sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Quaresma é fã do Sp. Braga mas torce pelo F.C. Porto


Acredita que o Benfica «pode ir longe» na Champions e que o Sporting vai dar a volta a uma fase complicada.

Apesar de estar a jogar na Turquia, Quaresma tenta estar atento ao campeonato nacional. Em entrevista ao Maisfutebol/TVI, o jogador do Besiktas admitiu que não tem acompanhado todos os jogos, mas não deixou de partilhar as suas impressões, alertando para o facto de a Liga ainda estar no início.

O F.C. Porto está «melhor». O Benfica «pode ir longe» na Liga dos Campeões. Quaresma espera que o Sporting «reencontre o seu caminho» e diz que o Sp. Braga «é das equipas que mais gosto dá ver jogar».

Já trabalhou com o André Villas-Boas. Que ideia tem dele como treinador?

«Passámos alguns momentos juntos no Inter, mas como treinador não posso falar muito porque nunca fui treinado pelo André. Desejo-lhe a melhor sorte do mundo e que seja campeão. Penso que está a fazer um excelente trabalho e que ainda tem muita coisa para dar. É uma grande pessoa.»

Como vê este F.C. Porto?

«Forte e com vontade de voltar aos títulos, que é algo a que o clube está habituado. Sinceramente acho que o F.C. Porto está muito bem e espero que continue assim.»

Ficou surpreendido com a ida do João Moutinho para o F.C. Porto?

«No mundo do futebol nada me surpreende. Não vou falar sobre a sua situação porque não sei o que se passou. Nem quero saber. Só ele e as pessoas que estiveram à volta disso é que sabem o que realmente se passou. Só espero que o João possa ser feliz no F.C. Porto e possa ajudar a equipa.»

O Benfica está mais fraco que não época passada?

«Isto ainda agora começou. Muitos dos jogadores vieram de selecções e de competições, é normal que se sintam um pouco cansados. Acredito que o Benfica poderá voltar ao ritmo em que acabou a época passada. Não acho que esteja mais fraco. Ainda é muito cedo para acharmos isso.»

O que pode fazer este Benfica na Liga dos Campeões?

«Pode ir longe, porque tem um grande treinador, tem qualidade e grandes jogadores. Tem uma grande equipa. Como português, gostava que o Benfica representasse muito bem o nosso país e que pudesse chegar o mais longe possível.»

Como vê o Sporting sem Moutinho e Veloso e com Paulo Sérgio?

«Sinceramente não tenho acompanhado muito os jogos do campeonato português, porque não passam muito na Turquia. Uns saem, outros entram. Faz falta quem está. Acho que o novo treinador é uma pessoa que trabalha para ganhar e para que a sua equipa volte ao que era e a lutar pelos títulos. Acho que é isso que faz falta ao Sporting, voltar aos títulos.»

Mas este início de época tem sido complicado...

«Todos nós temos fases boas e más. O Sporting está a passar por uma fase complicada, mas espero que se levante e que reencontre o seu caminho, que é lutar pelo título, como sempre habituou os sportinguistas.»

O quê que o Sp. Braga pode fazer numa época de Liga dos Campeões?

«Acho que ainda é tudo novo para o Sp. Braga. Se calhar não está a conseguir lidar com a pressão e com a importância que tem a prova. Mas tem um grande treinador e é das equipas que mais gosto dá ver jogar em Portugal. Também acho que não tem tido sorte. Vi o último jogo que fez [para a Champions], em que perdeu por 0-3. Acho que não merecia perder, porque criou muitas oportunidades de golo. Acho que a sorte também não está a acompanhá-lo. Espero que a sorte o acompanhe mais, porque merece. Tem uma grande equipa. Joga um futebol muito bonito e, além disso, tem um grande treinador.»

F.C. Porto, Sp. Braga, Benfica e Sporting, quem é o favorito?

«Neste momento o melhor é o F.C. Porto. Entre esses quatro grandes é o que está melhor. Pessoalmente gostava que fosse o F.C. Porto.»

Ricardo Quaresma iniciou um novo ciclo na sua carreira. O extremo transferiu-se para o Besiktas em Junho, depois de uma passagem pelo Inter de Milão, e diz sentir-se «em casa». O português tinha milhares de pessoas à sua espera no aeroporto e no estádio e é a estrela da equipa turca.

O jogador falou com o Maisfutebol e com a TVI sobre a sua vida em Istambul, o Besiktas (uma relação «de amor» que começou em 2007), o campeonato português, a Selecção Nacional e os encontros da Liga Europa entre a sua actual equipa e o F.C. Porto, clube onde actuou durante quatro temporadas (uma antevisão que poderá ler nos próximos dias).

Esperava ser recebido daquela forma em Istambul?

«Sinceramente, não. Quando me avisaram que ia estar tanta gente à minha espera pensei que era uma brincadeira. Depois de sair do avião e ver tanta gente à minha volta... Não estava a acreditar. Foi uma emoção. Nem sei explicar o que senti naquele momento. A única coisa que posso dizer é que fiquei feliz por sentir que as pessoas acreditavam no valor que tenho.»

Esta loucura dos adeptos já começou em 2007, quando jogou no estádio Inönü pelo F.C. Porto. Como foi ser aplaudido pelos adeptos do clube adversário?

«É estranho ir à casa de um rival e ser aplaudido. Para mim foi um pouco estranho, mas, como jogador, senti-me feliz, porque senti que os adeptos admiraram o meu futebol e que gostaram da atitude que tive perante eles. Foi a partir daí que começou a existir o respeito e a admiração que sentem por mim. Quando percebi que poderia ir para o Besiktas tudo isso mexeu comigo, dando-me também forças para ir para a Turquia.»

