quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

O FC Porto um a um


Helton 5
Foi traído pela displicência de Maicon no primeiro golo, não conseguindo impedir que Coentrão lhe desviasse a bola por baixo do corpo. No segundo, ficou a sensação de que só conseguiu ver a bola muito depois do remate de Javi Garcia e, como tal, não se conseguiu esticar o suficiente. Ainda evitou que Cardozo tornasse o resultado pior com uma enorme defesa com o pé esquerdo, tipo guarda-redes de andebol.

Sapunaru 5
Melhor a atacar do que a defender na primeira parte, porque muitas vezes teve de andar não só atrás de Gaitán como de Fábio Coentrão; e o argentino fez-lhe algumas maldades. Ainda assim, lutou até à exaustão, procurando minimizar os prejuízos. Subiu de produção após o intervalo, porque teve menos trabalho na retaguarda, surgindo ainda mais no apoio aos homens da frente e até a finalizar.

Rolando 4
Abanou quando pressionado e fartou-se de apostar nos lançamentos longos, entregando invariavelmente a bola ao Benfica, até porque elegeu Hulk como destinatário das bolas e era quase impossível ao brasileiro ganhar nas alturas a Luisão. De positivo, alguns cortes importantes.

Maicon 3
Voltou a falhar em momentos decisivos. Praticamente nada lhe saiu bem e o erro, inadmissível em alta competição, cometido logo aos 6', serviu apenas para lhe aumentar os nervos e destruir a estratégia montada por Villas-Boas. O público não lhe perdoou, pressionando-o ainda mais a cada lance disputado. Até os cortes mais simples foram feitos em esforço.

Sereno 5
A surpresa de Villas-Boas no onze, mas não foi por ele que o FC Porto perdeu. Adaptado à esquerda, cumpriu com a função que lhe foi entregue: controlar Salvio. E mesmo não tendo as características ideias para o fazer, surgiu algumas vezes no ataque, dando a profundidade que faltou a James.

Fernando 5
Exibição condicionada pela intranquilidade dos centrais, o que o obrigou a fechar ainda mais junto da área. Com isso, foi destapando zonas que seriam suas por natureza, e foi dessa forma que Javi Garcia teve espaço para rematar e fazer o segundo golo. Esteve perto de marcar nos descontos da primeira parte, mas permitiu o corte na altura em que ia atirar. Na segunda parte, foi dos que mais tentaram conduzir a bola para a frente.

Belluschi 4
Noite sem chama do argentino, incapaz de criar desequilíbrios. É verdade que teve pouca bola, mas as decisões que tomou foram quase sempre erradas. Com más entregas, permitiu algumas transições venenosas do Benfica. Nem de livre conseguiu incomodar Júlio César. Aos 37' queixou-se de uma falta de Coentrão dentro da área.

Moutinho 5
Bem melhor na segunda parte do que na primeira, mas uma exibições sem o fulgor de outras. Tentou alvejar a baliza de Júlio César um par de vezes, só que a pontaria e a força não contribuíram. Se o FC Porto não conseguiu assumir a controlo do meio-campo, tal deveu-se também à sua incapacidade para aparecer em zonas de decisão.

Varela 6
Em dia de aniversário fez os possíveis por receber a prenda ideal. Mas parecia que estava sozinho a lutar contra o mundo. Todos os lances de perigo do FC Porto saíram dos seus pés. Além de ter feito gato-sapato de Peixoto, Coentrão e companhia em alguns lances, arrancou cruzamentos - quase todos rasteiros - que os companheiros invariavelmente desperdiçaram. Trocou de lado na segunda parte, continuando a assumir o protagonismo das jogadas.

James 4
Passou quase ao lado do clássico, ou melhor, chegou um pouco atrasado, já que podia ter reequilibrado as contas aos 19', quando falhou de forma incrível o desvio a um cruzamento de Varela. Aos 37' teve finalmente um lance de registo, assumindo a condução da bola e entregando-a a Belluschi no interior da área.

Hulk 5
Começando pelo melhor: duas bombas do meio da rua, a primeira saiu perto do poste e a segunda, Júlio César defendeu como pôde. Dito de outra forma, muito pouco para aquilo a que habituou os adeptos portistas. Exagerou nos lances individuais e muitas vezes tomou a decisão errada - rematar -, quando tinha linhas de passe.

