terça-feira, 16 de agosto de 2011

Depois de El Tigre esticar a corda só falta o Atlético esticar a oferta


As declarações de Falcao em Guimarães não estavam no programa. El Tigre pôs pressão no processo com vista à sua transferência, certamente inquietado pela nega que o FC Porto dera ao Atlético de Madrid dias antes.
O colombiano meteu, em público, a papelada para o divórcio. Fê-lo precisamente um mês depois de, também com os papéis à frente, ter renovado com os dragões por duas épocas e com uma cláusula de rescisão de 45 milhões de euros.
Uma pequena ironia num imbróglio do qual ninguém quer sair a perder. Como é natural, a SAD não abrirá mão da sua estrela assim tão facilmente. É indesmentível o interesse dos colchoneros e o que se depreende das palavras de Falcao é que entre clube e jogador há uma plataforma de entendimento. Falta convencer o FC Porto e 38 milhões não bastaram.
Como O JOGO adiantou, foi esta a verba em cima da mesa e que Pinto da Costa recusou. Há divergências quanto ao bolo global da operação e quanto aos prazos de pagamento, correndo também a garantia de que os dragões não têm interesse em jogadores do Atlético de Madrid, apesar da disponibilidade dos espanhóis para acenar com Salvio ou Elias.
É quase consensual a ideia de que Falcao desgastou a relação até um ponto sem retorno, certo de que do Vicente Calderón chegará a proposta com o preço certo. Assim sendo, El Tigre passará a ser o negócio mais chorudo da história do clube, superando os 31,5 milhões de euros envolvidos na venda de Anderson ao Manchester United.
Para o FC Porto, sobrará a necessidade de voltar ao mercado para garantir um substituto para o ponta-de-lança que marcou um total de 72 golos em duas temporadas. Uma marca que está a fazer o Atlético de Madrid perder a cabeça, oferecendo a El Tigre cinco milhões de euros por ano.

Palavras do 9 agradaram a Enrique Cerezo

As palavras de Falcao tiveram grande eco na Imprensa espanhola. De tal forma que até Enrique Cerezo, presidente dos colchoneros, se viu forçado a reagir. Fê-lo à TVI, ainda que de forma muito contida. "É um grande jogador, é claro que é bom que diga que gostaria de jogar aqui, mas neste momento temos as atenções viradas para o jogo com o Vitória de Guimarães, para a Liga Europa", salientou, passando por cima do inegável desejo de reforçar o sector atacante com o goleador dos dragões. Mas o segredo é a alma do negócio.

Inquérito VIP: a transferência de Falcao passa a ser irreversível?

Rodolfo Reis (Ex-jogador e treinador do FC Porto)

"Não tem palavra e já não interessa ao FC Porto"

Quem não quer jogar no FC Porto não deve preocupar o clube. Essa é a visão de Rodolfo Reis, ex-médio do clube, profundamente desiludido com Falcao. "É estranho, pois ainda há poucas semanas assinou um novo contrato, com uma nova cláusula e foi recebido daquela forma pelos adeptos, dizendo depois que está feliz no FC Porto. O que me parece é que isto não é de um profissional. Falcao é produto da nova geração, que não tem palavra, só ouve os empresários e mudam de opinião em função do dinheiro. Por isso já não interessa ao FC Porto", diz. "Antes disto eu achava-o indispensável, até pelas suas características. Agora não faz falta, pois a partir do momento que não quer ficar, o FC Porto deve transaccioná-lo, nem que seja por 30 milhões. A saída é irreversível", continua, acrescentando que deve ser Pinto da Costa a decidir.


Lourenço Pinto (presidente da AF Porto)

"Declarações a quente nem sempre são reais"

Lourenço Pinto analisa as declarações de Falcao com alguma frieza. Desvaloriza-as até. "Não são condizentes com a vontade real e inequívoca de um jogador. Falcao sempre foi dedicado, estimado e respeitado por toda a gente, estrutura e adeptos. Não me parece que isto possa criar dúvidas sobre a permanência no plantel. As declarações a quente nem sempre são reais", analisa o presidente da AF Porto. A outro nível, entende o sentimento do colombiano. "É normal que todos os jogadores queiram ser transferidos, melhorar a sua vida. Mas se houver mudança, não me parece que se deva a uma situação de desagrado. Se o atleta estivesse preocupado, triste, não teria renovado contrato com condições melhores", acrescentou. Lourenço Pinto não exclui, ainda, que Falcao possa continuar a vestir de azul e branco.

in "ojogo.pt"

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