segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Villas Boas prepara-se para ultrapassar Mourinho

Se vencer o Sevilha, quarta-feira no Dragão, André Villas Boas supera as oito vitórias de Mourinho na caminhada em 2002/2003. Mas o caminho até Dublin ainda estará longe. Percurso brilhante... e goleador.

Vem aí o Sevilha, e num quadro de grande ilusão geral no universo portista, aspecto que o treinador do FC Porto tenta combater através de um corte selectivizado no discurso após o jogo do Pizjuan, em que assumiu, com total e raro desassombro, que o empate ficaria melhor; pormenor, aliás, que a crítica espanhola não deixou de enaltecer.

De qualquer forma, a excitação crescente parece ter tomado conta dos adeptos portistas, e prova disso é já estarem reservados três quartos da lotação do Estádio do Dragão, mas o assunto é outro: se André Villas Boas selar a passagem, e a selar com uma vitória, ultrapassa o número de êxitos que José Mourinho necessitou para trazer do Estádio Olímpico de Sevilha a Taça UEFA de 2002-2003.

Rookie notável

O percurso do rookie portista é definitivamente notável: oito vitórias e um empate na primeira experiência europeia é um registo brutal, e até, convenhamos, inesperado, pois a própria competição envolve sempre clubes menos conhecidos, ambientes drasticamente hostis e alguma pressão própria para os que querem emancipar-se rapidamente. 

Mas é precisamente isso que Villas Boas tem conseguido: cilindrar na sua emancipação, deixando-se apenas embalar pelo Besiktas em casa, num jogo em que a expulsão de Cristian Rodriguez aos 59 minutos tornou o FC Porto diminuído e embaraçado (os turcos poderiam mesmo ter ganho, mas o apuramento de ambos estava praticamente assegurado).

De resto, o trajecto europeu de André Villas Boas é realmente assinalável, e roça já a fasquia do notável, com uma nuance particular que distingue os sobreviventes dos conquistadores: cinco vitórias fora em cinco jogos!

Com as vitórias em Braga e em Sevilha, e ainda sem Falcao e Álvaro Pereira, essenciais na mecânica potenciada desde os primeiros dias da época, parece, então, consumado o reequilíbrio da equipa no plano exibicional, e a consequente segurança, crucial quando se parte à conquista do muito que ainda em jogo, pois nenhuma temporada se decide no Inverno.



in "abola.pt"

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