quarta-feira, 15 de junho de 2011

Sem Fernando abre-se a porta ao trinco desejado

A concretizar-se a saída de Fernando, o que, nesta altura, é uma forte possibilidade dadas as movimentações de mercado nesse sentido, o FC Porto pode alterar significativamente a forma de jogar. O modelo táctico será, ao que tudo indica, o mesmo, mas com um trinco com capacidades distintas das do brasileiro. A ideia de André Villas-Boas é ter um jogador na posição seis capaz não só de defender, mas sobretudo de atacar. E neste capítulo tem que ter visão de jogo e que seja um jogador forte no passe, de maneira a actuar de uma forma vertical, ou seja, para a frente.
E se Fernando efectivamente sair, nem é certo que o FC Porto tenha de ir ao mercado. A solução, de acordo com a estratégia do treinador, pode estar em Guarín. Na última época, o colombiano desempenhou a função de trinco com mestria e preencheu todos os requisitos pedidos por André Villas-Boas. Como se pode ler no excerto publicado neste texto, retirado das crónicas de Villas-Boas para O JOGO quando ainda trabalhava com José Mourinho, a concepção que tem do trinco é diferente da opinião clássica. Conseguir pensar o jogo a partir de uma posição recuada é essencial, aliando essa vertente às responsabilidades naturais de um trinco, isto é, ser capaz de garantir a tranquilidade defensiva da equipa.
Essa concepção de André Villas-Boas levou a que Fernando procurasse alterar a forma de jogar durante a última temporada. O brasileiro não se limitou a bloquear o adversário e assumiu muitas vezes o papel de primeiro médio organizador de jogo, com passes e incursões ofensivas.
No final da época foi o próprio Fernando que abriu a porta de saída, dizendo que tinha ganho tudo no clube e que desejava experimentar outros desafios ao fim de três épocas na equipa portista. O nome do médio tem animado o defeso, com ligações constantes a clubes como a Juventus, Roma, Inter e Lyon, se bem que nenhum deles pareça disposto a pagar o preço etiquetado pela cláusula de rescisão: 30 milhões de euros. Tecnicamente falando, certo é que o FC Porto não vê a saída de Fernando como um problema, mas sim como a "desculpa" para implantar um estilo de jogo diferente.

in "ojogo.pt"

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