sábado, 5 de fevereiro de 2011

Hulk sem pressa para sair

Sendo um dos jogadores menos conhecidos da convocatória do seleccionador Mano Menezes para o jogo particular que o Brasil vai disputar com a França, em Paris, na quarta-feira, o portal brasileiro Terra publicou um extenso trabalho sobre o avançado portista, que inclui também uma entrevista arrancada, segundo o jornalista, a ferros.

Numa altura em que é insistentemente observado por alguns dos principais clubes europeus, Hulk não nega o assédio, mas prefere concentrar-se unicamente no FC Porto. "Existem sempre especulações, mas não é bom pensar nelas. O importante é estar concentrado no FC Porto e fazer um bom trabalho. Deixo tudo para os meus empresários e só penso no FC Porto", disse. Experimentar outro campeonato europeu não é, nesta altura, uma obsessão para o camisola 12. "Já estou num clube grande da Europa, que ganhou a Liga dos Campeões e a Taça UEFA. Procuro dar o melhor no FC Porto. Se ocorrer uma transferência, que seja boa para todos. Mas repito: deixo tudo com os meus empresários."

Com uma média de golos incrivelmente superior à de Robinho, Pato e Luís Fabiano, só para citar alguns avançados brasileiros que actuam na Europa, Hulk começa a despertar atenção também no seu país. "Fico feliz com o reconhecimento. Devo tudo ao FC Porto, que me deu espaço para brilhar. Estando num clube grande, é fácil ser reconhecido se trabalhar bem", afirmou o internacional brasileiro. Nos últimos tempos, devido às lesões de Falcao, Hulk saiu da linha e experimentou a posição 9, nesta altura também algo carenciada na selecção brasileira. "No FC Porto é normal jogar nas duas posições. Joguei como ponta-de-lança e tentei dar o melhor. Procuro sempre o melhor no clube para poder jogar também na selecção. Seja como ponta-de-lança ou extremo, procuro marcar golos e ser reconhecido pelo Mano [Menezes]", explicou o jogador portista, que, lembra o portal, só tem menos golos do que Messi em 2011. Hulk voltou a lembrar também o castigo que o afastou 18 jogos, na época passada. "Ainda não se porquê. Não havia imagem que mostrasse uma agressão clara." Mas aprendeu. "Evolui bastante. Temos de procurar aprender com o que acontece de errado e com as coisas boas", rematou.

Fazer história na selecção do Brasil

Hulk prepara-se para somar a terceira internacionalização pela selecção brasileira. O sonho de se tornar um dos indiscutíveis do escrete ainda vem longe, mas está nos planos do avançado, que não se importa de ser praticamente um desconhecido no seu país. "Não ligo muito para os média ou em ser reconhecido. Quero fazer o meu trabalho no FC Porto e ser chamado para a selecção. A única preocupação que tenho é a de jogar bem. Sem dúvida que a selecção vai ajudar-me a ser reconhecido", disse o Incrível.

A razão para Hulk não ser um jogador conhecido no Brasil deve-se ao trajecto da sua carreira. "Tive que sair cedo do Brasil para jogar no Japão. Tinha 18 anos e passei três anos e meio naquele país. Foi uma grande aprendizagem, descobri muitas coisas, evoluí e tive a felicidade de ir para um grande clube da Europa", descreveu, explicando ainda a troca do Vitória da Bahia por um clube nipónico. "Quis ir para o Japão. É que a questão financeira era muito boa. Só tinha feito dois jogos no campeonato brasileiro. Após um ano de adaptação tudo foi uma maravilha." Passou seis meses no Kawasaky Frontale e foi cedido ao Consadole Sapporo, da segunda divisão, marcando 25 golos em 38 jogos. Subiu de divisão e brilhou no Tokyo Verdy antes de chegar ao FC Porto. O resto da história é conhecida.
Menos conhecida, talvez, é a história de quem descobriu Hulk. Foi Zé do Egipto, também referido na reportagem do Terra. "Foi há 13 anos e eu era dirigente do Campinense. O Francisquinho, o primo dele, chamou-me para vê-lo treinar. Naquela época jogava futsal e indiquei-o ao Corinthians. Ficou dois meses e não foi aproveitado", contou Zé do Egipto. Seguiu-se o Vilanovense, popular clube de Gaia agora chamado de Vila FC, uma experiência nas camadas jovens do São Paulo e, finalmente, o primeiro contrato profissional com o Vitória da Bahia.

Foi também mais ou menos a meio da sua formação que deixou de ser defesa-esquerdo para se tornar avançado.

in "ojogo.pt"

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