Esta é a sua melhor experiência no estrangeiro?

«Acredito que sim... De todos os sítios em que já passei este é aquele em que me sinto mais feliz e onde me sinto em casa, sem dúvida. Se calhar, por isso estou a jogar aquilo que sei e as coisas estão a correr da maneira que sempre quis.»

Que objectivos é que definiu para esta época?

«Ali o primeiro objectivo era reencontrar o que perdi no Inter: a alegria, a confiança e a felicidade. Reencontrei isso e agora quero ajudar o Besiktas a ganhar títulos.»

Chegou a falar-se na possibilidade de jogar em Espanha [At. Madrid]. O que correu mal?

«Não correu nada mal. Decidi ir para a Turquia, porque senti que era ali que ia ser feliz. O meu empresário meteu-me na mesa o que tinha de meter e quem tinha de decidir era eu. Decidi por mim... Sinceramente, foi a melhor escolha que fiz na vida.»

Admite regressar ao futebol português?

«Por agora? Por agora não. Um dia mais tarde, quem sabe?»

Tem alguma preferência?

«Agora não, porque não estou a pensar nisso. Mais tarde falaremos sobre isso.»

Pelos vistos, a adaptação ao futebol foi fácil. E ao país?

«Estou muito feliz com o país. Tratam-me muito bem, transmitem-me muita confiança. Sinto o respeito e o carinho que as pessoas têm por mim. Sinceramente, estou a gostar muito do país e estou muito feliz.»

Que palavras que sabe dizer em turco?

«Nenhumas! É muito difícil... "Merhaba" é olá - tenho de dizer sempre quando entro no clube ¿ e "afiyet olsun" que é bom apetite. Estou sempre com fome. Estou sempre a ouvir isso!»

Ricardo Quaresma regressou à Selecção Nacional, depois de uma ausência prolongada. O extremo, que já não era chamado desde Outubro de 2008, foi titular nos jogos com o Chipre e com a Noruega. Uma rotura muscular na coxa direita afastou-o da primeira convocatória de Paulo Bento, seu antigo companheiro de quarto nos tempos em que o treinador e o «7» do Besiktas actuavam no Sporting.

Em entrevista ao Maisfutebol/TVI, o internacional português mostra-se satisfeito com a escolha feita pela FPF e espera jogar sob as ordens "do Paulo" que agora é "o mister Paulo".

Estava em boa forma quando regressou à Selecção. Depois desta lesão, acha que vai conseguir readquirir esse nível?

«Claro. Vou voltar ainda melhor. Não será devido a esta lesão que vou perder a forma física. Sinto-me bem e acredito que poderei voltar ao mesmo ritmo, ou melhor. Talvez consiga surgir um pouco acima desse ritmo. É para isso que trabalho.»


Ficou desiludido por não poder disputar os jogos com a Dinamarca e a Islândia?

«Fiquei, porque não gosto de estar parado e também porque era importante para todos nós. Era particularmente importante para mim, porque gostaria de ajudar o nosso país a alcançar o objectivo que queremos atingir.»

Foi colega de Paulo Bento no Sporting. Que ideia tem do seleccionador nacional?

«Aprendi muito com o mister Paulo, a nível pessoal e profissional. Como treinador... Ainda não fui treinado por ele, mas é uma pessoa que sabe o que quer e o que faz. Tem uma grande personalidade e desejo-lhe a maior sorte do mundo. Espero que consiga ajudar todos os portugueses a alcançar aquilo que todos nós queremos. Espero ter o prazer de voltar a trabalhar com ele, agora como treinador.»

Era fundamental mudar de seleccionador nesta altura?

«Não vou entrar por aí. O futebol tem momentos e cada pessoa também tem o seu. Acho que a Federação tomou a decisão que tinha de tomar, mas não sou eu que tenho de dizer se está ou não correcta. Até porque também não sei bem o que se passou. Nem tenho de saber. São coisas entre a Federação e os treinadores. Eu, como profissional, se voltar, só tenho de trabalhar e ajudar a selecção a ganhar.»

Nota-se que há outra motivação e, pelos vistos, a selecção voltou a conquistar os adeptos. Sente isso?

«É normal. Há um treinador novo e toda a gente se quer mostrar. O técnico tem uma mentalidade ganhadora e transmite isso para os jogadores. É normal que eles entrem com outra vontade, outro querer. Depois de ganhar é normal que os adeptos comecem a acreditar cada vez mais na Selecção.»

Pensa que Portugal está novamente na corrida por uma presença no Euro?

«Acredito que sim. Acho que era uma vergonha que a nossa selecção, com o talento, a qualidade e a equipa que tem, não estivesse no Europeu. Era uma vergonha para o nosso país não estarmos presentes. No entanto, acredito que vamos a tempo de mudar as coisas. Com estas vitórias conquistou-se mais confiança e moral na corrida por esse objectivo. Acredito que, todos juntos, possamos dar a volta a esta fase complicada que passámos.»

É um hábito sofrer até ao fim...

«Infelizmente, ultimamente, tem sido um hábito. Mas o importante é chegarmos lá e mudarmos o que está errado. Certamente existirá muita coisa que está errada e que só nós, jogadores, e o treinador é que poderemos mudar. Acho que é para isso que estamos a trabalhar neste momento, a mudar tudo aquilo que fizemos mal, para voltarmos a ser o que éramos, jogarmos bem como equipa e não sofrermos tanto.»

Antes de Paulo Bento ser contratado, chegou a ser equacionada a possibilidade de Mourinho orientar a Selecção. Como viu esse processo?

«Já falei do mister Paulo e acho que foi a melhor escolha que a Federação fez.»

in "maisfutebol.iol.pt"

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