sexta-feira, 13 de maio de 2011

Villas-Boas e o apoio ao Braga: «Portistas também o fariam»

Técnico compreende que o «mundo benfiquista e sportinguista» opte por um lado na final de Dublin. Não há apostas com Domingos mas, obviamente, a final é para ganhar.


Mesmo que o F.C. Porto ainda tenha de enfrentar o Marítimo no último jogo do campeonato, na conferência de imprensa desta sexta-feira, no Olival, o tema Dublin também foi debatido. De vários sectores têm surgido apoios ao Sp. Braga. Jorge Jesus, treinador do Benfica, foi o último a desejar a vitória dos minhotos, algo que André Villas-Boas compreende.


«É natural que o mundo benfiquista e sportinguista tome uma opção relativamente à equipa que gostava que ganhasse. Felizmente são duas equipas portuguesas e o país fica satisfeito. Os adeptos portistas também o fariam se não estivessem na final», afirma.


E como nestes jogos decisivos há sempre lugar a apostas para dar um tom mais lúdico e pessoal a um duelo deveras importante, Villas-Boas foi questionado sobre uma possível brincadeira com Domingos Paciência: vale um jantar a final de Dublin?


«Eu e o Domingos não temos uma relação especial. A nossa ligação é apenas um capricho da história, não há qualquer relação extra-profissional. Nós vamos a Dublin para conquistar uma final e só uma equipa ultra-ambiciosa o vai conseguir. Estas equipas representam tudo isso. Esperemos que seja um jogo interessante e bem jogado», desejou.


À margem do assunto, Villas-Boas falou dos melhores da Liga. Excluindo a sua equipa, o técnico destacou a temporada de três emblemas.


«Para melhor da Liga, penso que um jogador do Paços de Ferreira era meritório, como o Pizzi que até fez um «hat-trick» no Dragão. O Paços fez uma época fantástica, com um futebol muito agressivo. Por que não um jogador do Guimarães pelo que atingiu com a ida ao Jamor? Por que não um jogador do Beira-Mar pela competência e pela época que teve?», questionou.

«Mourinho é vencedor nato, eu não tenho essa capacidade»

Villas-Boas lamenta ter contado que não conversa com o técnico do Real Madrid e lembra que ainda tem muito para caminhar para poder ser comparado ao seu antigo «mestre».


A relação de André Villas-Boas com José Mourinho já foi várias vezes debatida ao longo da temporada. O treinador do F.C. Porto, recentemente, confessou a um jornalista do britânico «Daily Telegraph» que não falava com o técnico do Real Madrid, depois de ter feito parte da equipa técnica dele durante vários anos. Villas-Boas confessou alguma «desilusão» pessoal por ter partilhado isso, pois não queria passar a mensagem que se estava a «vangloriar» pelo cenário actual.


«Não falo porque não procuro e nem ele procura falar comigo. Não é justo da minha parte dizê-lo publicamente como se fosse algo sobre o qual me deveria vangloriar. É um distanciamento natural, temos muitas coisas em que pensar. Quando jogadores partem de um plantel é natural que falem com umas pessoas e outros não», lembrou.


Villas-Boas, aliás, deixou bem claro, ainda, que não pretende entrar no jogo de comparações, depois da inicial colagem que foi feita devido às raízes comuns. 


«Não quero entrar na tentativa de mimar o actual treinador, que está aqui, que é um tipo porreiro, e mandar a outra pessoa abaixo. Não posso ir por aí. As comparações são vocês que têm que tirar. O Mourinho é um vencedor nato e eu não tenho essa capacidade. Porquê? Ainda preciso provar a mim mesmo que sou capaz. Tenho dois anos de carreira e ainda faltam muitos anos. Não sei se esse tipo de objectivos são atingíveis ou não», explicou.


O sucesso do F.C. Porto este ano pode vir a ser estrondoso. Os dragões têm a hipótese de conquistar quatro títulos no mesmo ano, feito inédito e, se acontecer, Villas-Boas espera que não tolde o comportamento na próxima temporada. 


«Os verdadeiros vencedores são os que se reinventam na sede do sucesso. Se, felizmente, conseguirmos atingir estes dois troféus, vamos definir novos patamares para continuarmos na rota do sucesso, sempre com o campeonato como objectivo mais importante e com a missão de chegar o mais longe possível na Liga dos Campeões», prometeu.

