Se a pequena loucura que se viverá hoje no pavilhão
não inclinar a balança, será realmente
impossível descobrir o que decidirá. O FC Porto foi mais
forte na fase regular e leva ligeira vantagem pontual se fizermos a
média dos quatro primeiros jogos do play-off (74-71), mas
é o Benfica que fica à frente no somatório dos
muitos encontros da época entre ambos. Se o coletivo portista
tem compensado a valia individual dos benfiquistas, também
não é por aí que se obtêm respostas: ainda
nenhum jogador se destacou e torna-se difícil indicar o MVP das
finais. Ou seja, será a terceira decisão consecutiva
entre os dois maiores clubes do basquetebol nacional, mas bem mais
equilibrada do que as dos anos anteriores, que por sinal também
valeram um título a cada lado.
"É uma rivalidade benéfica para o basquetebol
português", diz Pedro Miguel, outro dos que vestiram as duas
camisolas e para quem os múltiplos confrontos devem ser
encarados como "saudáveis". Muito experiente, o antigo base diz
que o Benfica vai encontrar um "ambiente infernal", mas que os seus
jogadores "são muito experientes". O que não impede a sua
conclusão: "Haverá nervosismo". José Carlos
Guimarães vai mais longe. "É um ambiente de
tensão. Está em causa o trabalho de uma época, a
nossa imagem, a melhoria dos nossos contratos", diz, dando a entender
aquilo que outro jogador, Rui Mota, conclui: "Não será um
jogo de muitos pontos. Com os nervos, vencerá quem for mais
frio." Mas quem deixa a sentença final é o agora
técnico rival Fernando Sá: "Estão as duas equipas
de parabéns, são ambas merecedoras do título e
justas vencedoras." Sá fala no plural, mas só uma
será vencedora. Só que isso ninguém sabe...
"Era bonito descerrar a bandeirinha do bi"
R.G.
São várias as razões que levam Moncho
López a desejar muito a conquista do título, nada mais
natural, mas uma das que enumerou ontem não deixa de ser
curiosa. "Gosto muito de saber que o pavilhão já
está esgotado, as pessoas gostam das modalidades, que têm
conseguido grandíssimos resultados. Nós, entre aspas,
somos a mais pequena, somos a que vai atrás em número de
títulos consecutivos e todos temos consciência de que era
bonito fazer o bicampeonato. Pela história do clube, sentimos
que estamos um pouco em dívida com a nossa
organização. Era bonito descerrar a bandeirinha do bi".
Um discurso azul e branco, de um técnico espanhol que
já assumiu o portismo, mas que sabe também reconhecer o
potencial do adversário e as dificuldades que o FC Porto
enfrentará para chegar ao fim mais feliz. "É uma equipa
fortíssima, com dois elementos de qualidade em cada posto, que
ataca bem, que tem condições físicas muito boas e
que já demonstrou que nos pode vencer". Mas, ainda que Moncho
saiba que "o Benfica acredita que poderá vencer, pois já
o conseguiu esta época", lembra: "Nós também
sentimos que podemos ser campeões cá, porque já
fomos e o fator campo neste tipo de jogos é decisivo. Precisamos
da energia dos nossos adeptos."
"A vontade será o mais importante"
R.G.
"Pressão? Não, este é o jogo que todos querem
jogar e, se houver pressão, haverá para as duas equipas,
as duas jogarão para o mesmo objetivo", disse José Costa
no lançamento da negra desta noite.
"Se fizermos o que fizemos lá, na Luz, vamos ganhar o jogo",
referiu ainda o base portista, considerando: "A enchente que se vai
registar vai dar-nos ainda mais força e eu tenho a certeza de
que a vontade de vencer será mais o mais importante."
in "ojogo.pt"
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