segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Villas-Boas sem mimos na hora das decisões

O desagrado de Hulk ao ser substituído, frente a Rapid Viena e CSKA Sofia, pode ser analisado superficialmente por quem preferir seguir essa via, mas as razões que estão a montante dessas reações do Incrível têm raízes bem mais profundas. É que, na época passada, Jesualdo Ferreira apenas substituiu o brasileiro por três vezes numa temporada onde, apesar do castigo subsequente ao túnel da Luz, ainda foi titular em 28 ocasiões em todas as competições.

Com Villas-Boas, não há mimos na hora de tomar decisões. Nos últimos 4 jogos, Hulk foi sempre substituído (Rapid, Nacional, Olhanense e CSKA), superando em apenas duas semanas o número de saídas de campo com que o camisola 12 teve de lidar em 2009/10.

De resto, mesmo as situações em que o professor decidiu que Hulk não deveria terminar o encontro em campo foram muito peculiares. Foram 3 jogos oficiais consecutivos, mas com um interregno forçado de permeio. É que o Incrível foi poupado 9 minutos frente ao V. Setúbal, a pensar na Luz, também foi rendido contra o Benfica e ao voltar de castigo, em meados de Fevereiro, também não terminou o desafio perante o Arsenal.

A partir dessa data, a 17 de fevereiro, abriu-se um ciclo de praticamente 7 meses até Hulk voltar a ser substituído, perante o Rapid, a 16 de setembro. Se ao mostrar-se agastado, o brasileiro pensava que estaria a condicionar as opções de Villas-Boas no banco, em encontros futuros, a realidade mostra que o tiro lhe saiu furado. Em concreto, o avançado azul e branco não cumpre os 90 minutos de um jogo desde a receção ao Braga, a 11 de setembro.

Memória

Curiosa é a forma como o protagonismo muda o comportamento dos jogadores. Quando chegou ao FC Porto, em 2008/09, Hulk teve de saltar do banco nos primeiros 9 jogos, foi titular pela primeira vez somente na derrota contra o Leixões, voltando a sentar-se no banco mais algumas semanas até se consolidar nas opções iniciais. Em 43 jogos realizados, foi titular em 28 e substituído em 13, quase metade das ocasiões, sem nunca ter reclamado.

in "record.pt"

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