Villas-Boas a treinar o Benfica? «Não penso estar disponível»

Um portista no banco da Luz ou de Alvalade? Villas-Boas fala das condicionantes para assumir o cargo de treinador de Benfica e Sporting no futuro. Reitera, também, as palavras de elogio a Jorge Jesus.


A conferência de imprensa de André Villas-Boas terminou com uma questão curiosa. Com as voltas que dá o mundo do futebol e onde o profissionalismo tem de suplantar o coração, poderia André Villas-Boas, portista assumido, treinar no futuro o Benfica ou o Sporting? Apesar de ser algo frequente no mundo dos treinadores, o líder dos dragões mostrou algumas reticências nos dois cenários.


«Sou profissional de futebol. Obviamente que no caso do Benfica será complicado e não penso mostrar-me disponível para tal. No caso do Sporting não penso que haja interesse da outra parte. Já houve demasiado interesse que foi recusado, digamos assim, embora não tinha sido bem isso», explicou.


Já antes, André Villas-Boas tinha sido confrontado com a solidariedade mostrada para com Jorge Jesus, algo que Domingos também fez. O técnico frisou a sinceridade das suas palavras. 


Faço-o como um acto natural e não dentro da falsidade. Tem sido o meu tom durante toda a época. Jamais fugi do profissionalismo do Jorge Jesus, jamais fugi da qualidade das suas equipas e de ser um vencedor nato e agressivo. Esse registo esteve sempre em toda a época. O que vem do outro lado dá-me perfeitamente igual», assegurou. 


«Não vejo razão para não ficar»


Ora, quando se fala de futuro, a próxima temporada portista tem se ser mencionada. O técnico reiterou a intenção de «manter o máximo de jogadores possíveis» e sobre o seu próprio futuro lembrou que nunca chegou nenhuma proposta.

Villas-Boas: «Não há ilusão de ganhar a Champions»

Pés bem assentes na terra na hora de abordar o sucesso portista na temporada europeia. Técnico lembra que a Liga dos Campeões é uma prova à parte e o F.C. Porto será «só mais uma equipa».




«Não posso continuar a responder em enredo às vossas perguntas. Se é meu desejo ficar? Acho que sim, não vejo razão nenhuma para que isso não aconteça. Propostas? Não existem, não posso especular», afirmou. 


Por fim, Villas-Boas falou do discurso de Pinto da Costa no «Jantar dos Campeões», esta semana, quando o presidente dos dragões manifestou o desejo de ver o seu treinador continuar por muito tempo na «cadeira de sonho».

A carreira do F.C. Porto na Liga Europa tem de ser enquadrada nesse capítulo específico, defende Villas-Boas. O treinador dos dragões não quer entrar em grandes dissertações sobre o que valeria a sua equipa na Liga dos Campeões e alerta para um optimismo exagerado face ao cenário actual.


«É preciso ter a noção clara do que é a Liga dos Campeões. O F.C. Porto fez uma excelente época na Europa mas é preciso chamar os adeptos à razão e cair na real. Para o ano, o Porto é mais uma equipa da Liga dos Campeões, que tem um historial a defender, mas não há ilusão de Champions. Obviamente que pode acontecer, o Porto é uma equipa competitiva que pode chegar longe, mas não faz sentido colocar esses termos. Por estarmos na final da Liga Europa não quer dizer que vamos ganhar a Liga dos Campeões», vincou.


O técnico, de resto, lembrou uma ideia que já tinha deixado clara noutras conferências de imprensa. Aconteça o que acontecer em Dublin e no Jamor, a temporada será sempre recordada como uma temporada de sucesso. 


«A realidade é que o Porto foi campeão há um mês e meio e não se pode ter memória curta para o que esta equipa fez esta época. Uma Supertaça foi conquistada, estamos às portas de um campeonato sem derrotas, a maior distância de sempre...São muitos objectivos para uma época que não podem ser tapados pelo que pode acontecer nestas duas finais. Não apagam uma época que foi ganha há um mês e meio», defende.


José Mourinho tinha dito, há tempos, que no F.C. Porto era mais fácil ganhar, devido à estrutura dos azuis e brancos. Villas-Boas refuta a ideia, lembrando que não é fácil ganhar em lado nenhum.

in "maisfutebol.iol.pt"

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