segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

P. Ferreira-F.C. Porto, 0-3 (destaques)

Nico Otamendi, a alma do dragão na Mata Real


Otamendi, alma azul e branca
O lugar é dele. Ponto. Devidamente maturado, confortável na nova roupagem, mostra jogo após jogo a sua inatacável qualidade. Mais um golo, o segundo em quatro dias, agora num excelente cabeceamento. É um central mais equilibrado do que Maicon, provavelmente mais concentrado também. Sem ser alto, raramente perde um duelo nas alturas; sem ser absurdamente veloz, não se deixa bater no um para um e em velocidade. É um atleta corajoso, conforme provou ao dar o corpo a um remate fortíssimo de Mario Rondon, aos 34 minutos. Bela descoberta do F.C. Porto, bela opção para a consolidação do quarteto defensivo. Tem alma e comportamento de dragão. 

Sapunaru e Alvaro Pereira, laterais de luxo
Jorge Fucile foi dos melhores contra o CSKA Sófia. Pois bem, Sapunaru não podia ter respondido melhor à ameaça do uruguaio. É o que dá ter duas opções credíveis para o mesmo lugar. Quem diria que este é o mesmo romeno das épocas passadas! O que era apatia agora é genica, o que era indecisão é critério, o que erasouplesse é agora raça. Mal o Porto marcou foi a correr buscar a bola à baliza do Paços. Intérprete maior da reacção azul e branca às palavras dos elementos pacenses. Alvaro Pereira merece também figurar nestas escolhas, principalmente pela qualidade patenteada na primeira parte. 

Falcao, voos especiais
Uma parte do melhor Falcao. Insinuação constante com o golo, diabólico nas movimentações e vertiginoso na abordagem aos lances pelo ar. Bola ao poste direito de Cássio, já de ângulo apertado, aos 15 minutos e cabeceamento imponente e ligeiramente desviado logo a seguir. Saiu ao intervalo, provavelmente por lesão, e a equipa não mais foi a mesma. É um jogador especial em todos os itens do jogo. 

Belluschi, mestre samurai
Pormenores tão belos quanto indecifráveis. Como é que ele faz aquilo? Uma e outra vez, o mais simples dos movimentos torna-se arte desconhecida deste Samurai. Grande dinâmica, entrega louvável, presença omnipotente do princípio ao fim. Esteve menos vezes do que o costume nas zonas de tiro. Faltou-lhe isso. 

Cássio, fechadura pacense
Decisivo no melhor período do F.C. Porto. Voo eloquente e palmada para canto numa cabeçada de Sapunaru; saída temerária e bloqueadora total dos intentos de Hulk. Tudo antes da meia-hora. Não teve uma única acção deficiente ao longo de toda a partida.

Mário Rondón, ameaça venezuelana 
Ameaça constante à serenidade do dragão. Não é originariamente um ponta-de-lança, antes um homem veloz e das alas. No Paços joga no centro e não pára um segundo. Teve oportunidades suficientes para fazer dois ou três golos. Um valor seguro a despontar na Mata Real. A selecção da Venezuela pode ajudá-lo a alcançar patamares de outra dimensão. 

Hulk, o penálti e pouco mais
Exibição salva pelos últimos cinco minutos: penálti bem concretizado em golo e assistência para Walter fazer o 0-3. Até aí tinha sido mais complicado do que genial, mais desequilibrado do que desequilibrador. Grande aos 30 minutos, ao seu jeito. Faltou-lhe mais decisão perante Cássio. 

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in "maisfutebol.iol.pt"

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