sábado, 27 de agosto de 2011

O FC Porto um a um


A ESTRELA: Otamendi 7

Um mestre a ler o jogo com uma entrega do tamanho do mundo

Enorme exibição: leu como ninguém o jogo, acertando praticamente todos os timings nas antecipações e nos movimentos para a frente para deixar os avançados do Barça em fora-de-jogo - e foram oito no total os arrancados ao adversário. Foi agressivo quanto baste na disputa de lances, obrigou ao erro no passe e fartou-se de ganhar lances: de cabeça ou sobre a relva. E ainda tentou conduzir alguns ataques ao perceber que os médios estavam sem linhas de passe. Aos 73', fez um passe longo à procura de Hulk, deixando a defesa contrário em polvorosa. Ninguém merecia a "traição" de Guarín no primeiro golo, mas ele muito menos.

O FC Porto um a um

Otamendi só não aguentou a traição

Helton 6
Quem diria que só teria de usar as luvas aos 29' num jogo com o Barcelona? Mas foi verdade. Pouco depois, desviou um remate de longe de Xavi para a seguir tentar, sem sucesso, remediar a infantilidade de Guarín, mas foi impotente perante a finta de Messi e não teve outro remédio do que ir buscar a bola ao fundo das redes. Nada podia fazer no segundo golo, mas ainda evitou o descalabro com duas enormes intervenções: aos 60' saiu dos postes e roubou a bola quando Pedro Rodríguez se preparava para marcar; aos 92' mergulhou num remate frontal de Iniesta.

Sapunaru 6
Concentradíssimo, obrigou Villa a procurar outras zonas do terreno para ter bola. Fantástico corte no chão aos 35' impedindo que um cruzamento chegasse a um isolado Messi. Um senão: abusou das faltas, sobretudo na segunda parte quando as pernas começaram a pesar mais. E, talvez por isso, foi incapaz de acompanhar o movimento de Fàbregas no lance do 2-0.

Rolando 5
Aos 12' não deu um milímetro a Messi, cortando-lhe o desvio para a baliza a escassos metros de Helton. Foi o início de uma ligação que acabou mal para o central portista, expulso pelo astro argentino. Primeiro, agarrou-o à saída do meio-campo para evitar um contra-ataque; depois, travou-o em falta quando o argentino lhe surgiu no um para um, preparando-se para se isolar. De resto, até esteve certinho.

Fucile 5
Conseguiu controlar bem as investidas de Pedro Rodríguez, mas sentiu mais dificuldades quando era a vez de Daniel Alves dar profundidade ao jogo. Foram tímidas as saídas para o ataque porque terá percebido que o compatriota Rodríguez não estava nos seus dias e porque não queria desequilibrar a equipa nas transições dos catalães. No início da segunda parte "perdeu o respeito" ao adversário e foi até ao ataque descobrir Kléber na área, num lance em que João Moutinho quase marcou.

Souza 7
Se tivesse mais controlo emocional na altura de libertar a bola teria feito um jogo fantástico, quase perfeito, e que só terminou mais cedo porque já aguentava mais fisicamente. A defender esteve simplesmente impecável e todos sabem o quão difícil é seguir as movimentações do "tiki-taka" dos catalães. Souza ocorreu a todo o lado como um autêntico… polvo. Ora antecipava-se a Messi, ora cobria as rotações de Iniesta ou roubava a bola a Xavi.

Guarín 2
Noite para esquecer. O colombiano traiu a equipa ao assistir Messi para o primeiro golo, um lance que abalou uma equipa que até aí estava a controlar o super-Barça. Como um mal nunca vem só, perdeu a cabeça e agrediu Mascherano sem bola, deixando a equipa com nove elementos, mesmo que perto do fim. De positivo, uma bomba do meio da rua que Valdês desviou com dificuldade e uma grande penalidade que lhe terá sido negada por Bjorn Kuipers, por falta de Abidal.

João Moutinho 6
Foi o primeiro a mostrar ao Barcelona que o FC Porto estava no Mónaco para discutir o resultado: sem pedir licença, rematou cruzado sobre a esquerda da área e obrigou Valdés a esticar-se todo para desviar a bola. Seria um golo espectacular. Insistiu e, aos 52', voltou a tentar, de novo com o guarda-redes a negar o golo.

Hulk 5
Jogo ingrato para o brasileiro. Era o centro das as atenções no FC Porto e foi sobre os seus ombros que recaiu a responsabilidade de colocar o Barcelona em sentido. Tentou, mas não conseguiu, porque teve sempre dois adversários em cima. Aos 12' teve o seu momento num slalom entre três adversários que culminou com um remate perigoso. Tentou mais duas vezes, de livre directo, mas optou - mal - por rematar em jeito.

Rodríguez 4
Terá beneficiado do menor rendimento de Varela nos jogos anteriores para surgir como grande surpresa de Vítor Pereira neste encontro. O objectivo principal seria travar as subidas de Daniel Alves e usá-lo para pressionar alto. Tirando uma ou outra insistência, já na segunda parte, não conseguiu disfarçar a lentidão. Saiu aos 68' por duas razões: não tinha pernas para mais - fez os primeiros minutos da época - e porque não estava particularmente inspirado.

Kléber 4
Ainda está verde para estas andanças. Esteve em campo 77 minutos sem que tenha efectuado qualquer remate à baliza do Barcelona. Ora, para um avançado este é um cartão de visita, sobretudo com a Europa de olhos postos no Mónaco, pouco abonatório, mas o brasileiro tem fortes atenuantes: para poder finalizar a bola tem que lhe chegar e praticamente só teve hipóteses de lhe tocar de costas para a baliza. E nestes movimentos, esteve bem: aos 52', serviu de bandeja João Moutinho.

Varela 3
Primeira aposta de Vítor Pereira para refrescar a equipa, mas em pouco mais de 20 minutos em campo quase não se deu por ele.

Fernando 4
Foi chamado ao relvado porque Souza já não tinha pernas. Tentou fazer o mesmo que o compatriota: controlar os movimentos ofensivos do Barcelona, mas entrou numa altura em que a sua equipa já jogava mais com o coração, não conseguindo ter a influência que seria de esperar.

Belluschi 4
A bola poucas vezes lhe chegou aos pés. A ideia da sua entrada era acrescentar alguma velocidade na circulação, mas não resultou.

in "ojogo.pt"

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