Jorge Jesus chamou-lhe "colaborador" de Villas-Boas, mas se há marca da qual Vítor Pereira tem procurado escapar é precisamente a do antigo treinador dos dragões. O espinhense procura um cunho pessoal que a equipa não terá assimilado por completo, mas não será fácil criar rotinas quando as opções flutuam tanto. Aqui, convergem questões de mercado, problemas físicos e opções técnicas, mas a verdade é que o FC Porto não repetiu um único onze. É uma confusão de nomes que se espelha a meio-campo, aqui residindo um contraste claro entre o que foi lei com Villas-Boas e tarda em fazer escola com Vítor Pereira. Em 9 jogos oficiais, 7 combinações iniciais de meio-campo, por oposição ao tridente que AVB repetiu por 7 vezes nos mesmos 9 encontros.
O peso do contexto não é dispiciendo, mas é inegável que o FC Porto da última época lançou alicerces com Fernando, Belluschi e Moutinho, sendo que o trinco e o português foram mesmo titulares em todos os jogos que servem de termo de comparação com este arranque de temporada. Moutinho mantém esse estatuto, mas tanto começou à direita como à esquerda e até chegou a fazer de pivô defensivo, no já célebre jogo contra o Feirense.
Dir-se-á que Vítor Pereira tem mais nomes para gerir, mas parece consensual o reconhecimento do mérito que Villas-Boas teve ao assumir uma aposta firme num tridente que criou rotinas e que embalou a equipa para um ciclo de vitórias que gerou confiança e permitiu a entrada mais assertiva de jogadores como Guarín, numa fase posterior da época.
Por outro lado, é bom lembrar que Villas-Boas não se inibiu de, no arranque de 2010/11, pôr travão em muitos jogos ao concluí-los em 4x4x2 losango ou 4x2x3x1. Vítor Pereira quer permanecer fiel ao seu sistema, mas se a sua ideia é resoluta, as suas opções reflectem muitas cabeças e muitas sentenças.
in "ojogo.pt"
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