sábado, 3 de março de 2012

O FC Porto um a um

A ESTRELA: James 8

Um golo e uma assistência: eis James a decidir um clássico


Meia hora em campo absolutamente arrebatadora. "Jet-lag"? Cansaço? Dois jogos em 58 horas? Venham eles, que o miúdo aguenta. El Bandido chegou de manhã a Lisboa vindo de Miami, dormiu umas horitas, e nem deve ter tido tempo para sonhar com um clássico assim. Seis minutos depois de entrar, correu trinta metros com ela controlada, tocou curto para Fernando e foi buscar mais à frente antes de bater Artur. Estava feito o empate. O recital prosseguiu com um remate por cima e uma passe fantástico a deixar Dalma completamente só na direita. E foi aí, nesse lado, que trocou as voltas as Gaitán que só o parou recorrendo à falta. James assumiu a marcação e colocou a bola direitinha na cabeça de Maicon para o 3-2 final.


Helton 6
Fez a primeira defesa aos 13', o que num clássico na Luz diz alguma coisa… Aos 23', mergulhou para impedir o empate a Cardozo e, pouco depois, segurou um cabeceamento de Aimar. No 1-1 nada podia fazer, assim como no 2-1, que, aliás, pareceu adivinhar, tal a forma veemente como pediu aos companheiros para se posicionarem antes do livre apontado por Aimar. Até ao fim, só precisou de dar uma sapatada num cruzamento.

Maicon 8
Vítor Pereira insistiu nele no lado direito da defesa, onde teve pela frente Nolito, tendo ganho aos pontos. Concentradíssimo e bem posicionado, funcionou muitas vezes como terceiro central, acudindo aos fogos que Rolando e Otamendi não conseguiam apagar. Aos 58', fixou-se em definitivo na área e Cardozo quase que desapareceu. A aposta Vítor Pereira foi arrojada, ao recuar Djalma para lateral para colocar James no ataque, mas foi o brasileiro a fechar a contagem num bom golpe de cabeça em antecipação a Artur.

Rolando 5
Foi o principal responsável pela marcação a Cardozo e os dois golos do paraguaio justificam uma nota menos elevada do que a dos companheiros. Aos 21', viu um amarelo por agarrar o avançado do Benfica. Saiu aos 58', uma novidade, até porque não estava, aparentemente, tocado.

Otamendi 6
Parece talhado para jogos desta intensidade porque é fortíssimo fisicamente e privilegia a antecipação. Foi assim que roubou muitas bolas, mas também perdeu alguns duelos: um com Cardozo, aos 35', que quase deu golo. No 1-1 ficou a sensação se devia, pelo menos, ter tentado atacar a bola...

Álvaro Pereira 6
Teve mais problemas com Maxi Pereira, que lhe arrancou um amarelo, do que com Gaitán. Não subiu tanto como lhe é habitual e os poucos cruzamentos que efetuou não tiveram qualquer perigo. Mas os remates assustaram Artur. Aos 31', atirou por cima e aos 36' esteve bem perto de fazer o 2-0. Noutra boa iniciativa, já na segunda parte, levou tudo à frente até descobrir Hulk sozinho na direita.

Fernando 7
Principal responsável pelo apagão de Aimar enquanto este esteve em campo, obrigando-o quase sempre a jogar de costas para a baliza. Com uma excelente leitura de jogo, adivinhou um passe mal feito dos encarnados e recuperou a bola que entregou em Hulk para o 1-0. Os "estragos" continuaram na segunda parte com a assistência para o 2-2 de James e muitos, mas mesmo muitos, cortes e interceções.

João Moutinho 7
Impôs os ritmos, ora acelerando, quando tinha espaço para isso, ora travando a circulação, sempre com passes certos, por mais apertado que estivesse. Não se assustou com o físico de Witsel e fartou-se de lhe ganhar bolas. Aos 38', apontou um livre direto que ainda bateu na barra da baliza de Artur.

Lucho 7
Respondeu a Jorge Jesus com uma grande exibição. Não correu quilómetros, é certo, mas foi fundamental para a entrada "à dragão": taticamente perto da perfeição, foi a sua pressão a Garay e Javi García que impediu que o Benfica saísse em ataque organizado. A forma como isolou Janko (36') é de quem joga com inteligência.

Hulk 7
O Incrível fez o quinto golo ao Benfica, o terceiro na Luz, e só precisou de sete minutos para o fazer. Emerson deu-lhe espaço e Hulk "agradeceu-lhe" com uma bomba de fora da área que quase furou as redes. Depois, ainda o expusou… Estava em jejum há seis jogos, mas a regra cumpriu-se e faturou ao sétimo. Não foi brilhante e até perdeu muitas bolas, mas colocou sempre em sentido dois defensores do Benfica.

Djalma 7
Ganhou um lugar no onze por culpa das seleções, que levaram os dois Rodríguez, e ainda pela lesão de Varela. Aposta acertadíssima de Vítor Pereira, ainda que não tenha criado grandes desequilíbrios: viu um remate intercetado e ganhou um livre em zona perigosa. Aos 28´, agarrou Aimar à saída do meio-campo e viu um amarelo que não o condicionou em campo. Nem quando recuou para lateral-direito. Aliás, aí, aproveitou o pouco trabalho que teve e o espaço que lhe apareceu pela frente para boas arrancadas. Numa delas quase surpreendeu Artur.

Janko 5
Travou um autêntico duelo de gigantes com Luisão e dispôs apenas de uma ocasião para marcar, só que não conseguiu desviar a bola do alcance de Artur e fazer, na altura, o 2-0. Trabalhou bem fora de área, servindo como referência nos passes longos, segurando a bola e tocando-a de imediato para os companheiros. Deu ajuda que pôde na defesa, porém foi ele quem colocou Cardozo em jogo no lance do 1-1.

Kléber -
Nova aposta arrojada de Vítor Pereira, colocando o brasileiro ao lado de Janko, num claro sinal de que queria vencer na Luz. Kléber não marcou, mas serviu de talismã porque, no minuto seguinte, o FC Porto fez o terceiro.

Sapunaru -
Entrou nos descontos para acrescentar centímetros à defesa e, sobretudo, queimar mais alguns segundos.

in "ojogo.pt"

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