domingo, 18 de dezembro de 2011

F.C. Porto-Marítimo, 2-0 (crónica)

Rodriguez distribuiu as prendas no Dragão. O espírito natalício devolveu o uruguaio à família.


Cristian Rodriguez distribuiu as prendas no Dragão. Sobram histórias sem sentido de vilões e heróis. Chega o Natal e tudo se esquece, prega-se a harmonia e une-se a família. Cebola aceitou a trégua e agradeceu com um pontapé violento, derrubando o Marítimo após 80 minutos de pressão.

O F.C. Porto termina o ano com a liderança partilhada na Liga. Recuperou um activo e resolveu um problema. Os insulares, desfalcados, foram uma sombra de si mesmos e cederam com dez elementos. O segundo golo, oferta de Briguel, nada mudou.

Na quadra natalícia, as crianças deparam-se com o adágio popular. Acreditam piamente que, se tiverem bom comportamento, serão premiadas no momento certo, à medida. Não antes da meia-noite, elas esperam e sofrem, pedem por favor, querem a prenda mais cedo, mas nada feito.

A ceia no Dragão seria algo assim. O F.C. Porto acumulou bons comportamentos com esperança de um final feliz, portou-se bem e não perdeu a compostura com a certeza que seria premiado pelo esforço. Assim foi.

Trocaram prendas antes do intervalo

Peçanha e Belluschi, com receio de não se voltarem a ver, trocaram prendas ao minuto 35. Num dos momentos mais hilariantes do ano, o guarda-redes do Marítimo decidiu colocar a bola nos pés do argentino. Este deslumbrou-se, tentou fintar o brasileiro e perdeu o golo. Verdadeiramente inacreditável.

Os dragões, imutáveis, enfrentaram um Marítimo partido ao meio. Pedro Martins perdeu as três unidades do sector intermediário na ressaca do jogo com o Benfica, para além do lateral esquerdo. Roberge subiu no terreno para uma noite infeliz.

Belluschi encheu o campo com a companhia de João Moutinho. O F.C. Porto teve sempre cerca de 67 por cento de posse de bola, lamentando várias oportunidades perdidas pelo caminho. 

Pelo meio, sobra uma grande penalidade por marcar e uma expulsão relâmpago. Primeiro, Duarte Gomes não considerou o nítido derrube de João Luiz e Belluschi, no interior da área. Depois, foi rigoroso na leitura de duas entradas de Roberge.

O central francês, adaptado a trinco no Dragão, começou por derrubar Moutinho. Segundos depois, sem equilíbrio emocional, fez um carrinho sobre James Rodriguez. Colocou-se a jeito para o segundo amarelo e deixou o Marítimo com dez, ainda na primeira parte.

Rodriguez em liberdade

Vítor Pereira percebeu que o encolhido adversário iria fechar-se ainda mais. No reatamento da partida, lançou Kléber para o lugar de James. O colombiano não terá recuperado da entrada de Roberge.

Djalma, sofrível titular deste F.C. Porto, continuava em campo.

Perto da hora de jogo, Rodriguez saiu da liberdade condicional e Maicon foi para o chuveiro. O Marítimo, mesmo com dez, mantinha o trio atacante sem conseguir evitar o sufoco. 

O F.C. Porto foi acumulando pressão até entrar em desespero. O relógio angustiava, o Marítimo preenchia a área e tinha Peçanha para as sobras. Já com a esperança Iturbe em campo, o guarda-redes brasileiro voou para lá dos limites e respondeu ao cabeceamento de Rodriguez (77m). 

O Natal chegou ao Dragão

Entre os últimos capítulos azuis, Danilo Dias apareceu para quebrar a rotina e ameaçar o escândalo. Vindo do banco, o criativo do Marítimo fugiu a Otamendi e foi traído pelo ferro. Final de loucos no Dragão!

Entre bola cá, bola lá, o destino recuperou o tom irónico. Belluschi, sempre ele, inventou um espaço para a redenção de Rodriguez. O uruguaio, qual menino guloso, atirou-se à prenda com todas as forças, a raiva latente no pontapé violento. Golo.

O Natal chegava ao Dragão. Os homens de Vítor Pereira mereciam o desfecho festivo. O segundo tento, a meias entre Otamendi e Brigues, completou a noite. Liderança partilhada até final de 2011.

in "maisfutebol.iol.ppt"

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