sábado, 6 de agosto de 2011

Quarta tentativa para um inédito tri

Mais do que a 18ª Supertaça (as 17 já levantadas bastam para liderar confortavelmente o histórico de vencedores); mais do que o 70º troféu oficial (os 69 já acumulados também chegam para ser o melhor clube português nesse capítulo), o FC Porto procura no jogo de domingo o primeiro tri da história desta competição. Em 32 edições da Supertaça Cândido de Oliveira (a primeira foi relativa à época 1978/79), nenhuma equipa conseguiu três triunfos consecutivos. Mas, a verdade é que só o FC Porto teve oportunidade de o conseguir. Curiosamente, falhou nas três ocasiões em que se propôs a tal. Esta é a quarta tentativa.

Teoricamente, o jogo com o Guimarães será sempre uma tarefa mais desnivelada do que essas três Supertaças perdidas contra Benfica e Sporting (duas vezes). Não só pelo nome do adversário, mas pelas condições em que os dragões chegam ao jogo decisivo. Em 1985 e 1995, o FC Porto também se apresentou campeão, mas agora junta-lhe as insígnias de vencedor da Liga Europa e também da Taça de Portugal, precisamente contra o Guimarães e num jogo cujos improváveis 6-2 podem agora ter uma carga psicológica altamente vantajosa. De resto, o Guimarães parece ser um adversário ligado à história dos portistas, porque, na época passada, viabilizou o primeiro tri dos dragões na Taça de Portugal. A diferença é que, neste particular, Benfica e Sporting já o tinham conseguido anteriormente e no caso dos vice-campeões nacionais há até um tetra que ainda chega para suplantar a concorrência.

Na Supertaça não. Benfica, Boavista e Guimarães nunca repetiram a conquista e o Sporting só o fez por uma vez. O FC Porto tem três bis e está apostado transformar o último num tri.

No plantel há seis jogadores que o podem conseguir verdadeiramente, por terem participado nas finais anteriores contra Paços de Ferreira e Benfica: Helton, Rolando, Fernando, Belluschi, Hulk e Varela. Maicon também esteve nas duas partidas mas não foi utilizado na primeira. Álvaro Pereira falhará a terceira por continuar de férias...

Hipóteses desperdiçadas

1985 Benfica 1-0 FC Porto
João Pinto, Lima Pereira, Eduardo Luís, André, Futre, Madjer ou Gomes foram os craques que dois anos depois conquistariam o primeiro título europeu para o FC Porto mas revelaram-se, nos dois jogos (o modelo antigo contemplava uma mão em casa e outra fora) dessa Supertaça impotentes para marcar qualquer golo ao Benfica. Assim, valeu o golo de Diamantino na partida da primeira mão, no Estádio da Luz, para evitar que os dragões conquistassem três Supertaças consecutivas. Ficou registado que nas Antas houve massacre ofensivo, mas foi mesmo o visitante a levantar o troféu.

1995 Sporting 3-0 FC Porto

Foram precisos três jogos para entregar a Supertaça relativa à época 1994/95. Em Agosto, Sporting e FC Porto empataram duas vezes e foi necessário marcar uma finalíssima. Por culpa do calendário apertado, a Federação Portuguesa de Futebol e os dois clubes só acordaram data para Abril de 1996, já bem perto do final da época. Em Paris, cidade escolhida, os dragões foram uma sombra de si próprios e perderam 3-0 com o Sporting de Octávio Machado. Sá Pinto (com um bis) foi o herói. Carlos Xavier fechou o marcador.

2000 Sporting 1-0 FC Porto

Na ressaca do primeiro título leonino após 18 anos de jejum, o FC Porto apresentou-se para a Supertaça como vencedor da Taça de Portugal anterior. Em início de época, as duas equipas disputaram dois jogos muito equilibrados. Primeiro nas Antas, em que Alenitchev empatou sobre o apito final um jogo que Acosta inaugurou. Depois em Alvalade, com um 0-0 que obrigou a marcar finalíssima, tal como em 1995. Novamente sem datas intermédias, ficou tudo para o final da época. Em Coimbra, os dragões caíram com novo golo de Acosta, o mesmo que na época anterior já lhes havia roubado o campeonato.

Única conquista do Guimarães foi contra... o FC Porto

Diz-se que a um ciclo de vitórias se sucede habitualmente um ano modesto. A Supertaça de 1988 é um exemplo disso. Na época anterior, o FC Porto tinha sido arrasador, mas perdeu grande parte dos seus activos e teve de reconstruir uma equipa nova, na qual só constavam cinco habituais titulares dos anos de ouro. O Guimarães aproveitou a oportunidade e, a duas mãos, conseguiu erguer a Supertaça naquele que é o único troféu oficial da sua história. Décio e N'Dinga marcaram nos 2-0 do Afonso Henriques e um mês depois, nas Antas, nem a veia goleadora de Domingos ou Rui Águas conseguiram desfazer o nulo.

in "ojogo.pt"

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