domingo, 13 de março de 2011

"Queremos matar o campeonato com a nossa competência"

André Villas-Boas não embarca em ilusões e tratou de repetir que o campeonato não está ganho e, diz ele, continua bem vivo. Apesar de reconhecer que o panorama ficou mais desanuviado com a derrota do Benfica em Braga, o técnico insistiu na ideia de nada estar encerrado, num recado claramente para dentro. Os objectivos continuam a ser os mesmos: ganhar os próximos três jogos de modo a "matar" ali qualquer aspiração ao título que o seu principal opositor ainda possa alimentar. Por isso, e quando faltam disputar oito jornadas, Villas-Boas garantiu que o empenho tem de continuar a ser o mesmo e que não haverá relaxamento até o título ficar matematicamente garantido. O jogo com o Leiria continua, assim, a ser prioritário.
Tendo em conta o jogo de quinta-feira com o CSKA de Moscovo e o facto da vantagem para o segundo classificado no campeonato ter aumentado em Braga, vai fazer poupanças em Leiria?
Temos de lutar contra essa história de o campeonato estar acabado de uma forma bastante agressiva, porque não engana ninguém. O campeonato,pela boca de pessoas do Benfica, já tinha terminado em Novembro, depois dos 5-0 [no Dragão]. Com dez pontos de distância, assumiram a candidatura ao segundo lugar. No fundo, era uma falsidade, porque alimentaram sempre a esperança de serem campeões. Pelas qualidades que reconheço no treinador do Benfica, sei perfeitamente que não abdicará, jamais, do que ainda pode alcançar e acredito que qualquer encurtamento de pontos fará renascer a esperança do Benfica em revalidar o título. Não há, portanto, qualquer tipo de poupanças. Esse discurso de FC Porto já campeão serve apenas para os jornalistas. Temos de continuar focados no objectivo das cinco vitórias. Passaram duas e agora queremos conquistar as outras três.
Essa ideia de que o campeonato está ganho pode tornar-se no pior inimigo do FC Porto?
Não há piores inimigos. Não se pode é tentar vender falsos objectivos e não se pode deixar de sonhar com o campeonato quando ainda faltam disputar oito jornadas. Não é o único campeonato na Europa que se encontra nestas condições, qualquer equipa que ainda tenha um jogo tão importante, como um clássico em sua casa, sabendo que o pode ganhar e encurtar distâncias, pode permitir-se perfeitamente a sonhar com o título. Eu faria isso. Nesse sentido, acreditamos que o campeonato está vivo e queremos ser nós a matá-lo com a nossa competência.
Não teme algum relaxamento por parte dos jogadores?
Não prevejo qualquer tipo de relaxamento. Estamos comprometidos com o campeonato e enquanto não for matematicamente conseguido, não estaremos tranquilos. Com a distância aumentada, é óbvio que nos dá um panorama diferente dentro do objectivo interno estabelecemos, que pode permitir-nos chegar a esse jogo e construir uma diferença ainda maior, o que praticamente nos dará o título. Mas, vamos pensar em conseguir primeiro a vitória com o Leiria.

Leiria tentará inverter resultados negativos

Nas últimas oito jornadas, o Leiria venceu apenas uma vez e defronta o FC Porto com a motivação extra de tentar derrotar uma equipa que se mantém invicta desde o início do campeonato. "Precisam de se encontrar em termos de resultados. Mas é uma quebra que, se não me engano, é regular em algumas equipas que, ano após ano, fazem primeiras voltas estrondosas e depois parece que lhes falta qualquer coisa para manterem determinada posição", apontou. Com o FC Porto pela frente, os homens de Pedro Caixinha não têm nada a perder: "De certeza que vão querer inverter os resultados, e é sempre uma boa oportunidade quando se defronta um líder invicto. A motivação é extra e quero acreditar que isso é suficiente para alimentar o sonho de ganhar ao FC Porto."

"O que se passa não parece normal"

Villas-Boas garantiu que Hulk treinou sem limitações e que deverá jogar em Leiria. Mas o tema Hulk foi para além disso e voltou-se à última convocatória de Mano Menezes, seleccionador do Brasil, que descartou o Incrível.
Como é que se gere a ambição do Hulk quando este vê os colegas sair para as selecções?
Não nos podemos desligar muito do que ele próprio disse em conferência de Imprensa. Nestes casos, o mais importante é focar-se em objectivos colectivos. Se é normal ou não o que se está a passar, eu diria que não me parece normal, mas não sou ninguém que me possa permitir comentar as escolhas de um colega de profissão. É algo que pode acontecer, porque tem dúvidas, ou se calhar não tem dúvidas e não precisa dele agora, mas só o seleccionador é que poderá dizer. A nós cabe-nos mais gerir o estado anímico do Hulk, mas estamos tranquilos depois daquilo que ele disse, mostrando-se empenhado em concentrar-se no FC Porto.

