domingo, 8 de setembro de 2013

Lucho a todo o gás

mostra que ainda tem pedal para 90 minutos

Decorre a segunda parte do jogo e, junto à linha lateral, o 4.º árbitro levanta a placa com o número 3. Lucho González vê que é ele a sair, corre até à baliza e entrega a braçadeira de capitão a Helton. Os dois abraçam-se, trocam sussurros e o argentino lá inverte a marcha, regressando à linha intermediária debaixo de uma forte ovação.Lucho retribui na mesma moeda, dirigindo aplausos aos adeptos no caminho para o banco de suplentes. Mais pormenor, menos pormenor, isto aconteceu em 28 dos 44 jogos oficiais nos quais Lucho participou na temporada passada. Com Vítor Pereira no comando técnico dos dragões, Lucho só foi totalista em 16 partidas. Paulo Fonseca chegou agora, mas parece apostado em inverter essa tendência...

À entrada nesta que é a sua última época de dragão ao peito, isto caso não venha a renovar o contrato que o liga ao clube e que termina a 30 de junho próximo, Lucho González mostra que ainda tem pedal para 90 minutos de uma partida e o treinador mostra-se rendido a essa evidência. Nos 4 jogos oficiais já disputados, El Comandante só foi substituído num deles, para o campeonato, frente ao V. Setúbal, e quando saiu já o fez com a vitória assegurada, aos 81 minutos desse jogo. Como ponto de comparação, refira-se que, em período idêntico, mas na temporada passava, Lucho só havia feito os 90 minutos de uma única partida. Sintomático...

A verdade é que nada faz crer que este cenário se venha a alterar brevemente. Apesar da entrada em cena da Liga dos Campeões no calendário portista, Lucho González arranca a todo o gás para o novo ciclo que se inicia no próximo fim-de-semana, frente ao Gil Vicente, já que, ao contrário do que acontece com grande parte dos seus concorrentes diretos por um lugar no onze, o argentino está privado do desgaste provocado pelas seleções. Para além disto, há outro factor que vai jogando a favor do argentino: a inversão do triângulo do meio-campo.

Outrora um médio box-to-box, Lucho González encontrou, agora, com Paulo Fonseca, uma nova forma de estar dentro das quatro linhas do terreno de jogo. As funções de número 10 assentam-lhe como um luva e como que lhe devolvem o fulgor evidenciado há uns anos, quando chegou à Invicta e logo começou a convencer a nação azul e branca. Ainda assim, apesar de ter as costas guardadas por Defour e Fernando, por fruto do tal novo figurino táctico, Lucho recusa-se a virar a cara na luta pela posse de bola, mas é agora no meio-campo ofensivo que mais se destaca nessa missão. A pressão alta é, de resto, uma das suas novas funções, procurando junto de Jackson Martínez a melhor forma de impedir os defesas adversários de saírem a jogar.

Em suma, aos 32 anos, Lucho González vai dando sinais de que está aí para as muitas curvas que uma época tem e, continuando assim, não será de estranhar que lhe seja apresentada uma proposta para renovar o seu contrato, adiando dessa forma o fim da sua carreira, que, a fazer crer no que disse há tempos o amigo Mariano González, isso acontecerá no FC Porto. Para confirmar...

in "record.pt"

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