segunda-feira, 23 de maio de 2011

Domingos. Três anos como caçador oficial dos leões

Havia uma razão para André Villas-Boas gostar tanto de Domingos Paciência. O avançado de Leça da Palmeira era um goleador nato com queda para os grandes jogos. Na selecção (nove golos em 35 jogos) enfrentou sempre algumas críticas por não marcar tanto como fazia no FC Porto, mas ao serviço dos dragões, em pleno período pré-Jardel, o avançado com cara de menino era um terror para os adversários.

O Sporting sentiu os dotes de goleador de Domingos na pele durante três anos consecutivos. Tudo começou em 1993/94, ano em que o Sporting lutou pelo título como já não fazia há muito tempo. Na décima jornada, os leões recebiam o FC Porto na ressaca da primeira derrota no campeonato (fora com o Boavista por 1-2). Ainda assim, os leões eram favoritos e os centrais até respiravam de alívio porque o búlgaro Kostadinov estava de fora das opções de Ivic devido aos compromissos com a selecção.

Não havia Kostadinov, houve Domingos. O FC Porto ganhou 1-0 com um golo do futuro treinador do Sporting e abriu caminho para o que se iria passar nas duas épocas seguintes. Em 1994/95, as duas equipas lutavam directamente pelo título. Na 31.ª jornada, o FC Porto tinha quatro pontos de vantagem e seria campeão se ganhasse em Alvalade. A história? A história já se adivinha: vitória dos dragões por 1-0 com um golo de Domingos, de grande penalidade.

Faltava o terceiro e último acto. Domingos quis terminar este ciclo em beleza e teve a melhor época de sempre ao serviço do FC Porto, com 25 golos em 29 jogos. Quatro desses 25 golos foram contra o Sporting. Os dois primeiros aconteceram logo na primeira jornada. O marfinense Ouattara ainda adiantou os leões mas o instinto goleador de Domingos sentenciou a partida na segunda parte (2-1).

A despedida de golos ao Sporting estava marcada para a segunda volta. No batatal de Alvalade, provocado pela forte chuva que se tinha feito sentir durante toda a semana, Domingos marcou pelo terceiro ano consecutivo em Alvalade: dois golos no triunfo por 2-0.

A história de Domingos contra o Sporting acabava aqui. No ano seguinte chegou Jardel e, depois, o Tenerife apostou na sua contratação. Curiosamente, o último jogo de Domingos contra o Sporting foi em 2000/2001, quando Jardel já estava no Galatasaray e a meses de assinar pelos leões. A 19 de Março de 2001, no dia do pai, Domingos percebeu que já havia pai para ele, tanto no Sporting como no FC Porto. O avançado entrou a onze minutos do fim, para o lugar de Nélson, e não teve qualquer acção no empate a dois golos.

in "ionline.pt"

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