terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Moutinho: "Enganei dois ou três de uma vez"

João Moutinho está diferente por culpa da nuance táctica do FC Porto nos últimos jogos. Vítor Pereira deu-lhe ordens para actuar num raio de acção maior e recuar para junto a Fernando de forma a pegar no jogo mais atrás. É daí que tenta iniciar os ataques que ele próprio, muitas vezes, tenta finalizar ou assistir um companheiro em zona de remate. Foi o que aconteceu no domingo. O minuto era o 66. Mesmo com o Leiria reduzido a dez elementos, o nulo mantinha-se e os quase 30 mil adeptos do FC Porto presentes nas bancadas do Estádio do Dragão já não conseguiam esconder alguma insatisfação e, sobretudo, muita ansiedade.
O risco de deixar o Benfica escapar ainda mais na tabela era real. Minutos antes, Vítor Pereira tinha mexido pela primeira vez na equipa, apostando em James para o lugar do apagado Varela. E em boa hora o fez porque foi o colombiano que Moutinho descobriu sem marcação no lado esquerdo da área no tal lance de génio, assinado a três, que abriu o ferrolho dos leirienses e o caminho para uma goleada, até então muito pouco provável.
João Moutinho foi o principal interveniente, num momento de grande inspiração. O médio contou a O JOGO como foi esse lance que permitiu a Janko estrear-se a marcar no campeonato, admitindo que foi difícil resistir à tentação de rematar de fora da área. Afinal, essa seria a opção mais evidente na altura, sobretudo atendendo ao empate que se verificava no marcador: "Quando o James me passou a bola o primeiro instinto até foi rematar, mas como vi um adversário muito perto pensei que a bola lhe podia bater, não chegando à baliza. Então, decidi tirá-lo do caminho e acabei por enganar dois ou três de uma só vez".
Tudo aconteceu numa fracção de segundos, mas João Moutinho teve tempo para decidir da melhor forma o que fazer a seguir com a bola. "Depois, vejo o James solto e dei sequência à jogada, que penso ter resultado num belo golo", explicou.
O médio destacou ainda a importância desse momento para o desenrolar da partida. "Sabíamos que o primeiro golo era fundamental contra uma equipa que estava muito fechada e procurei a melhor solução", frisou.
Contudo, João Moutinho não pretende ficar com os louros do momento de inspiração colectiva. "A ideia dos jogadores do FC Porto é sempre arranjar a melhor solução para ajudar a equipa, cujos interesses estão sempre acima dos interesses individuais", sublinhou.

Rendido à qualidade dos reforços

Moutinho ainda só fez dois jogos com Lucho e Janko a seu lado no onze, mas foram suficientes para o convencer de que se trata de excelentes reforços para o FC Porto. Aliás, o entendimento no meio campo com El Comandante já é notório. Até parece que já tinham jogado juntos. "O golo ao Leiria também é reflexo do entrosamento que a equipa vai ganhando, agora que recebeu dois novos jogadores de grande qualidade como o Lucho e o Janko. O que, de resto, também já tinha sido demonstrado no jogo com o V. Setúbal", lembrou. Nesse jogo os dois reforços marcaram.

Triângulo já resolvera contra o V. Setúbal


O lance do segundo golo ao V. Setúbal, há uma semana, também pode ser considerado um hino ao futebol. O entendimento entre João Moutinho e Lucho é perfeito, numa triangulação ao primeiro toque que deixou o internacional português com muito espaço já perto da área dos sadinos. Aí, Moutinho recebeu a bola e, logo de seguida, entregou à esquerda em James, que na passada assiste na perfeição Janko. O austríaco, na zona do ponta-de-lança, foi mais rápido do que os centrais e fez o seu primeiro golo em Portugal.
O FC Porto meteu o pé no acelerador nesse lance e só precisou de seis segundos e outros tantos toques na bola desde o primeiro passe de João Moutinho para Lucho até ao remate final de Janko. Os dois reforços participaram no lance, mas João Moutinho voltou a ser o desbloqueador, isolando James na esquerda.

in "ojogo.pt"

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