domingo, 22 de abril de 2012

Houve festa faltam as faixas


O FC Porto está, no pior dos cenários, a duas vitórias de se sagrar campeão nacional. Mas até pode comemorar o título já no próximo domingo, bastando para isso que os Dragões derrotem o Marítimo, na Madeira, e o Benfica não vença o Rio Ave, em Vila do Conde. Numa perspetiva mais otimista para os benfiquistas, a vida da equipa de Vítor Pereira pode complicar-se apenas se perder um jogo e empatar outro nas três jornadas que faltam até terminar o campeonato, sempre num cenário de três triunfos seguidos dos comandados de Jorge Jesus. Contas à parte, a festa já começou a ser feita ontem, no Estádio do Dragão, que esteve longe de estar cheio, mas mesmo assim com o público entusiasmado e confiante de que o título já não foge. Já houve festa, faltam as faixas de campeões nacionais.
Vítor Pereira apresentou uma equipa praticamente sem novidades. Sem Álvaro Pereira, castigado, apostou no brasileiro Alex Sandro, que tinha entrado bem em Braga. Defour manteve-se no onze, à frente da defesa, mesmo com Fernando recuperado e no banco, e no ataque o treinador portista apostou no tridente demolidor, com James na esquerda, Hulk na direita e Janko entre os centrais Hugo e Bura. Ulisses Morais também não apresentou nenhuma surpresa, apostando num futebol de posse de bola e saídas rápidas para o ataque. Essa estratégia começou por incomodar os dragões, que à custa de muitas trocas de bola, sobretudo no meio-campo ofensivo, efetuavam alguns passes errados. Mesmo cometendo esses erros, era um FC Porto dinâmico e apostado em chegar rapidamente ao primeiro golo, diante de um adversário que começou bem, apostando nas faixas, com Nildo a aparecer pelo meio ou pela esquerda, e Nuno Lopes, Balboa e Serginho a surgirem nas costas de Alex Sandro, com o brasileiro a sobressair mais no apoio ao ataque do que a defender. Foi até por aquele lado que os aveirenses criaram as melhores oportunidades na primeira parte, isto já sem o lesionado Nuno Coelho, formado no FC Porto e, agora, emprestado pelo Benfica.
À passagem dos 30 minutos, e tal como tinham prometido, os adeptos portistas começaram a homenagear Pinto da Costa pelos 30 anos de presidência no clube. Os cânticos prolongaram-se e, coincidência das coincidências, mais motivos tiveram para festejar quando Dias, que tinha entrado para o lugar de Nuno Coelho, agarrou Sapunaru e cometeu grande penalidade. Hulk transformou o lance em golo e abriu o marcador. Um golo que quebrou irremediável e animicamente o Beira-Mar.
No segundo tempo, o FC Porto chegou rapidamente ao 3-0, com golos de Janko e de Hulk. O ponta de lança respondeu bem à assistência do brasileiro, mascarando uma exibição muito fraca, com algumas falhas anedóticas. Redimiu-se com um bom movimento, próprio de um finalizador nato, beneficiando da excelente capacidade individual do Incrível. Hulk foi novamente decisivo, e com o terceiro golo, pleno de técnica e força, chegou aos 41 golos e tornou-se no melhor marcador portista no Estádio do Dragão, ultrapassando Falcao.
Mesmo com James sem conseguir marcar qualquer golo, apesar das tentativas, Janko e Hulk davam razão à aposta inicial de Vítor Pereira. Só à conta deste trio, o FC Porto marcou 22 golos, isto sem esquecer que o ponta de lança apenas chegou na reabertura do mercado de inverno. Curiosamente, privado de um deles - o avançado austríaco foi substituído - os campeões nacionais não voltaram a marcar no jogo de ontem. Bem tentaram, é certo, das mais diversas formas, sobretudo através de remates de Hulk e James, mas Rui Rego ou a falta de pontaria impediram que o resultado assumisse outros números. Nessa altura já os portistas faziam alguma gestão e controlo do jogo, diante de um Beira-Mar desaparecido no segundo tempo. E só a entrada de um médio, o ex-Vitória de Guimarães Edson Sitta, permitiu recuperar um meio-campo que quase nunca conseguiu travar as investidas do FC Porto, muito forte no segundo tempo.

in "ojogo.pt"

2 comentários:

Rui Anjos (Dragaopentacampeao) disse...

O jogo de ontem voltou a mostrar um FC Porto de duas faces. A mais negativa, correspondendo a uma primeira parte de domínio inconsequente, com muitos passes falhados, dificuldades de progressão e sobretudo de uma intranquilidade defensiva de pasmar! As peças nucleares mostrara-se desinspirados e quando assim é, a máquina não carbura.

A mais positiva, correspondendo a toda a segunda parte, com incidência especial para os primeiros vinte minutos em que os Dragões foram arrasadores, construindo um resultado confortável. Nesta fase o futebol saiu fluído, rápido, incisivo e demolidor. O acerto defensivo e muita classe foram determinantes, com subidas exibicionais de todos os jogadores. Destaque para Hulk, uma vez mais decisivo.

O título ficou mais perto mas ainda faltam jogos muito importantes que vão decidi tudo, para o bem (espero) ou para o mal.

Um abraço

Dragus Invictus disse...

Bom dia,

Foi uma excelente vitória, com uma primeira parte de alguma ansiedade, mas com uma segunda metade empenhada, com a garra necessária de quem quer ser bi-campeão.

Excelente o apoio do público no Dragão mesmo sendo o jogo numa noite fria e a uma hora já tardia.

Abraço e boa semana

Paulo