou passar em claro as boas exibições dos dois jogadores cedidos ao Rio Ave. No final do jogo, o team-manager para os emprestados telefonou a cada um para dar os parabéns.

Facebook diferente

Os dois são fãs de redes sociais e usam o Facebook diariamente. Atsu diz que é para falar com os fãs e a família. Kelvin também, mas Atsu acusa-o de ser por causa do assédio feminino!

Cinema vs Playstation

Fã de cinema, o ganês é capaz de ficar horas em casa a ver filmes. "Avatar" é o filme preferido, mas nem por isso é bom na ficção. É que se em campo tem sido melhor que Kelvin, na Playstation perde sempre. "Eu era o Rio Ave e ele o FC Porto. E até assim ganhei", goza o brasileiro.

Pré-época garantida

Não há respostas definitivas do FC Porto, mas as indicações recebidas ao longo da época dizem a Kelvin e a Atsu que vão fazer a próxima pré-época. Depois depende deles, reconhecem.


Troféu deve ser entregue no clássico


O FC Porto deverá receber a taça de campeão frente ao Sporting, jogo no sábado às 20h30. Ainda não existe confirmação oficial, mas tudo indica que a Liga de Clubes entregará mesmo o troféu já na próxima jornada. O ponto 2 do artigo 97 do regulamento da competição diz que "o troféu poderá ser entregue imediatamente a seguir ao final do jogo no qual o clube se sagre campeão da competição, independentemente de esse jogo ter ou não lugar na última jornada da competição". Ora, o FC Porto foi campeão no sofá pelo que restam duas jornadas para receber a taça, fazendo mais sentido que isso aconteça no Dragão.

in "ojogo.pt"