domingo, 8 de abril de 2012

FC Porto: liderança tão perto do fim costuma dar título

Nunca na era Pinto da Costa os dragões desperdiçaram vantagem a quatro rondas do final. Última vez foi em 1979/80 com Pedroto...que até já tinha feito o mesmo


Se a história recente valesse de alguma coisa no futebol, o título estava entregue. Liderança a quatro jornadas do fim é sinónimo de título para os lados do Dragão. Na era Pinto da Costa (e já lá vão 30 anos), o F.C. Porto nunca perdeu um campeonato que liderava a quatro jogos do final. Aliás, é preciso recuar até à temporada 1979/80 para encontrar um desfecho infeliz tão perto da meta. 

As contas são fáceis de fazer. O F.C. Porto parte na frente para os últimos quatro jogos e mesmo que ainda não saiba, por esta altura, a real vantagem para os perseguidores, tem a noção de que só depende de si e isso, diz a história, tem feito a diferença. 

Há 32 anos, portanto, que os dragões não deixam escapar um título na fase final. Na altura, o F.C. Porto de José Maria Pedroto tentava o primeiro tri-campeonato da história. A estrela do grupo era António Oliveira, regressado do Betis de Sevilha. A vantagem, à 26ª jornada, era de um escasso ponto para o Sporting. 

Os portistas desaproveitaram a receção aos leões na jornada seguinte para «matar» o campeonato, mas o empate a um golo conservou a liderança por mais uma ronda. Na jornada 28, novo percalço: o F.C. Porto empata sem golos com o Varzim e o Sporting ganha 2-0 ao Beira-Mar. Equipas empatadas na frente, mas com vantagem para os portistas. 

Restava bater o Boavista, que foi conseguido, e o Sp. Espinho, na última ronda. O F.C. Porto perde 2-0, o Sporting ganhe ao U. Leiria por 3-0 e sagra-se campeão nacional. Pedroto desentende-se com a direção de Américo de Sá e bate com a porta. Voltaria dois anos mais tarde, já pela mão de Pinto da Costa. 

José Maria Pedroto, de resto, não deixou escapar apenas um título na reta final. Já na época de 1968/69 o emblemático treinador portista tinha desperdiçado a vantagem perto do fim, deixando fugir o título para o Benfica.

Líder a quatro rondas do fim, desentende-se com quatro jogadores do plantel e afasta-os do grupo em nome da disciplina. O F.C. Porto jogava três dos últimos jogos em casa, mas a derrota com a Académica (0-1) e o empate com a União de Tomar (2-2) permitem a ultrapassagem dos encarnados. Pedroto rescinde e o adjunto António Morais assume a equipa nos últimos dois jogos, um deles na Luz, frente ao líder. Não alterou o cenário e o Benfica foi campeão. 

De 1950 até aos dias de hoje só há registo de mais um caso idêntico para os portistas, na época 1956/57. A temporada até ficou marcada pela primeira presença do F.C. Porto nas competições europeias, mas um empate com o Atlético, em casa, a duas jornadas do fim, na mesma jornada em que o Benfica esmaga o Barreirense por 10-1 permite a ultrapassagem fatal. 

No banco portista um «pé frio» especialista. Flávio Ramos, o selecionador do Brasil que perdeu o Mundial 50 em casa para o Uruguai. 

Vítor Pereira tem os pontos e a história do seu lado. Beira-Mar, Marítimo, Sporting e Rio Ave são as últimas batalhas para o bi-campeonato. Que, apesar de uma temporada de altos e baixos, nunca esteve tão perto.

IN "MAISFUTEBOL.IOL.PT"

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