segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Este é o incrível Otamendi

Se Braga era para o FC Porto uma espécie de teste do algodão na caminhada para o título, não há como enganar nas conclusões: afinal de contas, apesar das dúvidas, o líder está bem e recomenda-se. Além da oitava vitória consecutiva na Liga, Villas-Boas somou ainda outra vitória paralela, tão ou mais importante, no campeonato das pressões que vai alimentando com Jesus. À parada e resposta das palavras de um e outro, num teste à resistência psicológica, vai-se seguindo o devido prolongamento em campo. Ontem também foi assim. O Benfica ameaçou, o FC Porto respondeu, e logo onde era suposto ter um adversário à altura. Não teve, mas isso explica-se já.

Agora, sem mais demoras, é preciso abrir alas a um protagonista improvável. Ou pelo menos, a um protagonista numa área improvável: Otamendi, o defesa que gosta de mandar, que gesticula energicamente nas indicações que vai dando, também sabe ser positivamente discreto na outra área, fugindo, sorrateiro, à vigilância dos defesas. O segundo golo, que até foi menos exuberante do que o primeiro, é bem capaz de ser o exemplo perfeito desse faro de golo que Otamendi vem apurando no FC Porto, ele que chegou a Portugal com apenas um no currículo e que, entretanto, em pouco mais de meia época, já acrescentou mais cinco. Não ter Falcao continua a ser um problema, detectado em movimentações de ataque que emperram, mas as coisas acabaram por se resolver bem. E houve ainda uma novidade perfeita para Villas-Boas: o Super-Fernando está de volta, limpando tudo e disfarçando um meio-campo (ou um Moutinho, se preferirmos...) menos enérgico.

O Braga, ou a sua quase ausência do jogo, não está esquecido. Aliás, é justo dizer que até enganou bem de início. Não só por ter Lima e Salino no onze, mas também porque arrancou a todo o vapor. Era suposto que o resultado do Benfica estimulasse o FC Porto a acelerar, naquela que seria uma descarga de adrenalina lógica para uma resposta sem demoras, e em vez disso surgiu um Braga espevitado. Calmos, calmíssimos, os portistas pareciam interessados em baixar o ritmo. E conseguiram. O problema é que, se isso era mesmo estratégico, faltava corrigir a displicência no passe, facto que foi mastigando o jogo, que correu sem grandes oportunidades e sem remates à baliza durante quase meia hora. Mais precisamente até um de Hulk esbarrar com estrondo na trave.

Enfim, acordaram. Ou, pelo menos, acordou o FC Porto, a tempo de preparar um golpe fatal em cima do intervalo. Duplamente fatal para Domingos: em pouco mais de um minuto, ficou sem Paulão e viu-se em desvantagem.

Lançar Hugo Viana para fazer companhia a Mossoró, abdicando de ter Salino ao lado de Vandinho, acabou por ser uma decisão óbvia cozinhada no balneário. O problema é que, pouco tempo depois, Vandinho também sucumbiu e Domingos esgotou as substituições, privando-se de responder com os argumentos de ataque que tinha no banco. Pior ainda: três minutos depois, o Braga sofria o segundo golo.

Nessa altura, o FC Porto estava, de facto, mais sólido e mais incisivo no ataque, porque Hulk, frágil na área, foi habilidoso na forma como soube fugir dela. Por vezes notou-se a ausência, porque ele não pode criar, ou cruzar, e ainda correr para tentar a finalização. Chama-se a isso a impossibilidade de estar em dois lugares ao mesmo tempo. Não estava ele, mas estava Otamendi, como já se disse, para emendar o livre com que Hulk furou a barreira.

Ponto final nas interrogações sobre o destino dos três pontos. Villas-Boas aproveitou para trocar Sapunaru, algo limitado, por Sereno e, sereníssimo, foi contando os minutos. Se calhar, até aproveitou para alinhavar as ideias que usaria depois no tal campeonato psicológico. A bola segue para Jesus, porque o FC Porto já fez, por antecipação do jogo com o Nacional, o que lhe competia na próxima jornada...

in "ojogo.pt"

1 comentário:

dragao vila pouca disse...

Tirando os primeiros dez minutos em que o jogo pareceu inclinado para o lado do Braga, embora a equipa bracarense tenha sido inconsequente e não tenha criado qualquer perigo para a baliza de Helton, o F.C.Porto acertou as marcações, espalhou-se bem no campo, pressionou alto, dominou, controlou e chegou ao intervalo a vencer, justamente, por um a zero, num excelente golo, à ponta-de-lança, de Nico Otamendi, a um minuto do intervalo. Para esse domínio portista contribuiu e muito, a boa prestação dos três médios que, muito subidos, matavam à nascença qualquer tentativa da equipa de Domingos poder sair a jogar, em transições rápidas, a sua arma mais perigosa. Fernando a jogar e a entregar bem, Moutinho a ajudar na recuperação e também, junto com Belluschi, na construção e na ligação com o trio de avançados, foram donos do meio-campo e contribuiram para quarenta e cinco minutos muito agradáveis do líder do campeonato.
Mesmo considerando que num remate de Hulk à barra e num grande tiro de Belluschi, que Artur fez uma grande defesa, o conjunto de André Villas-Boas podia ter chegado à vantagem mais cedo, também é verdade que o resultado pela diferença mínima, espelha da melhor forma o que foi o primeiro período do jogo.


A segunda-parte começou como tinha acabado a primeira: F.C.Porto a entrar forte a dominar, a criar perigo e logo aos cinco minutos, um grande remate de James para mais uma grande defesa de Artur a manter o conjunto minhoto no jogo. E foi assim, sempre muito mais Porto, que aumentou a vantagem, novamente por Otamendi e até podia vencer por mais um ou dois golos, que não viria nenhum mal à justiça do resultado. De realçar, também, os dois golos de bola parada, caso raro e por isso merece destaque.

Resumindo: grande vitória, grande Otamendi e uma exibição muito bem conseguida da equipa portista. Mais um passo, este de gigante, rumo ao, como disse desde a primeira hora, principal objectivo da temporada, a conquista do campeonato - a luz que se vê no fundo túnel que nos vai levar ao título, é cada vez mais intensa. E uma grande injecção de confiança para Sevilha. Como não somos fanfarrões, nem embandeiramos em arco, não puxamos dos galões e meus amigos, se há equipa que tem legitimidade para se por em bicos dos pés, somos nós. Como disse o nosso treinador quem vai em oito vitórias consecutivas; quem, em vinte jogos, ganhou dezoito; quem tem apenas sete golos sofridos e quarenta e seis marcados, podia gritar que é o maior, mas mais vale assim, não queremos do nosso lado prostitutos, vendidos, entrevistas de encomenda para lançar a confusão e desestabilizar. Neste momentos estamos felizes. Os porcos da bola, esses, estão a Kompensan e Rennie. Alguns, quando se olham ao espelho vêem aquilo que são: uns ratos de esgoto, uns sabujos, uns sem vergonha!


PS - O treinador do Benfica, levou CINCO no Dragão, estava na merda, mas bastou ganhar ao F.C.Porto para mostrar a sua dimensão de pobre de espírito, de gentinha sem nível e tentou pisar o F.C.Porto e o seu treinador. As suas declarações ficam guardadas para memória futura.
Mas Jesus só é assim, porque os prostitutos lhe dão corda, vestem a mesma camisola e depois, como acabei de ouvir na Antena 1, ainda culpam Villas-Boas por se defender.
Tenham dó, a vossa azia transparece em cada palavra... Penalty sobre Mossoró?! É melhor não dizer nada...

Um abraço