segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Defour: "Estrear-me no jogo com o Barcelona seria perfeito"


Defour chegou ao FC Porto há menos de uma semana, mas sente-se pronto para a estreia. E fazê-lo na sexta-feira, contra o Barcelona, seria ouro sobre azul: pelo nome do adversário e pela importância da prova. "Não são assim tantos os jogadores que podem dizer que jogaram a Supertaça Europeia", referiu em declarações ao jornal "Het Laatste Nieuws" a que O JOGO teve acesso. O médio considera que o FC Porto é o "clube perfeito" nesta altura da sua carreira, mostra-se surpreendido com a organização que encontrou, e diz que só tem sentido dificuldades para entender o português.


Segundo se sabe, o Defour não conteve um enorme sorriso quando surgiu a possibilidade de vir para o FC Porto. Porquê?

Já se sabe de antemão que o FC Porto é uma grande equipa, mas vendo a forma como somos recebidos... É tudo tratado de forma muito profissional, dois ou três níveis acima do Standard de Liège. Quando chegámos, eu e o Mangala, fomos directos a um restaurante onde estava um director, advogados, e outras pessoas ligadas ao clube. Havia três "team managers": um que lida com as questões relacionadas com a família dos jogadores, outro para a Imprensa e outro para outra coisa qualquer. Apesar da grandeza, mesmo assim, é tudo uma família

Na época passada, Alex Ferguson enviou-lhe uma carta a desejar as melhoras após uma lesão; em Espanha surgiram notícias do interesse do Real Madrid. O FC Porto não estará a um nível inferior?

Não se pode subestimar o FC Porto. Até porque a Liga portuguesa é melhor do que a belga e não se pode dizer que não a um clube destes. Sempre disse que queria ir para um clube maior do que o Standard e foi por isso que recusei o Lokomotiv de Moscovo e a Udinese. Recebi uma mensagem escrita do treinador [José Riga] a dizer que tinha escolhido um clube muito bom. E é verdade, este é o clube perfeito para mim.

A transferência foi-se arrastando no tempo, chegou a recear que não acontecesse?

Não, já existia um acordo com o Standard para que me deixassem sair sem dificultar as coisas. Há duas semanas, mais ou menos, surgiram as primeiras notícias do interesse do FC Porto, dizendo que poderiam avançar com uma proposta. A partida dessa altura, as coisas evoluíram rapidamente.

Quanto tempo precisa para estar pronto para jogar no FC Porto?

Isso pode ser rápido, ou não. Esta é uma equipa, obviamente, bem oleada, que venceu tudo na época passada e vou ter de provar o meu valor. Os primeiros treinos têm corrido bem, mas o português é uma língua bem complicada... Todos os treinadores têm feito os possíveis por falar em inglês ou francês e o treinador holandês dos guarda-redes também ajuda bastante. Sinto o respeito dos meus companheiros, se faço uma boa jogada eles elogiam logo. Em todas as equipas é o mesmo: os novos têm de ganhar o respeito dos outros nos treinos e nos jogos.

A estreia poderá acontecer na Supertaça Europeia com o Barcelona?

Seria perfeito entrar em acção de imediato e, de preferência, vencer essa prova. Não são assim tantos os jogadores que podem dizer que jogaram a Supertaça Europeia.

"Seis milhões de euros por mim? Só deram 4,5 por Falcao..."

Olhando para as contratações do FC Porto neste defeso, o preço pago por Defour, seis milhões de euros, situa-se mais ou menos a meio entre os valores investidos em Danilo (M€ 13) e Iturbe (M€ 2,5). Um valor que se está a banalizar no mercado nacional - entre os grandes - mas alto para a realidade do futebol belga. Defour brincou com os números. "Penso que é um valor justo", atirou, para depois mudar de opinião. "Na verdade, se calhar, pagaram a mais, se compararmos com o que pagaram no passado por outros jogadores. Por exemplo, só deram 4,5 milhões de euros pelo Falcao, que saiu agora para o Atlético de Madrid por mais de 40 milhões. Além disso, eu estive muito tempo lesionado. Para o Witsel, por exemplo, o Benfica vai pagar um pouco (sete milhões) mais com os bónus, mas ele esteve em grande forma na época passada", atirou.

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