Rodriguez 4
Primeira aposta de Villas-Boas, mas foi mais coração do que razão, e o exemplo perfeito disso foi o remate despropositado aos 68', com Varela totalmente sozinho na esquerda. Nada mudou, e a verdade é que o FC Porto até foi menos perigoso depois da sua entrada.

Guarín 4
Reacção do técnico à expulsão de Coentrão. Recebeu um amarelo por protestos e terminou como avançado sem que tenha feito algo de significativo.

Rúben Micael 4
Que podia fazer em dez minutos que os companheiros não fizeram em noventa? A qualidade do passe foi notória, mas a equipa estava com os braços quase caídos.

in "ojogo.pt"

1 comentário:

dragao vila pouca disse...

Faltou tudo

E perdemos justamente.
Quando se tem uma defesa, guarda-redes incluído, de papel, um meio-campo trapalhão, disperso, mal organizado, lento a pensar e a executar - salvou-se Moutinho - e um ataque inexistente, é óbvio que não se pode ganhar. Se a isso tudo juntarmos a oferta de dois golos, então, é derrota pela certa. Foi isto, mais coisa menos coisa, o que aconteceu esta noite no Dragão, embora e no que diz respeito, principalmente aos centrais, nada do que aconteceu esta noite se possa considerar uma surpresa: já tinha dito e por várias vezes, que os nossos jogadores do centro da defesa, quando pressionados, parecem baratas tontas e até fui mais longe, aconselhei-os, sobre pressão, a mandarem para a bancada.

Mas foi só isso, há mais e é preciso dizê-lo, que foi uma noite de opções muito discutíveis e não me refiro â opção de Sereno a lateral-esquerdo. Não, não foi por aí que o gato foi às filhoses, mas a Walter, único avançado-centro, nem no banco ter estado, o que levou à entrada de dois médios e refiro-me também ao facto de, mesmo a perdermos por dois a zero, termos mantido os quatro defesas por demasiado tempo, sabendo-se que quer Sereno, porque não é lateral e muito menos esquerdino e Sapunaru porque não tem essas características, não serem capazes de dar profundidade. Porquê André, que medos te tolheram as ideias? Perdido por dois, perdido por três! Porque não arriscar, pelo menos a partir do momento que o clube do regime ficou a jogar com dez, numa solução de três defesas: Sapunaru, Rolando e Maicon, depois Fernando, com Micael, Guarín e Moutinho, no apoio a Varela na direita, Hulk no meio e C.Rodríguez na esquerda? Não digo isto agora, disse-o no estádio e a partir do momento que Coentrão foi expulso.

Enfim, faltou tudo, nesta noite para lembrar e não repetir.

Não vou fazer análises individuais. Tinha de ser contundente com alguns e não quero. Prefiro dzier que o que não tem remédio, a pobre exibição, remediado está e o meu pensamento já está virado para o campeonato. Aí, espero que o F.C.Porto, como grande equipa que é - não é uma derrota que apaga tudo o que de bom foi feito até aqui -, não se deixe afectar e já no domingo dê uma resposta à altura das circunstâncias.

Notas finais: teoricamente estamos fora do Jamor... Mas, como a segunda-mão é só daqui a mais de setenta dias, muita água ainda vai passar por baixo das pontes...
Quando se joga tão mal, mesmo que tenhamos razões de queixa do árbitro, não devemos ir por esse caminho.

Nós não somos calimeros, muito menos pobres de espírito como os adeptos dos vermelhos e a pior coisa que podiamos fazer era agarrar-nos a desculpas esfarrapadas. Mas faço uma pergunta: só os jogadores do F.C.Porto que vão festejar junto e agarrados aos adeptos, é que levam cartão amarelo?
Perdemos bem e ponto final!

PS - Hoje, no fim do jogo, os adeptos do F.C.Porto deram uma grande lição a todos, alguns responsáveis portistas, incluídos, ao aplaudirem a sua equipa, que tinha perdido em casa e frente ao inimigo principal.
No domingo lá estaremos para festejarmos o regresso às vitórias e a continuidade no caminho que nos levará à conquista do principal objectivo da época, o campeonato, agora designado de Liga Zon Sagres.

Um abraço