quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Vítor Pereira:"Se ficarmos sem Kléber teremos de inventar"

A lesão de Hulk trouxe de novo à conversa a falta de opções do plantel do FC Porto para o centro do ataque, sobretudo depois da partida de Walter. Vítor Pereira voltou a dizer que o clube está atento ao mercado, mas também afirmou que, se for necessário, ele próprio está preparado para fazer novas adaptações.


Já sabe quanto tempo vai ficar sem Hulk?

Hulk tem um pequeno problema, mas como não sou especialista, não consigo prever a paragem dele. No entanto, julgo que não é nada de grave.

O treinador do Estoril disse que o FC Porto era uma equipa mais fraca sem Hulk. Concorda com esta ideia?

Ninguém tem dúvidas de que Hulk é um jogador de grande qualidade, mas o FC Porto é uma equipa muito forte também pelo seu colectivo. Hulk acrescenta-nos a sua qualidade individual, mas de certeza absoluta que o treinador do Estoril não quis dizer que o FC Porto, pelo facto de não ter Hulk, passava a ser uma equipa fraca. Provavelmente, ele pretendeu dizer que Hulk acrescenta valor a esta equipa e, nisso, tenho de concordar com ele, como é óbvio. Mas valemos pela equipa, por aquilo que representamos no jogo em termos colectivos.

Não está preocupado com o facto de, neste momento, o FC Porto só ter Kléber disponível para jogar no centro do ataque?

Neste momento temos apenas Kléber para jogar como ponta-de-lança e se não podermos jogar com ele, por alguma eventualidade, teremos de inventar uma dinâmica nova. Vamos ver... O clube está a trabalhar, e vamos ver o que se vai passar. Mas não posso comentar situações hipotéticas; estou aqui para treinar e para fazer o melhor possível com os jogadores que estão à minha disposição. O clube está a trabalhar, o mercado está aberto, mas se a situação continuar como está, temos Kléber e Hulk. E, mesmo assim, se precisarmos faremos alguma adaptação.

Vai aproveitar este jogo da Taça da Liga para dar minutos a jogadores menos utilizados?

Sim, mas vamos apresentar uma equipa que nos transmita total confiança, até porque queremos ganhar esta partida.

Neste momento, a Taça da Liga é uma competição prioritária para o FC Porto?

Continuamos a dizer que a nossa prioridade é e continuará a ser o campeonato, só que, como sabem, o FC Porto disputa todos os jogos para vencer. Não vamos jogar com o Estoril a pensar em empatar... Vamos apresentar uma equipa para ganhar este jogo e, depois, vamos vendo o que esta Taça da Liga nos vai dar. No entanto, não é uma prioridade para nós; a nossa prioridade é o campeonato.

"No ano passado adversários perderam muitos pontos"

Com meia época cumprida, quais os momentos que destaca pela negativa e pela positiva?

Tivemos dois momentos que foram difíceis: a eliminação na Taça de Portugal com a Académica e, fundamentalmente, aquele jogo em casa com o Zenit em que poderíamos ter carimbado a continuidade na Liga dos Campeões, mas que não foi possível porque falhámos muitas oportunidades de golo. Foram os dois momentos que nos marcaram pelo lado negativo, além da derrota com o Barcelona, embora neste caso tenhamos feito um excelente jogo, capaz de dignificar o clube. Pela positiva, ganhámos a Supertaça e conseguimos acabar a primeira volta sem qualquer derrota, o que não é para qualquer equipa; conseguimos também, em determinados períodos, sobretudo nos últimos tempos, uma consistência maior em termos de jogo; além disso, estivemos quase sempre na frente do campeonato e chegamos a esta altura a dois pontos da liderança, ou seja, com tudo ainda em aberto. Também temos uma palavra a dizer na Liga Europa, vamos ver o que conseguimos fazer com o Manchester City.

Deixou de temer a ameaça do Sporting a partir do momento em que passou a ter nove pontos de vantagem?

Não vejo as coisas dessa forma. Tenho dito que estão duas equipas ligeiramente destacadas no campeonato, mas o Sporting e o Braga ainda têm uma palavra a dizer.

Esta época está a corresponder às suas expectativas?

Quero sempre mais, até porque sou um treinador ambicioso. A equipa veio de uma época em que ganhou muitos títulos e por isso é natural que quiséssemos mais por esta altura. Quanto a isso, não há dúvida nenhuma. Mas também sabemos que a seguir a uma temporada como a última, esta não seria uma época igual; sabíamos que seria mais complicado, até porque se sentia no ano passado a sede de vitórias, ganhou-se muito, e este ano é diferente, até pelos adversários. No ano passado, por exemplo, os adversários directos perderam rapidamente muitos pontos, enquanto este ano não há esse conforto emocional. Agora temos de ser competitivos, temos de nos manter sempre ao nosso melhor nível, sobretudo por aquilo que os nossos adversários também têm feito.

Jogo com o Estoril "vai ser tudo menos fácil"

Depois de ter vencido o Paços de Ferreira na primeira jornada da fase de grupos da Taça da Liga, o FC Porto procura dar hoje um passo decisivo rumo à qualificação para as meias-finais da competição. Apesar de o Estoril estar a competir na Liga Orangina, Vítor Pereira confessa que não espera muitas facilidades, até pelo primeiro lugar que o adversário de hoje ocupa no seu campeonato. "Vamos ter de estar concentrados. O Estoril é uma equipa que joga bom futebol e que reflecte na perfeição a qualidade que existe em muitos jogadores e treinadores da Liga de Honra. É um exemplo bem conseguido de como se trabalha bem na II Divisão, onde há bons treinadores e jogadores. Este jogo vai ser tudo menos fácil", referiu.
Vítor Pereira demonstrou ainda conhecer bem os pontos fortes do adversário, embora tenha preferido não destacar nenhum jogador em particular. "Esta equipa vale fundamentalmente pelo seu colectivo e vai na frente do campeonato com todo o mérito. O Estoril é uma equipa com um ou outro destaque individual, mas que funciona bem sobretudo do ponto de vista colectivo. Não vai ser fácil", repetiu.


Pergunta O JOGO

"Ansiedade traiu Iturbe, temos de ser pacientes com ele"

A exibição intermitente de Iturbe frente ao Rio Ave pode condicionar uma eventual aposta na equipa inicial para a partida com o Estoril?

Não podemos esperar que um miúdo com 18/19 anos chegue e de repente possa ser capaz de produzir e ser um jogador diferenciado. Ele tem talento, mas ainda tem muita coisa para assimilar, pelo que até é natural que a ansiedade o traia, precisamente por ele se querer mostrar. Nós, clube e massa associativa, temos de ter alguma paciência e perceber que estamos a falar de um jovem que tem talento, mas que também precisa de tempo para evoluir e para se adaptar a este campeonato, que é diferente daquele a que estava habituado.

in "ojogo.pt"

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