Vítor Pereira convocado para realizar um final de época perfeito, fica habilitado agora a lidar com a superação a todos os níveis depois de cavada distância de quatro pontos para o líder.
A fasquia está a nível altíssimo, talvez mesmo inultrapassável, porque os dragões têm pela frente calendário de elevada dificuldade e, além disso, atacam a fase final da época numa perspetiva intimista que faz apelo à desilusão. É tudo muito simples e direto: neste século XXI, sempre que os dragões ultrapassaram a 23.ª jornada como líderes isolados foram campeões nacionais; quando isso não aconteceu deixaram escapar o título, duas vezes para o Benfica, uma para o Sporting e outra para o Boavista.

Apesar deste super desafio que se coloca ao treinador portista, a verdade é que, de uma forma geral, assiste-se este ano a uma repetição do que aconteceu em 2011/12. E o FC Porto até surge em plano ligeiramente... superior. À passagem pela 23.ª jornada os dragões somavam 56 pontos, desta vez contabilizam 57. A questão essencial é que se assistiu a um largo crescimento do Benfica, que soma agora mais seis pontos relativamente a período idêntico do ano passado...
Mas Vítor Pereira lida também com o passado riquíssimo que o FC Porto construiu neste século e agora cada vez mais com a suspeita de que não poderá melhorar o percurso dos últimos dois treinadores que passaram dois ou mais anos no dragão: José Mourinho foi bicampeão, Jesualdo Ferreira consagrou-se com o professor do tri.
Pese embora todas as dúvidas que se colocam relativamente ao futuro do treinador e de uma renovação que parece encalhada, a verdade é que Vítor Pereira não terá muito tempo para pensar no futuro a partir de junho. Neste momento tem tarefa assombrosa pela frente, que é eliminar tudo o que o século XXI lhe tem dito e contrariar a tendência que assegura que o título se escapa entre as mãos.
in "abola.pt"
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