terça-feira, 24 de abril de 2012

Não olhar ao passado garante bom treinador


Em entrevista ao Porto Canal, Pinto da Costa passou em revista os 30 anos de presidente e reportou-se a todos os treinadores que passaram pelo FC Porto, mesmo aqueles que assinaram, como Mircea Lucescu ou Arsène Wenger, e que não conseguiram depois desvincular-se dos clubes onde estavam.
A fórmula para escolher um grande treinador implica arriscar. "Nunca olhei ao passado. Preocupa-me ver se tem capacidade. Sem risco ficavam sempre os mesmos. Só convivendo com as pessoas se descobrem os talentos", explica, exemplificando com a primeira grande descoberta: "Antes de o contratar, fui jantar com Artur Jorge."
Anos depois, Carlos Alberto Silva, "excelente pessoa", chegou porque "Carlos Alberto Parreira apareceu nos jornais." Robson "sabia tudo de futebol", mas já era uma certeza. E "foi por ele que Mourinho se tornou o que é hoje". Jesualdo Ferreira assinou porque "o clube precisava de quem valorizasse os jogadores". Villas-Boas também era conhecido. "Já Robson dizia que ele iria longe."

30 anos de histórias


Basileia garantiu Viena

"Na final de Basileia, com a Juventus, aprendi o que não se deve fazer. O hotel era no centro e estavam sempre a entrar adeptos, em festa. Na véspera os jogadores estavam preocupados em negociar contratos com marcas e nós próprios assinámos um. Nesse dia disse que haveríamos de voltar, mas para ganhar. E em Viena sim, isolámos a equipa e não estivemos em festa.

Primeiro banho de gente

"Depois de termos eliminado o Aberdeen e atingido a final da Taça das Taças, quando chegámos ao Porto o avião não pôde aterrar porque o público invadiu a pista. Não houve possibilidade de os deter, pois eram milhares e tivemos de ir aterrar a Lisboa. Foi chato. No dia a seguir viemos e voltou a ser uma loucura. Provou-se que, quando em 82 dizia que queria ir a uma final europeia, estava certo.

Robson acelerou viagem

"Quando cheguei a casa de Robson, para o convidar, ele estava a empacotar as coisas para voltar a Inglaterra. Disse-lhe que só tinha de as meter num camião e em três horas estaria no Porto. Ele recordou que tinha sido despedido. Então eu disse para ir imediatamente comigo, pois a mulher já estava em Inglaterra e as coisas até já estavam empacotadas.

Gomes contra o Gijón

"Depois de ter acordado o regresso do Gomes por 20 mil contos, ele voltou de uma lesão grave e marcou três golos. Como não estava assinado, esperei que o presidente não falhasse. Então ligou-me e disse que queria os 20 mil em 'cash'. Falei com o banco e disse que trazia o aval de um dos melhores clientes. Quando o Gijón chegou, pensou que ia levar novamente o Gomes, mas levou um cheque.

in "ojogo.pt"

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