segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Novembro escaldante no dragão

Vítor Pereira continua a ser o treinador do FC Porto. O empate em Olhão deixa-o mais fragilizado, mas ainda no comando das operações e será ele a orientar o treino, esta manhã, quando a equipa regressar ao trabalho. A competição interna vai parar por causa das selecções, regressando com grandes decisões para o FC Porto, tudo no espaço de uma semana, entre os dias 19 e 27 deste mês. Muito do futuro da equipa, mas também de Vítor Pereira, joga-se nas três partidas que se seguem: Académica (Taça), Shakhtar (Champions) e Braga (Liga).
São três provas distintas, mas com a mesma margem de manobra mínima. A contestação externa ao treinador portista não pára de aumentar e pode chegar a um ponto sem retorno. Ainda que o FC Porto não tenha por hábito despedir treinadores a meio da época na era de Pinto da Costa: foram apenas três (Ivic, Octávio e Fernandez - Quinito saiu por vontade própria). Destes só Ivic não passou o Natal e o "réveillon" na cadeira de sonho, tendo saído em meados de Dezembro. Octávio Machado e Victor Fernandez saíram em Janeiro.
Porém, não é este dado estatístico que vai ditar o futuro de Vítor Pereira, mas sim os resultados nos tais três jogos que se seguem. Em Coimbra, é a eliminar e não há volta a dar: se o FC Porto quiser chegar pela quinta vez consecutiva ao Jamor e tentar o inédito "tetra" na Taça de Portugal tem de vencer. Uma eliminação prematura na competição deixará o treinador à beira do precipício e a equipa com menos um objectivo a atingir. Com outra particularidade: Pedro Emanuel é o treinador da Académica e tem uma palavra importante a dizer na continuidade do seu antigo companheiro de equipa técnica no Dragão. O número 3 da hierarquia com Villas-Boas pode colocar ainda mais em brasa o lugar do antigo número 2.
Segue-se a Liga dos Campeões, onde os resultados têm acompanhado a (falta) qualidade das exibições. Com apenas quatro pontos, o FC Porto não pode voltar a falhar sob o risco de dizer já adeus a três milhões de euros e à fase a eliminar da Champions. Além disso, uma nova derrota, agora com o Shakhtar, permitiria aos ucranianos passar os portistas, relegando-os para o último lugar, o único que significa o fim da competição na Europa em Dezembro. Um golpe que seria duríssimo para as finanças do clube, mas sobretudo para o ego de uma equipa habituada a acompanhar os "tubarões" até tarde na época.
A terminar, o Braga visita a Invicta, no dia 27. Além de toda a importância desportiva, acrescenta-se um dado perverso: as últimas chicotadas psicológicas no reino azul e branco têm o dedo dos minhotos. Octávio Machado (2002) foi eliminado da Taça pelo Braga e ditou a sua sentença, apesar de ainda ter feito mais um jogo, com o Boavista antes de sair; Victor Fernandez (2005) foi despedido após perder com o "Arsenal" português.

Só Adriaanse falhou os oitavos

Desde 2000, só por uma vez o FC Porto não ultrapassou a fase de grupos da Liga dos Campeões, descontando, obviamente, as três épocas em que disputou a Liga Europa/Taça UEFA. Foi em 2005/06, quando era orientado por Co Adriaanse, conseguindo apenas uma vitória e dois empates nas seis jornadas. Cinco pontos que significaram o último lugar do grupo, atrás do Inter de Milão, do Glasgow Rangers e do modesto Artmedia, da Eslováquia. A época europeia acabou em Dezembro, mas o holandês acabou por ganhar a Liga e a Taça em Portugal.

in "ojogo.pt"

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