"Selecção é fantástico para Belluschi"

A chamada de Belluschi à selecção argentina também mereceu um comentário positivo de Villas-Boas, que se congratulou por ver mais um jogador do plantel reconhecido pelo que tem feito no FC Porto. "Era um desejo forte dele. Mas, o mais importante é a realidade dele no FC Porto, em que tem demonstrado ser um jogador que favorece de forma acentuada o objectivo colectivo. É um prémio que vem pelo que tem feito aqui. Já não acontecia há algum tempo, mas é algo fantástico e uma situação única, por isso todos ficamos satisfeitos pela chamada."
Na mesma linha de conduta segue James Rodríguez, ainda que neste caso tenha sido chamado para representar a selecção sub-20 colombiana. Para o técnico do FC Porto, esse é um pormenor que não deverá tardar a ser "corrigido", porque qualidade é algo que não falta ao jovem jogador, conforme se tem visto na Liga. "O James foi chamado para os sub-20, mas ele tem talento para, mais tarde ou mais cedo, entrar no grupo restrito da selecção A".

"O que se passa não parece normal"

Villas-Boas garantiu que Hulk treinou sem limitações e que deverá jogar em Leiria. Mas o tema Hulk foi para além disso e voltou-se à última convocatória de Mano Menezes, seleccionador do Brasil, que descartou o Incrível.
Como é que se gere a ambição do Hulk quando este vê os colegas sair para as selecções?
Não nos podemos desligar muito do que ele próprio disse em conferência de Imprensa. Nestes casos, o mais importante é focar-se em objectivos colectivos. Se é normal ou não o que se está a passar, eu diria que não me parece normal, mas não sou ninguém que me possa permitir comentar as escolhas de um colega de profissão. É algo que pode acontecer, porque tem dúvidas, ou se calhar não tem dúvidas e não precisa dele agora, mas só o seleccionador é que poderá dizer. A nós cabe-nos mais gerir o estado anímico do Hulk, mas estamos tranquilos depois daquilo que ele disse, mostrando-se empenhado em concentrar-se no FC Porto.

Frustração de Guarín faz parte da alta competição

Guarín fez a diferença em Moscovo, com um golo que pode ter sido decisivo no apuramento do FC Porto para os quartos-de-final da Liga Europa. O colombiano já tinha marcado em Sevilha, precisamente o golo da vitória azul e branca, e, perante o rendimento que tem demonstrado, o mais natural seria vê-lo a titular com outra frequência. Aliás, Guarín já se queixou disso. Villas-Boas explicou como tem feito a gestão. "Não é fácil vivermos as frustrações individuais de muita gente que quer chegar ao onze inicial e não consegue; são coisas que acontecem em todas as equipas. Uns ficam mais tristes do que outros e demonstram-no de maneira diferente. Mas nós, como líderes, temos de viver com isso e vamos sofrendo, mas é a realidade da alta competição", sustentou. O valor do colombiano não está em causa e Villas-Boas tem procurado motivá-lo, lembrando o contexto de concorrência: "É muito mais reconfortante saber que se conquista algo num ambiente de extrema competição, do que baixar um nível para outra equipa ou para outro campeonato e ter essa titularidade garantida. Quem quiser triunfar tem de se manter dentro da máxima competitividade e conquistar alguma coisa."

Pergunta O JOGO

Iniciativa para despenalizar Álvaro Pereira junto da UEFA fracassou
A iniciativa para tentar despenalizar Álvaro Pereira junto da UEFA deixa-o com esperança de poder contar com ele, quinta-feira, contra o CSKA de Moscovo?
Dependia daquilo que o árbitro tivesse escrito no relatório. A sensação que me dá é que o Álvaro perde o contacto com a bola e depois entra forte e duro sobre o adversário... Mas podemos comunicar-vos já que ele não foi despenalizado. Exactamente por isso, porque o árbitro escreveu que foi demasiado agressivo. O Álvaro não é um jogador agressivo, mas foi isso que o árbitro argumentou, que se tinha alterado durante o jogo, o que é uma barbaridade, para quem o conhece.

in "ojogo.pt"

Sem comentários: