terça-feira, 16 de agosto de 2011

Fabregas: "Hulk e Falcao fazem a diferença"


Barcelona viveu ontem um dia louco. A cerimónia de apresentação de Fàbregas, o mais recente reforço da equipa de Guardiola, foi muito mais do que isso; transformou-se numa autêntica romaria, um acontecimento especial capaz de levar milhares de adeptos até Camp Nou, ou não fosse Fàbregas um "sonho" com mais de três anos - e um "menino" da escola do Barça.
A festa fez-se também na sala de Imprensa, onde o internacional espanhol esteve mais de uma hora a responder às mais variadas perguntas. O JOGO, que esteve presente, quis saber o que pensa o médio do reencontro com o FC Porto na Supertaça europeia. Fàbregas, que até se poderá estrear oficialmente no Mónaco, aproveitou o momento para deixar muitos elogios à capacidade dos campeões portugueses, que defrontou duas vezes num passado não muito distante.
"Hoje em dia, no futebol, qualquer equipa pode ganhar um jogo deste nível. Não há favoritos, nem equipas melhores nem piores. Ganhará aquele que estiver melhor naquele dia. Tentaremos jogar com intensidade e competência, pois só assim podemos vencer. Vai ser uma partida muito difícil. Nos últimos anos defrontei o FC Porto várias vezes pelo Arsenal, e foram sempre partidas duras, de muito trabalho e muito intensas, isto apesar de termos vencido duas vezes por uma margem folgada [4-0 e 5-0]", explicou o médio. Nos detalhes desses jogos, mas também do que viu do FC Porto durante a última época, Fàbregas fez ainda questão de destacar dois jogadores. "É uma equipa com grandes individualidades, como são os casos de Hulk ou Falcao, que fazem a diferença. Vai ser um jogo difícil, mas também muito interessante."
No que sobrou da conferência de Imprensa - e foi muito - o internacional espanhol desdobrou-se nos elogios ao Barcelona, falou num "regresso a casa" e também na "vontade de voltar a trabalhar com antigos companheiros" não só do Barça, como também da selecção espanhola, com os quais festejou a conquista dos Campeonatos do Mundo e da Europa.

E agora, quem é que lhes vai tirar a bola?

Fàbregas está de regresso a Barcelona oito anos depois de ter trocado a Catalunha por Londres. A questão que se põe neste momento é que papel terá nesta superequipa, que tem jogadores como Iniesta ou Xavi no meio-campo. O médio lá foi dizendo que está "preparado mentalmente para nem sempre ser titular", algo que já há muitos anos não acontece no Arsenal. No entanto, Guardiola vai ter de encontrar espaço para ele, até porque um jogador com a qualidade de Fàbregas não pode ficar no banco. Numa primeira análise, e no plano meramente teórico, pode desde já desenhar-se um meio-campo com Fàbregas e Xavi no centro - Busquets mais recuado -, ficando Iniesta, Messi e Villa na frente. E se o Barcelona já tinha uma percentagem de posse de bola a rondar os 70 por cento por jogo, com estes jogadores arrisca-se a subir ainda mais este número. Sobra mais uma pergunta: e agora, como se pára esta equipa?

Reencontro com Messi

O dia foi longo em Camp Nou, e houve alguns milhares de adeptos (mais de 30 mil) que esperaram durante várias horas para ver Fàbregas subir ao relvado simplesmente para dar uns toques na bola durante uma mão-cheia de minutos. Apesar disso, a apresentação do internacional espanhol conseguiu ser bem mais animada do que a maior parte dos jogos do nosso campeonato... O Barcelona transformou o regresso de Fàbregas num acontecimento mediático e emocionante para os adeptos, tendo até emitido um filme onde se viram alguns momentos do médio nas camadas jovens do Barcelona, com "14 ou 15 anos". Num desses lances, também apareceu Messi, curiosamente a assistir Fàbregas para um golo. Agora, mais crescidos, os dois vão finalmente voltar a partilhar o mesmo lado do relvado.

Na Catalunha, muda-se o nome

Barcelona e Catalunha podiam muito bem confundir-se. O clube e a região vivem numa simbiose de princípios e ideias - onde é que já vimos isto... -, e o regresso de Fabregas trouxe mais um exemplo daquele "orgulho de ser catalão". Fabregas vai deixar de ser Fabregas, como era em Inglaterra, para se transformar em Fàbregas; por outras palavras, o médio vai adoptar o nome catalão, com o tal acento grave no primeiro "a". E já que se fala em curiosidades, segue mais uma, que também estará estampada nas costas da camisola de Fabregas (ou Fàbregas, se preferir): o médio vai manter o número quatro que utilizava na selecção e no Arsenal, e que estava sem dono no Barcelona há já alguns anos - o último a utilizá-lo foi o mexicano Rafa Márquez.

in "ojogo.pt"

Sem comentários: