domingo, 28 de agosto de 2011

Aplausos ao "monólogo táctico"


Ainda que as vitórias morais sejam dispensáveis, a verdade é que Vítor Pereira tem motivos para afixar os jornais no balneário portista: não faltaram elogios, parte substancial dos quais recolhidos em Espanha e até, imagine-se, em Barcelona. A pressão alta que baralhou os catalães surpreendeu os espanhóis. O "El Pais" chama-lhe "monólogo táctico" que baralhou o Barça. O "Sport" diz que o FC Porto "jogou de igual para igual". A conclusão mais evidente que se retira da Supertaça Europeia é que o FC Porto está melhor do que se chegou a pintar. Mesmo sem Falcao, Álvaro Pereira ou James, a equipa mantém-se competitiva. Há, ainda assim, necessidades que parecem evidentes: encontrar uma alternativa a Kléber,por exemplo. Estabilizar comportamentos colectivos é o desafio que se segue, mas é necessário que o mercado feche e o plantel fique definitivamente imune a cobiças.

Para já, sobra a certeza de um esboço promissor que não passou despercebido à Europa. As queixas sobre a arbitragem também encontraram eco na imprensa espanhola. A "Marca" regista "um penálti claro" não assinalado, e até sublinha esse facto na primeira página. Em Barcelona foi ainda registado o facto de os portistas terem aplaudido o Barcelona a receber o troféu. Um gesto de campeões, escreveu-se.

Rescaldo em quatro actos

> A surpresa

A titularidade de Cristian Rodríguez não estava nos planos nem dos maiores fãs do uruguaio. Dado como dispensado, o Cebola não só foi repescado como entrou directamente no onze no habitual lugar de Varela, em subrendimento neste início de época. A opção teve também a ver com questões posicionais, uma vez que Rodríguez fecha melhor o meio do que o português. O jogo não lhe correu de feição, mas à partida o FC Porto pode ter ganho um reforço.

> A confirmação

Souza é o titular, Fernando o suplente. Ainda que a mudança em relação a 2010/11 tenha tido a ver com questões psicológicas que afectaram Fernando. Nesta fase o lado técnico-táctico já começa a pender para Souza, em crescendo evidente desde a pré-época, e no Mónaco, com uma exibição muito consistente que lhe garante desde já a permanência no onze. Vítor Pereira arriscou e ganhou. Souza não jogava com Villas-Boas, mas agora começa a ser figura.

> A evidência

Kléber pode ser uma referência no futuro, tem valor para o imediato, mas o FC Porto não pode ser refém de um só avançado. Ainda sem marcar em jogos oficiais (e já lá vão quatro) falhou no maior teste da época e nunca conseguiu criar perigo, também porque o jogo foi escasso em solicitações. Como Walter não é opção, os dragões procuram um reforço para o sector. Já se falava disso antes e depois de tamanha evidência passa a ser urgente... até quarta-feira.

> A incógnita

A história do jogo fica ligada a Guarín e ainda que o colombiano se tenha esforçado bastante e sofrido um penálti, na retina ficam o mau atraso para Messi inaugurar e a expulsão no final do jogo. Este Guarín está muito longe do que encantou na época passada e os motivos do apagão não são claros. Pode ser por estar atrasado na preparação, ou desconcentrado por tantas vezes ouvir o seu nome associado a outros clubes e a contratos mais chorudos.

Imprensa

SPORT.es

O FC Porto demonstrou porque é o vencedor da Liga Europa e jogou de igual para igual, de forma atrevida e valente. E o seu posicionamento e pressão atrapalharam um Barcelona, que começou mal e a quem custou a assentar. Em apenas 10 minutos, Hulk, em duas ocasiões, e Moutinho, estiveram quase a bater Valdés.

MUNDO Desportivo2005

O Barcelona começou muito pressionado pelos avançados do FC Porto, que tratavam de asfixiar a saída de bola blaugrana.

MARCA.COM

O FC Porto complicou a vida ao Barcelona, que se apagou até que apareceu Leo [Messi] com um dragão chamado Guarín como aliado. Os de Vítor Pereira apertaram o Barça muito acima e o Barça não foi o Barça. A saída de bola quase não existiu. O FC Porto deitou fogo da boca, mas foi-se apagando com o passar dos minutos.

EL PAIS

Ao Barcelona custou entrar no jogo do FC Porto, com um plantel muito bem trabalhado e organizado, valente e intimidador com a sua linha de três avançados. A bola não chegava aos médios interiores do Barcelona e Messi aparecia desconectado, de maneira que a partida foi durante um bom bocado um monólogo táctico do FC Porto. Os dragões apertavam muito em cima, faziam faltas tácticas e sucediam-se cantos e foras diante do olhar de Valdés. Os portugueses foram tão genuínos que se suicidaram numa jogada típica das equipas incapazes de despachar bolas.

MUNDODESPORTIVO.ES

Vítor Pereira, discípulo de Villas-Boas, tinha avisado das intenções do seu 4-3-3. Adiantou a defesa 40 metros, sincronizou a pressão e durante meia hora reduziu à mínima expressão o esplendor azul-grená.

in "ojogo.pt"

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