sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Dragão remata muito e evita que os adversários o façam

As estatísticas oficiais da Liga garantem que, em termos absolutos, o FC Porto é a equipa mais rematadora do campeonato, mas não é aí que se quer chegar. Ou, dito de outra forma, não foi só aí que André Villas-Boas quis chegar ontem na conferência de Imprensa. "Estamos satisfeitos com a nossa organização, que é suficiente para criar um número importante de oportunidades e reduzir as do adversário. Se não me engano, o Nacional teve quatro, o Braga seis remates à baliza, a Naval também e o Beira-Mar pouco mais do que isso". As estatísticas oficiais da Liga - repita-se: estatísticas oficiais da Liga - garantem que Villas-Boas está enganado, porque o saldo das oportunidades criadas pelo adversário é-lhe ainda mais favorável do que aquele que apresentou de cabeça. Basta espreitar o quadro aqui ao lado.

Naval, Beira-Mar, Rio Ave, Braga e Nacional, por esta ordem, enfrentaram uma verdadeira força de bloqueio quando se cruzaram com o FC Porto. Como também se pode ver no quadro, e no que toca a remates à baliza, ficaram quase todos abaixo do que foi normal nos outros jogos que já fizeram. O Braga é a excepção, porque, conforme se percebe pelos números oficiais, rematou ainda menos em Setúbal. Em todo o caso, convém lembrar que Domingos poupou nesse jogo cinco jogadores da estrutura nuclear por causa da eliminatória de acesso à Champions, com o Sevilha.

Mesmo que se ache natural um adversário rematar menos contra o FC Porto, que costuma ter a iniciativa de jogo, do que contra outras equipas, não deixa de ser curioso isolar o caso do Nacional: não fez um único remate à baliza no jogo com os portistas (embora tenha tentado acertar 10 vezes com o alvo) quando, contra o Benfica, tinha conseguido oito disparos bem enquadrados com o alvo.

No balanço dos equilíbrios da equipa, o FC Porto tem conseguido uma eficácia em dois sentidos: a rematar, embora esteja longe de acertar sempre onde quer, e a evitar que os outros o façam. E, numa conclusão óbvia, evitar os remates dos outros é garantir meio caminho para uma vitória. Aliás, em cinco jogos, os portistas sofreram apenas dois golos...

Tendência crescente para acertar na baliza

A estatística oficial da Liga faz uma distinção entre remates, independentemente de acertarem no alvo ou no quintal da vizinha, e remates à baliza. Neste particular, o dos remates à baliza, a tendência do FC Porto tem sido melhorar na pontaria. A regra encravou em Vila do Conde mas recompôs-se, conforme se percebe pelos números das jornadas: Naval (4), Beira-Mar (6), Rio Ave (3), Braga (8) e Nacional (10). Em golos: Naval (1), Beira-Mar (3), Rio Ave (2), Braga (3), Nacional (2

Números

A leitura do quadro aqui ao lado é simples: em cima, estão os adversários que já se cruzaram com o FC Porto, e na vertical os remates à baliza que fizeram nos respectivos jogos, com natural destaque para o confronto com o FC Porto. Por exemplo: o Nacional, o último a enfrentar os dragões, não fez um único remate à baliza portista, quando, por exemplo, tinha conseguido 8 contra Benfica e Rio Ave; 3 com o Guimarães e 6 com o Leiria. Está tudo aqui ao lado.

in "ojogo.pt"

Sem comentários: