domingo, 23 de janeiro de 2011

Em brasa, JJ fura o gelo

Jorge Jesus agride, ou pelo menos tenta agredir, Luís Alberto, alegadamente porque este estava num "bate-papo" com Franco Jara. O jogador do Nacional ripostou. Foi espectáculo extra (e triste) após o apito final

Jorge Jesus transtorna-se e manda-se a Luís Alberto, esticando o braço direito para o pôr em sentido. Dadas as pessoas que já se metiam pelo meio - Rui Costa, o director-desportivo, não o árbitro, na primeira linha -, o treinador acabou por acertar de raspão no jogador do Nacional, que ainda tentou responder na mesma moeda. Mas saiu-lhe também de raspão a agressão com a mão direita. Nas imagens televisivas dos momentos a seguir ao apito final do encontro, foi possível ver Jorge Jesus furioso, irado. Estado de espírito que acalmou à entrada para a conferência de Imprensa. O treinador até sorriu de leve quando lhe perguntaram acerca do espectáculo extradesportivo proporcionado a todos os presentes ontem à noite num gélido Estádio da Luz.

Jorge Jesus tentou desvalorizar um episódio que até pode ter sérias consequências disciplinares, mas admitiu ter "afastado" (foi a expressão utilizada) Luís Alberto, explicando que estava a defender o seu jogador. E esse atleta era Franco Jara. "Onde estão os meus jogadores, eu estou lá sempre, seja onde for. Foi uma situação que se passou no final do jogo: palavra para cá, palavra para lá, empurrão para cá, empurrão para lá... É verdade que afastei Luís Alberto para não... Ele estava num bate-papo com Jara, e nada mais do que isso", argumentou Jesus.

Luís Alberto apresentou uma versão um pouco diferente. De acordo com o médio do Nacional da Madeira, ele só queria conversar com Franco Jara, não referindo que os jogadores estivessem picados, de modo a gerar tal circo e tal indignação por parte do treinador benfiquista. Luís Alberto garantiu ter sido agredido, à traição, por Jorge Jesus: "O treinador usou de artimanha. Eu queria conversar com um jogador do Benfica [Jara] e quando este se aproxima, ele [o treinador] abraça-me, para me apaziguar, e depois ele mesmo me empurra", afirmou Luís Alberto à saída dos balneários.

O camisola 88 da formação insular reagiu como "dama ofendida", ao mesmo tempo disposto a enterrar o assunto. "Já sei como ele me vai trair. Já não vou nessa conversa. Serve de experiência. Senti-me agredido. Mas já acabou. O Benfica morreu. Foi uma coisa que se passou com a cabeça quente", afirmou.

Já quantos aos restantes jogadores, quer do Benfica quer do Nacional, todos estavam lá metidos ao barulho, mas ninguém viu o que se passou. "Foi um simples empurra-empurra, nada mais", disse Felipe Lopes. "Não vi. Não posso comentar", disse Gaitán. Jokanovic também preferiu o silêncio: "Não sei o que se passou. E se soubesse, não falava."

in "ojogo.pt"

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