terça-feira, 6 de dezembro de 2011

F.C. Porto-Zenit, 0-0 (destaques)

Fantasma de Neuer encarnou em Malafeev. Hulk como ponta-de-lança? Está visto que não


A figura: Malafeev

O último obstáculo. Como num qualquer jogo de Arcade, o último nível é sempre o mais complicado. Malafeev encarnou a personagem de vilão principal na aventura portista e não se deixou enganar por ninguém. Nem Djalma, o primeiro a tentar. Nem Hulk, num par de remates. Nem Moutinho, com um voo impressionante. Nem James, defendendo com os pés. Foi tudo dele. Há anos, também num jogo decisivo, brilhou um jovem alemão chamado Manuel Neuer. O Dragão ganha hoje um novo nome para recordar. 

A desilusão: Hulk

Não é um matador, mas voltou a ser ponta-de-lança. Faltou-lhe o instinto dos homens de área. Quase nunca resistiu à tentação de rodar sobre cada bola que recebeu. É esse o chip que usa há anos: recebe e procura espaço para arrancar. Para ser ponta-de-lança precisa jogar mais de costas para a baliza. Parece fácil, claro. Mas a história prova, os grandes talentos não gostam do que é simples. Hulk quer sempre brilhar no pormenor que faz a diferença. Os pontas-de-lança costumam ser deuses das coisas simples. Jogou a segunda parte na sua posição de raiz, mas não subiu o rendimento, perdendo-se em tentativas de remate infrutíferas e passes mal calculados.

O momento: Malafeev, até com os pés

Minuto 79. O desespero começava a tomar conta do F.C. Porto. Tudo por tudo, sem lugar a fraquezas nem hesitações. James, que já era dez nesta altura, arranca pelo centro, tabela com Kléber e tenta o primeiro remate. Prensado. Tenta o segundo. Malafeev defende...com os pés. Golpe de sorte a coroar uma exibição fantástica do guardião russo.

Outros destaques

Djalma

Titular pelo terceiro jogo consecutivo, continua-se sem perceber realmente quanto vale. Esforçado, dinâmico, veloz mas com alguns erros que comprometem tudo o que de bom faz. Começou a perder um golo na cara de Malafeev, num lance que é paradigmático: excelente movimentação, boa recepção, má finalização. Ganhou confiança com o amarelo arrancado a Anyukov após boa finta de corpo e terminou a primeira parte a trocar as voltas a Criscito. Mas, lá está, não consegue dar seguimento. 

João Moutinho

Começou como estratega, recuou um pouco com a entrada de Kleber mas continuou preponderante na manobra portista. Sai do jogo com uma grande abertura para Djalma e um pontapé que Malafeev evitou que desse golo como lances mais vistosos. O resto foi trabalho. Muito. 

Otamendi

O estilo é arriscado mas enche o olhar. O argentino joga nos limites, abusa da capacidade de antecipação. Arranca aplausos a cada lance bem sucedido, faz o Dragão suster a respiração quando falha. Esta noite foram muito mais as boas intervenções que os erros. Um jogo certinho quando se pedia cabeça para atacar com tudo. 

James

Ao contrário de Hulk, mudou radicalmente quando trocou de posição. Começou como extremo, terminou a 10. É a pautar o futebol portista que parece render mais por estes dias. Teve nos pés a melhor ocasião de golo do F.C. Porto, mas o gigante Malafeev levou a melhor.

in "maisfutebol.iol.pt"

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