segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

F.C. Porto-Rio Ave, 1-0 (crónica)

Passear nas margens do Rio sem fugir ao perigo de se molhar


O Dragão quis passear nas margens do Rio Ave mas não conseguiu fugir ao perigo de se molhar (1-0). Silvestre Varela marcou o tento solitário (6m) na ressaca do clássico perdido. Triunfo curto mas suficiente para conservar, no mínimo, vantagem significativa na frente da tabela classificativa. 


Na contabilidade final da Liga, lembrar-se-ão os três pontos, encobrindo-se uma exibição aos soluços. Mérito para a abnegação vila-condense, sem resultados práticos.



O F.C. Porto entrou em campo com um onze avesso a revoluções, face à segunda derrota da temporada. A Liga tem sido terreno fértil em vitórias para a formação azul e branca, uma espécie de habitat natural para uma equipa confortavelmente instalada na liderança.



O desaire na Taça de Portugal, na recepção ao Benfica, alertava os pessimistas para a possibilidade de crise no seio do Dragão. André Villas-Boas, fiel à sua mensagem, respirou fundo e apostou no mesmo. Naturalmente, sentou o infeliz Maicon para lançar Otamendi, apostando em Ruben Micael para a vaga do castigado Belluschi.



James foi para a outra margem



Com duas mudanças no onze, apenas uma por opção, o F.C. Porto entrou em campo sem deixar margem para especulações. Sereno e James mantiveram a titularidade, o extremo foi descobrir o lado direito desde o apito inicial e lançou o primeiro golo com seis minutos de jogo.



James Rodriguez foi à linha e voltou, tocou atrasado para João Moutinho e este cruzou com mestria para Varela. Este, feito ponta-de-lança de ocasião, cabeceou à goleador, sem hipóteses para Paulo Santos. Falcao e Walter, na bancada, sentiam que a pasta estava bem entregue.



Resistência abatida, anunciou-se rapidamente a goleada. A desconfiança redundou em euforia por antecipação, a viagem foi curta e precipitada, ao ritmo de uma entrada de rompante dos dragões. Por momentos, esqueceu-se o Rio Ave. Paulo Santos, com um par de boas defesas, arrefeceu os ânimos e os seus companheiros fizeram o resto.



Vila-condenses sem complexos



Vénia à equipa de Carlos Brito. Descomplexada, atrevida, fiel ao seu sistema ofensivo, acusou o tento precoce mas recuperou a pose enquanto o diabo esfrega um olho. Com Bruno Gama a aproveitar a adaptação de Sereno e Yazalde a chatear Sapunaru, seria João Tomás a lançar a maior dúvida, quando pareceu ser agarrado pelo romeno na área, ainda na etapa inicial.



O F.C. Porto ouviu alguns assobios, naquela meia-hora antes do intervalo, apenas sossegados quando Hulk decidiu aparecer para lançar uma bomba sustida a custo pelo guardião contrário. A segunda parte veio com maior domínio territorial azul e branco, embora o 2-0 continuasse a parecer algo distante para um líder incontestado.



Com 29.417 espectadores nas bancadas do Dragão, número interessante para jogo em sinal aberto, o Rio Ave pagou factura pelo esforço do tempo inicial e apresentou algum desgaste físico, recuando progressivamente no relvado. Ainda assim, ecoavam sinais de alerta, face à diferença mínima no marcador.



O Rio Ave mudou para melhor, o irmãozinho de Bruno Alves (Júlio) esteve a centímetros do empate, os azuis e brancos sem resolver até final. E assim terminou o jogo, com serviços mínimos garantidos e sensação de perigo a cada instante de aproximação do final. Ficaram três pontos na conta portista, o que mais interessa na contabilidade de André Villas-Boas.

in "maisfutebol.iol.pt"

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