quinta-feira, 31 de março de 2011

Rúben Micael entre o sonho e a realidade no dragão

Golos na Selecção abrem o coração do madeirense Desconforto assumido Falta de oportunidades... ou conjuntura desfavorável? 

Rúben Micael estreou-se pela Selecção Portuguesa, marcou os dois golos frente à Finlândia (2-0) e teve outros tantos desabafos no final da partida quando lhe foi perguntado em quem pensou quando celebrou os golos e o facto de ter concretizado mais um dos seus sonhos. «Pensei nos meus pais, na minha mulher e nos meus amigos, que numa fase menos boa sempre me apoiaram», admitiu o médio, ficando-se por aqui. Antes tinha elogiado a aposta do seleccionador nacional: «Quero agradecer ao Paulo Bento por ter confiado em mim. As palavras dele também foram muito importantes, nunca as vou esquecer».

O médio madeirense do FC Porto passou assim de rajada, numa das raras oportunidades de usufruir de tempo de antena, porque também fez por merecê-la, duas mensagens não tão subliminares quanto isso, mesmo não sendo evidentes sinais de empertigamento e muito menos de revolta, mas sim de uma pacífica desilusão e assumido desconforto pela situação menos boa por que passa no emblema azul e branco. O que revela salutar inconformismo. 

Independentemente das razões que lhe assistem, e que as terá certamente, Rúben Micael também pode queixar-se de si próprio e mais ainda de uma conjuntura que lhe é desfavorável, dada a subida de qualidade e competitividade dos jogadores do plantel relativamente à época passada.

E os números dizem...

Afinal, analisados os números, e não só, Rúben Micael não teve tão poucas oportunidades como isso de jogar. Poderá é queixar-se agora o madeirense de que não dispõe de tanto tempo em campo como em 2009/10, a sua primeira (meia) temporada no FC Porto, onde foi titular em 17 dos 18 desafios em que marcou o ponto, num total de 23 desde que, a 24 de Janeiro de 2010, no Estoril, se estreou com a camisola do FC Porto.

Muito diferente do que tem acontecido em 2010/11, pese ter tido a sua primeira oportunidade de jogar a titular logo de início, ao quinto jogo da época, com o Genk, a 26 de Agosto, no play-off da Liga Europa. E foi até nesta competição onde lhe foram dadas mais ocasiões de se afirmar, com a presença de início em cinco das 12 partidas realizadas até à data, enquanto no campeonato se ficou por três como titular.

Muito ou pouco, consoante a perspectiva, a verdade é que Rúben não esteve ainda ao nível que o levou a ser cobiçado e contratado pelos dragões, nem sequer ao das prometedoras actuações que fez na equipa portista da temporada passada. 

Rúben Micael é neste momento o 16.º jogador mais utilizado do plantel no conjunto de todas as provas, o mesmo registo do campeonato, onde fez até agora um total de 14 desafios e cumpriu 435 minutos em campo. O que dá uma média de 31 minutos por encontro. Na Liga Europa, a média sobe para 68 minutos, pois foi utilizado um total de 407 minutos em seis partidas, cinco como titular e uma como suplente utilizado.



in "abola.pt"

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