segunda-feira, 2 de abril de 2012

Regresso às origens já dá lucro

Mais de três anos depois, Lucho voltou a marcar no campeonato português, depois de ter experimentado a sensação pela última vez num jogo frente à Naval, realizado a 15 de março de 2009, que os portistas venceram (2-0) no Dragão. Apesar do muito festejado regresso aos golos, o dado mais significativo da noite de sábado acabou por ser outro: o recuo do argentino no campo, que se colocou, desta vez, ao lado de João Moutinho. A mudança acabou por ser revelar positiva e Jesualdo Ferreira, que trabalhou três épocas com o argentino no FC Porto, avaliza a alteração estratégica operada por Vítor Pereira. "O jogo com o Olhanense pode ser um bom exemplo. Pode parecer curioso, mas Lucho faz mais golos se jogar mais longe da baliza. Disse-o quando ele estava no Marselha: não me parece que tenha competências para ser pivô ofensivo, convém-lhe jogar de frente para o jogo, porque assim avalia muito bem os espaços por onde pode entrar", explicou, a O JOGO o atual treinador do Panathinaikos.
No entanto, Jesualdo Ferreira até encontra uma explicação para a opção inicial de Vítor Pereira em colocar o argentino mais perto do ponta de lança, desvalorizando, porém, a mais recente discussão à volta da condição física do médio. "Não sei como está fisicamente, nem quero falar à distância ou questionar as opções do Vítor. Lembrem-se apenas que o triângulo do Marselha era com um duplo pivô defensivo e o Vítor pode ter pretendido aproveitar aquilo a que o Lucho já estava habituado. Se o fez, acho que fez muito bem", afirmou, vincando sempre que só o treinador tem dados que lhe permitem perceber o que mais convém à equipa.
Durante a conversa, Jesualdo Ferreira recordou ainda uma história curiosa. "Uma vez, o Lucho foi à seleção e jogou a 10. Quando voltou, falámos sobre isso e disse-lhe que não era uma posição que o favorecesse. Ele concordou comigo." No que sobrou de tempo, o professor não teve dúvidas em afirmar que a "experiência, sensatez, equilíbrio e conhecimento do clube e do campeonato" que Lucho tem vão ser "fundamentais para o final do campeonato e para a luta pelo título".

Mais golos em menos jogos e a três dos 50


Três golos em 10 jogos é o registo apresentado por Lucho neste regresso ao Dragão. Apesar de não ter marcado de penálti - Hulk continua a ser o marcador de serviço -, ele que até é um especialista, o argentino já se transformou no médio mais concretizador do FC Porto, embora ainda em igualdade com Moutinho. No entanto, o internacional português tem quase o quádruplo dos jogos realizados (39, para ser preciso), o que torna o feito de Lucho ainda mais relevante. Nesta lista de médios goleadores, segue-se Defour (2), para além de Fernando (1) e dos agora "italianos" Guarín (1) e Belluschi (1). Feitas as contas, Lucho já realizou 161 jogos com a camisola do FC Porto (119 para o campeonato), tendo apontado 47 golos (32 para o campeonato), o que oferece uma média de um golo a cada três jogos e meio realizados. Nada mau.


in "ojogo.pt"

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