quarta-feira, 21 de setembro de 2011

FCP vs SLB. Um país dividido entre azul e vermelho

Dragões e águias vão parar o país futebolístico na próxima sexta-feira. Os rivais partilham a liderança do campeonato português e, com cinco jornadas decorridas, vão tentar isolar-se na liderança com uma vitória motivadora. À parte, Sporting, Sp. Braga e companhia aguardam com interesse um resultado que lhes possa agradar. Depois de amanhã será mesmo assim. Sexta-feira, sexta jornada. Por isso mesmo, o i reúne seis razões para qualquer das tendências do resultado final



VITÓRIA DO FC PORTO
Vítor Pereira não está interessado em estragar legado de Villas-Boas
Há adeptos benfiquistas que ficaram satisfeitos com a eliminação na meia-final da Liga Europa porque permitiu evitar novo confronto com o FC Porto. A época de Villas-Boas foi assim mesmo. É certo que as águias venceram no Dragão para a Taça de Portugal (2-0), mas as humilhações e os resultados negativos foram a principal marca da temporada: o FC Porto goleou em casa para o campeonato (5-0), foi campeão nacional após uma vitória na Luz (2-1) e foi de novo ao reduto encarnado para a reviravolta na Taça de Portugal (3-1). Por mais que se queira demarcar de Villas-Boas, Vítor Pereira sabe que tem o fantasma do treinador do Chelsea a pairar sobre ele e um legado importante a preservar. Mesmo sem isso, nenhum treinador do FC Porto é bem visto quando permite uma vitória do Benfica no Dragão. Villas-Boas fê-lo, é verdade, mas soube emendar a mão.

O Incrível Hulk está de volta. Com ele o FC Porto ganha outra dinâmica
A gestão do plantel é um fenómeno do novo século e Vítor Pereira tem arriscado mais do que devia. Hulk falhou o jogo de Aveiro frente ao Feirense porque continuava limitado fisicamente e os dragões apresentaram-se coxos. Hulk faz muita falta e ninguém duvida disso. Sozinho, o internacional brasileiro consegue transmitir outra dinâmica à equipa e, mesmo que a exibição não esteja a ser boa, um momento basta para decidir um jogo.
E nunca é de mais lembrar que Jorge Jesus tende a errar quando tenta encontrar uma estratégia para travar o brasileiro. O ano passado, igualmente para o campeonato, desviou David Luiz para a lateral esquerda. Hulk aproveitou, deu espectáculo e o resto, o resultado, é conhecido (0-5). O brasileiro pode até nem estar a 100%, mas só o facto de jogar já poderá ser suficiente para intimidar. Às vezes até um livre directo pode bastar.

EMPATE
Marcação cerrada
O FC Porto não pensa em empatar, o Benfica pode ter a igualdade na cabeça mas os principais interessados num equilíbrio de forças talvez sejam os perseguidores Sp. Braga e Sporting. Caso não facilitem, nas recepções a Nacional e Vitória de Setúbal, minhotos e leões podem encostar águias e dragões.
No caso do Sporting, a desvantagem ficará reduzida para três pontos. Uma ninharia, tendo em conta o terrível início de época.

Colectivo vs. individual
O FC Porto tem a espinha dorsal da época anterior (só saiu Falcao), o Benfica tem Witsel, Nolito e companhia. São duas equipas diferentes, praticam um futebol distinto
e, em momentos específicos, são o melhor que há em Portugal. É certo que o colectivo portista parece mais rotinado, mas a inspiração dos reforços Witsel, Nolito e Bruno César não pode ser ignorada. Se este equilíbrio de forças for total, o empate pode ser inevitável.

VITÓRIA DO BENFICA
Barreira psicológica para repetir controlo do ano do último título
Três pontos em quatro jornadas. O arranque do Benfica na última época foi desastroso e deixou o FC Porto a nove pontos. Este ano, as águias escorregaram em Barcelos mas começaram a vencer muito mais cedo e partem para o clássico em igualdade pontual. Jorge Jesus sabe como isso é importante. Quando acordou em 2010/2011, já o FC Porto cavalgava a passos largos para o campeonato nacional. No ano anterior, os encarnados não cometeram o mesmo erro e souberam estar na frente (sempre em cima do Sp. Braga desde o início). Agora o Benfica não só não deixa fugir o FC Porto como pode passar para a frente, ainda por cima após uma vitória no terreno do rival. Não há cenário mais perfeito para a equipa de Jorge Jesus e a motivação deverá estar nos píncaros. Se surtir os efeitos desejados, a máquina benfiquista pode olear da mesma forma que a de Villas-Boas.

Tenham cuidado, ele é perigoso. Ele é o Oscar Tacuara Cardozo
Ele é assobiado, ele é criticado, ele é dado como transferível. O cântico do paraguaio do Benfica não tem nenhum dos versos anteriores mas se tivesse não teria nenhuma mentira. A relação amor-ódio entre adeptos (e até Jesus) e Cardozo está numa fase calma e os golos do paraguaio ajudam muito. A ideia peregrina de afastar o Tacuara e apostar num ataque mais móvel, com Aimar no apoio a Saviola, caiu definitivamente por terra após Cardozo marcar ao Twente na Holanda e agora é o próprio Saviola que luta por uma pequena oportunidade para jogar. Já Cardozo não dá margem para dúvidas. Independentemente do adversário e do marcador directo, o paraguaio já demonstrou que não é tão tosco nem limitado como alguns podem dizer e até o pé direito consegue fazer maravilhas (Manchester United). Pode falhar golos fáceis, mas continua a marcar muitos. E sempre.

in "ionline.pt"

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