sábado, 24 de setembro de 2011

O FC Porto um a um


Kléber cresce com a equipa a minguar...


Helton 6
Não foi obrigado a nenhuma defesa na primeira parte, o que passa um atestado de qualidade ao comportamento da equipa. Exibiu-se apenas para desfazer dois cruzamentos de Emerson, pelo que foi com surpresa que viu Cardozo na sua cara mal começou a etapa complementar. Mas se nada pôde fazer no primeiro frente-a-frente, cresceu quando o paraguaio voltou a surgir isolado (62'), negando-lhe novo empate. Indefeso no lance do 2-2 perante Gaitán.

Fucile 4
Quando teve de decidir, decidiu mal, e essa é uma cruz que tem de carregar nas contas finais deste clássico. Começou por desperdiçar um golo cantado (28'), por muito mérito que tenha tido no acompanhamento do ataque. Depois, e entre remates disparatados (44' e 86'), viu o Benfica castigar as suas dúvidas defensivas. Primeiro foi macio perante a insistência de Nolito no 1-1; depois deixou-se surpreender pelo arranque de Gaitán, que surgiu nas suas costas para empatar de vez o jogo.

Rolando 6
Sai penalizado pelos golos sofridos, ainda que tenha sido mais vítima do que réu nos lances que o Benfica soube aproveitar. Transmitiu grande serenidade durante o primeiro tempo, limitando-se a deitar um olho a Cardozo e a completar as suas acções com atrasos seguros para Helton. A quebra da equipa castigou-o sem o beliscar.

Otamendi 7
Parece um contra-senso exaltar um central de uma equipa que sofre dois golos. No caso de Otamendi, é justo que contornemos as conclusões precipitadas. O argentino soube gerir um amarelo visto logo aos 9 minutos, acertando o "timing" dos seus tackles e não se diminuindo perante o jogo. Pelo contrário. Não só cresceu no desarme como ainda se esticou até ao ataque, numa acção que não se esgota no 2-1. Empurrou a equipa, quando ninguém mais o fazia, saindo a jogar e criando desequilíbrios na defesa do Benfica.

Álvaro Pereira 6
Demorou 14 minutos até conseguir a primeira arrancada no terreno. Até então faltaram-lhe apoios e viu-se limitado pela presença de Nolito, que o acompanhou em permanência. Quando Jesus desviou o espanhol para a esquerda, levantou-se uma cancela que o uruguaio ultrapassou de imediato, empurrando a equipa para o ataque durante todo o primeiro tempo. Foi caindo com os minutos na etapa complementar e o amarelo (57') condicionou-o.

Fernando 6
O FC Porto queria começar a construir pelo trinco, mas Jesus tapou, com Witsel, a entrada da bola e Fernando, escaldado pelo último clássico no Dragão (0-2 para a Taça), fugiu do risco como o diabo da cruz. Forte no trabalho de sapa que o distingue, matou muitas linhas de passe, mas acusou depois a ausência de apoios que lhe permitissem estancar os ataques rápidos do Benfica.

Guarín 6
É certo que esteve na maior parte dos lances de perigo da equipa, assistindo até Kléber para o 1-0, mas não teve a intensidade que o colectivo pedia e a sua exibição acabou por se transformar numa montanha-russa. Realce, porém, para os momentos em que, pela sua dimensão física, empurrou o FC Porto para o ataque, aproximando-se mesmo do golo em duas ocasiões: aos 30' perdeu a oportunidade de rematar de primeira à entrada da área; aos 61' tentou um chapéu a que Artur respondeu com máxima atenção.

João Moutinho 6
Percebeu que Fernando estava tapado para iniciar o ataque e recuou vários metros para oferecer linha de passe aos centrais e sair a jogar. O encontro pediu-lhe sacrifício e Moutinho não se furtou, por muito que tenha sido evidente que, com o passar do tempo, o seu dom de omnipresença se esfumou. Para o FC Porto, essa foi uma das diferenças entre controlar a vantagem tendo a bola ou entrar num jogo de transições que castigou aqueles que pediam mais cabeça e menos pulmão.

Hulk 6
Decisivo para a supremacia portista na primeira parte, deu safanões na organização defensiva do Benfica que não deixaram pedra sobre pedra. Geriu o ritmo dos dragões com um magnetismo que desesperava o adversário e que empurrava a sua equipa para a baliza de Artur. Três remates até aos 25 minutos puseram as águias em sentido e indicaram o caminho, mas o relógio foi um inimigo que expôs a falta de frescura física do Incrível e condenou o FC Porto a ter de crescer no jogo sem a sua melhor unidade. Foi zero na segunda parte...

Varela 6
Revelou sintonia com Álvaro Pereira na melhor fase da equipa e foi decisivo no 2-1, servindo Otamendi, tal como já tinha assistido Fucile (28') para o falhanço da noite. Cumpriu, como é óbvio, mas também dele se esperava maior frieza na fase do aperto, congelando a bola e permitindo que a equipa respirasse.

Kléber 7
O avançado que muitos dizem ser curto para o FC Porto cresceu muito no clássico. O golo (37'), oportuno, é a face mais visível da sua exibição, enaltecendo o seu sentido de oportunidade. Mas Kléber foi mais do que um remate e do que um avançado preso entre os centrais, brilhando como pivô, firme de costas para a baliza, valente na forma como aguentou a pressão para deixar as linhas subir. É inglório que ao seu esforço e à sua melhor exibição não corresponda uma vitória.

Belluschi 7
Fresco, esperava-se que acrescentasse discernimento à posse portista. Não o conseguiu, o que esvazia a sua exibição.

Rodriguéz 3
Um par de boas arrancadas pela esquerda que tiveram tanto de empenho como de inutilidade.

Walter -
A oportunidade não "pintou", pelo que seria injusto julgá-lo por tão pouco.
in "ojogo.pt"

Sem comentários: