terça-feira, 21 de agosto de 2012

James Rodríguez: "Tenho muito a aprender"


Vertigem. Essa parece ser a palavra que melhor define a ascensão meteórica de James Rodríguez. Aos 21 anos, o colombiano vem fazendo uma carreira tão brilhante nos clubes por onde passou que o seu currículo já ostenta experiências bem-sucedidas em duas ligas extremamente competitivas, como as de Argentina e Portugal.
Atualmente no FC Porto, o canhoto veloz, famoso pelo potente chute de média distância, acaba de dar um grande salto também com a camisa nacional. Apenas um ano depois de disputar a Copa do Mundo Sub-20 da FIFA, Rodríguez assumiu a responsabilidade de liderar o ataque da seleção principal, que, com o técnico José Pekerman à frente, sonha em retornar à Copa do Mundo da FIFA após uma ausência de 16 anos.
No momento, a Colômbia ocupa a sexta posição nas eliminatórias, a cinco pontos do líder Chile e a quatro do Uruguai, adversários que os colombianos enfrentarão no começo de setembro. Mas o balanço particular de James Rodríguez é mais do que positivo. Além de ter disputado as cinco partidas da sua seleção, o atacante foi o melhor jogador das primeiras rodadas do torneio segundo os usuários da versão em espanhol do FIFA.com, numa enquete realizada em outubro do ano passado, e, em junho, marcou o primeiro gol da era Pekerman em jogos oficiais, garantindo uma importante vitória sobre o Peru em Lima.
Em Madri, onde participou de um período de preparação para os próximos confrontos das eliminatórias, o ex-jogador do Banfield recebeu o FIFA.com para falar do seu crescimento pessoal, recordar os feitos históricos da seleção colombiana e sonhar, por que não, com uma trajetória semelhante à do seu ídolo de infância: Carlos Valderrama.
FIFA.com: Há apenas um ano você disputou a Copa do Mundo Sub-20 da FIFA e agora, com Leonel Álvarez primeiro e José Pekerman depois, parece ter se tornado titular absoluto da seleção principal. A camisa 10 veio mais rápido do que você esperava?
James Rodríguez: 
Isso me enche de orgulho, é claro! O fato de ser tão jovem e já estar na seleção principal é muito importante para mim, ainda mais quando penso que um ano atrás eu estava na sub-20. Desde criança sempre sonhei em vestir a camisa 10 e felizmente estou realizando esse desejo agora. É fantástico, quero estar sempre bem aqui.
Quais outros camisas 10 você admirava quando era garoto? O (Carlos) Valderrama, principalmente. Foi um craque da sua época, tenho uma enorme admiração por ele. Conversamos uma vez e posso garantir que é uma pessoa ótima, que deu muitas alegrias ao país todo. Ele era um jogador muito inteligente, que não só sabia passar, mas também fazia gols. Por isso, ele era o camisa 10 com que todos nós queríamos jogar.
No ano passado, o torcedor colombiano teve um papel preponderante na Copa do Mundo Sub-20 da FIFA. Nas eliminatórias, porém, vocês ainda não conseguiram ganhar em casa...É verdade, nas eliminatórias ainda estamos correndo atrás. Temos de ganhar os dois próximos jogos, que serão extremamente importantes para a nossa campanha. Precisaremos de muita concentração, por isso viemos aqui para Madri, para treinar ainda mais a equipe e consolidar uma filosofia de jogo a ser executada em campo.
A falta de vitórias em casa representa um peso extra para o próximo jogo contra o Uruguai?Jogaremos em Barranquilla e teremos de buscar a vitória de qualquer maneira, mas o Uruguai, há alguns anos e ainda hoje, possui excelentes jogadores. Os uruguaios estão muito bem: ocupam a segunda colocação nas eliminatórias e têm uma ótima seleção, fruto de um longo processo. Além disso, o ataque conta com jogadores que estão muito bem na Europa. Devemos ter cuidado, embora a nossa seleção também tenha qualidade para conquistar a vitória.
Qual é a explicação para a falta de resultados da seleção colombiana nos últimos anos? Vocês agora estão prontos para mudar essa realidade?O nosso sonho, e o de todo o país, é a classificação para a Copa do Mundo. Atualmente, temos uma safra de excelentes jogadores. Acho que havia uns oito anos que não tínhamos uma seleção com tanta qualidade. Até agora não tivemos a felicidade de marcar muitos gols nas eliminatórias, que é uma competição muito difícil. Mas por isso estamos aqui: para elaborar uma filosofia de jogo e conquistar os resultados.
Quais são os trunfos da Colômbia para alcançar esse objetivo?Acima de tudo, jogadores que estão fazendo sucesso na Europa. O exemplo mais evidente é o do (Radamel) Falcao na Espanha. No ano passado, ele fez um grande Campeonato Espanhol e foi campeão da UEFA Europa League. É um jogador muito importante para a seleção.
Até que ponto a chegada de José Pekerman pode mexer com o grupo?Desde que ele chegou, está tudo indo muito bem. É um técnico muito experiente em eliminatórias e que já disputou uma Copa do Mundo com a Argentina, na Alemanha. Acredito que ele vá nos ajudar muito.
Depois do Uruguai, vocês terão um jogo fora de casa contra o Chile, que é o atual líder das eliminatórias. Quantos pontos vocês esperam somar nesta rodada dupla? Os seis. Estamos pensando apenas nisso. Sabemos que são jogos muito difíceis, mas temos time para buscar as vitórias.
Na última vez em que a Colômbia disputou a Copa do Mundo da FIFA, você tinha apenas sete anos. Tem alguma lembrança daquele torneio? Eu era muito novo, mas tenho algumas recordações, como o gol do (David) Beckham no (Farid) Mondragón. A verdade é que, embora a Colômbia não tenha passado da primeira fase, foi um bom Mundial. Agora esperamos conquistar a classificação e fazer uma boa campanha no Brasil.
E nesse cenário, você se imagina como o sucessor de Valderrama?Tomara! Seria um sonho ir a uma Copa do Mundo. E não apenas ir para participar, mas também para ser campeão. O fato de a competição ser no Brasil facilita o deslocamento de mais torcedores colombianos. Tentaremos fazer bonito nas eliminatórias para estarmos presentes em 2014.
Apesar de estar muito satisfeito no Porto, você gostaria de jogar em outra liga algum dia? E, no caso de resposta afirmativa, qual seria e por quê?Sei que sou muito jovem e ainda tenho muito a aprender, mas gostaria de jogar na Espanha. É um campeonato que sempre gostei de acompanhar e que não é tão físico como o da Inglaterra. O futebol que se joga na Espanha é mais técnico, de toque de bola. Por isso gosto tanto.

in "fifa.com"

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