segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Difícil também vale


Primeiro as notícias: o FC Porto garantiu a décima vitória no campeonato e manteve dez pontos de vantagem sobre o Guimarães, dando o primeiro passo para cumprir o desejo de André Villas-Boas que quer chegar ao Natal sem perder pontos. Dito isso, convém referir que vencer o Portimonense no Dragão por 2-0 não foi tão fácil como golear o Benfica e a verdade é que o FC Porto acusou mesmo a falta de alguns dos seus habituais titulares, bem como a ressaca natural de uma semana inteira a destilar os cinco golos marcados ao principal rival. Por outro lado, o que define um campeão não são as ocasionais goleadas, mas a regularidade das vitórias conseguidas, muitas vezes tangencialmente, nos jogos menos espectaculares.

Já se esperava que André Villas-Boas mexesse na equipa para além daquilo a que estava obrigado. Fernando continua a recuperar da lesão sofrida em Coimbra e já se sabia que Guarín ia jogar como trinco. João Moutinho cumpriu um jogo de castigo e já se sabia que Rúben Micael ia ocupar o seu lugar no meio-campo. Falcao não tinha sido convocado e já se esperava que fosse Walter a jogar no seu lugar, tal como a ausência de Sapunaru permitia adivinhar a titularidade de Fucile. A principal novidade, e mesmo essa anunciada, era a titularidade de Otamendi, chamado a ocupar o lugar de Maicon que, apesar de convocado, tinha passado parte da semana a treinar de forma condicionada. Ora, feitas as contas, o FC Porto apresentou-se ontem com mexidas em todos os sectores e com quatro jogadores habitualmente considerados como segundas linhas, facto que pesou na dinâmica da equipa, longe da velocidade de outros jogos. Junte-se a isso a boa organização do Portimonense, distribuído numa espécie de 4x4x2 que não dispensava ninguém das tarefas defensivas, e o resultado foi um jogo dominado pelo FC Porto, mas, durante muito tempo, controlado pelos algarvios.

O FC Porto ia criando perigo essencialmente na sequência de lances de bola parada e no ensaio do ocasional e inconsequente remate de meia-distância. Até que Rúben Micael e Walter tentaram uma opção diferente. O lance de envolvimento desenhado por ambos começou a meio do meio-campo ofensivo do FC Porto e foi ultrapassando obstáculos sucessivos até deixar o brasileiro em zona frontal, com a baliza de Ventura na mira. E quando se esperava um disparo violento, Walter aproveitou o adiantamento de Ventura para bater o guarda-redes do Portimonense com um remate em arco. Imaginava-se que o jogo ficasse resolvido aí, mas foi preciso mais uma hora para que Hulk colocasse um ponto final no resultado.

Pouco depois do primeiro golo, Varela saiu lesionado, dando a vez a Rodríguez. Pela mesma altura, João Martins, que substituiu o castigado Litos no banco, fez entrar Kadi para o lugar de Soares, acrescentando velocidade ao ataque do Portimonense e o facto é que os algarvios cresceram com as mudanças nas duas equipas, aproximando-se da baliza de Helton no arranque da segunda parte. Um livre de Ivanildo, travado na barra da baliza do FC Porto aos 52', ameaçou a tranquilidade das bancadas do Dragão e as substituições sucessivas nas duas equipas durante a segunda parte não contribuíram nada para a estabilidade do jogo, demasiado caótico para se poder considerar decidido. O ponto final chegaria em cima dos 90 minutos. Rodríguez sofreu uma falta de Di Fábio pelas costas na área do Portimonense e João Capela apontou para a marca de grande penalidade. Um convite aceite por Hulk que rematou forte e colocado, longe do alcance de Ventura, tanto como o FC Porto continua longe do alcance dos perseguidores.

in "ojogo.pt"

1 comentário:

Rui Anjos (Dragaopentacampeao) disse...

Foi realmente uma exibição muito apagada, aquela que os atletas portistas ofereceram à boa assistência presente (mais de 40.000 é obra!), para assistir a um jogo contra um dos últimos classificados.

Villas-Boas, apesar das suas claras mensagens para o grupo de trabalho, não conseguiu evitar um relativo relaxamento, que a vantagem pontual, sempre provoca no espírito da equipa.

Ainda que as ausências de peso fossem consideráveis, a categoria dos jogadores utilizados exigia outra performance.

Destaques positivos:

O belo golo de Walter;
A manutenção dos dez pontos de vantagem;
O 11º golo de Hulk em 11 jogos do campeonato;
A décima vitória em 11 jornadas;
O 28º jogo consecutivo sem experimentar o amargo sabor da derrota.

Viva o FC Porto!

Um abraço