segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Guerreiro decide 20 meses depois

É preciso recuar até 13 de Março de 2010 para encontrar outro jogo resolvido por Cristian Rodríguez, como sucedeu no sábado, quando desbloqueou a partida com o Marítimo, a apenas 10 minutos do fim. Foram 20 longos meses em que Cebola raramente foi consensual no FC Porto. As oportunidades foram diminuindo à medida que o final de contrato se aproxima. Pelo meio, uma discussão com o treinador, revelada por O JOGO e admitida publicamente na última semana. O golo ao Marítimo serviu apenas para selar as pazes. "Ele é um guerreiro. Tem uma alma muito grande e uma enorme força de vontade. Mesmo nas adversidades, que têm sido muitas, dentro e fora dos relvados, nunca baixou a cabeça nem virou a cara à luta", referiu a O JOGO o ex-companheiro de equipa, Beto.
De regresso a Portugal para as férias de Natal, o guarda-redes do Cluj garante que o ADN do uruguaio é fortíssimo. "A forma que ele tem de demonstrar que quer jogar, independentemente de o contrato estar a acabar, é treinar nos limites e ser o melhor profissional possível", frisou. Por isso, Beto não ficou de boca aberta com o golo de Cristian Rodríguez. "Por acaso, só consegui ver os últimos 30 minutos do jogo com o Marítimo. Parece que acertei em cheio porque foi quando resolvemos. Não me surpreendeu ver o Rodríguez entrar e decidir. Sei muito bem do que ele é capaz", sublinhou. Vítor Pereira também gostou. "Está a treinar bem e provou que posso contar com ele no futuro", referiu no final da partida com os isulares.
Beto trabalhou diariamente com Cebola durante duas temporadas e jura que nunca o viu mudar de atitude. Fosse ou não titular. Daí que esteja à espera que mantenha o profissionalismo. "A questão de o contrato estar a acabar ultrapassa-me, mas tenho a certeza de que ele vai ser o mesmo Cebola de sempre, se ficar nestes seis meses que faltam. Vai dar o litro como se estivesse a chegar ao clube", atirou.

Veredicto de bancada

Não é à toa que nunca foi titular, mas por vezes menospreza-se a sua capacidade de romper os jogos. Creio que estamos a ver a última época no FC Porto, mas seria mais natural vê-lo a ele numa ala do que ao Djalma.
Miguel Guedes, Músico
in "ojogo.pt"

1 comentário:

Gaspar Lança disse...

Estava difícil chegar ao primeiro golo, mas não estava difícil jogar à bola. Que jogo, que exibição, à Porto!

Só pecou pela tardia dos golos, mas com um Peçanha inspirado não se pode fazer nada e a verdade é que os golos, esses, acabaram por chegar.

Um abraço