Reportagem-Maisfutebol sobre o outro lado na vida do médio do F.C. Porto. Uma viagem dos céus aos bastidores da F1, com passagem pela boda do próprio casamento
A Red Bull dá asas a tudo aquilo que Defour pede. Não é um patrocínio, é «mais do que isso», segundo sabe o Maisfutebol através do departamento de marketing da companhia austríaca.
«O Steven começou a destacar-se na Bélgica, muito novo, e os contactos começaram. Ele adora adrenalina, experimentar novas aventuras e esta parceria permite-lhe isso.» Costa Mbisdikis, sogro de Defour, não podia estar mais certo. Adrenalina, emoção, experiências únicas.
Há dois anos e meio, Steven Defour recuperava de uma grave lesão, andava deprimido, em baixo. Pois bem, nada melhor do que uma surpresa das grandes. A Red Bull leva-o a Salzburgo, oferece-lhe uma louca experiência de voo e ainda uma ida a um jogo do campeonato austríaco.
Há mais, muito mais. Defour dá a cara, usa os produtos do touro vermelho e a atracção é recíproca. Com Logan Bailly, guarda-redes da selecção belga e ex-colega no Genk, o médio do F.C. Porto vive outro momento único: jogar futebol na fábrica de cristais de Val Saint Lambert. Rodeado de peças valiosíssimas.
Logan Bailly explica-nos o desvario. «A palavra-chave é experimentar. Eu e o Steven sempre nos demos bem, gostamos de desafios e sentimo-nos uns privilegiados por ter o apoio de uma instituição como a Red Bull. Eu cresci muito perto dessa fábrica onde estivemos. Foi absolutamente incrível.»
O próprio serviço do casamento de Steven Defour tem o apoio da marca. Mais tarde surge o convite para o atleta ser membro de um júri numa prova de street style, a possibilidade de ser o rosto de um vídeo jogo, a presença no Grande Prémio da Bélgica de Fórmula Um, enfim, instantes inacessíveis à grande parte do comum mortal.
De acordo com informações recolhidas, a marca austríaca vale cinco biliões de euros por ano. No entender dos seus responsáveis, Steven Defour é um filão a explorar e a manter no futuro. O F.C. Porto terá precisamente o mesmo ponto de vista.
Steven Defour: paciência belga no carrossel mágico
Os dias de felicidade do médio na cidade do Porto depois de um passado de privações: aos nove anos já dormia fora de casa. Reportagem-Maisfutebol
A figura do belga embeleza o carrossel mágico idealizado por Vitor Pereira. Confortável em qualquer uma das funções previstas na zona intermediária, Defour pode, de resto, ajudar a eliminar a figura do trinco/médio defensivo. Pelo menos em parte dos jogos a realizar no Estádio do Dragão para o campeonato.
Nasce uma relação prometedora, harmoniosa, entre clube e jogador. Aos 23 anos, Defour está preparado para um compromisso de «longa duração». «É um homem feliz no Porto. A equipa ganha, o valor dele é reconhecido e tenho a certeza que será assim muitos anos», diz ao Maisfutebol Costa Mbisdikis, sogro de Defour e seu antigo treinador no Genk.
«Ele diz-me que no F.C. Porto se pode concentrar exclusivamente no jogo. Não tem preocupações de outro tipo. Isso faz toda a diferença», acrescenta.
«Era um excelente número dez nas camadas jovens. Foi para o Standard e tornou-se um seis muito competitivo. Tinha qualquer coisa que o diferenciava. Colocava o coração em todas as acções, corria, corria, corria e tratava a bola com uma delicadeza própria dos latinos. Talvez tivesse a ver com os sacrifícios familiares que fazia.»
Steven Defour habitua-se a desenrascar sozinho desde muito cedo. Quando troca o familiar Zennester Hombeek pelo Malines, aos nove anos, passa a dormir fora de casa. Tudo em nome da ambição.
«Sempre sonhou com o estrelato no futebol. Era um menino e dormia nas instalações do clube. Ia a casa dos pais uma vez por semana só. Foi para o Genk com 14 anos e passou a partilhar um apartamento com quatro colegas de equipa. Estas privações ensinaram-no a ser paciente, a esperar, a saber sofrer», conta Costa Mbisdikis.
É este tipo de jogador que Rolão Preto conhece no Standard Liège. O assistente de Laszlo Boloni, agora no PAOK, trabalha entre 2008 e 2010 com Defour. «Era determinante na nossa estratégia. Possui uma inteligência táctica fabulosa e é um excelente recuperador de bolas, incansável. Tinha uma influência igualmente decisiva a defender e a atacar, pois tecnicamente é muito evoluído.»
Na temporada 2006/07, Areias partilha o balneário com Defour em Liège. As memórias são frescas. «Não falhava um passe. Isso era o que mais impressionava. Quando soube que o Rúben Micael ia sair e que vinha o Steven, pensei logo que o F.C. Porto acertara em cheio», sublinha o antigo lateral esquerdo dos dragões.
O currículo certifica a qualidade de Steven Defour. Aos 16 anos estreia-se na primeira divisão belga, aos 18 chega à selecção A da Bélgica, aos 19 torna-se capitão do Standard e conquista a Bota de Ouro [prémio para o melhor jogador do campeonato]. Como se explica esta precoce afirmação, esta capacidade de antecipar prazos e rasgar convenções?
«Tem qualidade e inteligência acima da média», explica Costa Mbisdikis. «É uma pessoa tranquila. Quando o conheci era mesmo silencioso, recatado, agora já se abre mais. Pensa muito no futebol e isso é decisivo.»
«Era um dos capitães e reunia com a equipa técnica. Sabia bem o que queria. Sem ser uma pessoa exuberante, comunicava com facilidade», acrescenta Rolão Preto. Areias concorda. «Não é fácil conquistá-lo. Quando gosta de alguém, torna-se muito afável. Viu-me no Dragão, durante o jogo com o Gil Vicente, e fez-me uma grande festa.»
Steven Defour: de Judas a salvador num Verão quente
A polémica transferência do Genk para o Standard encheu páginas e páginas de jornais. O médio tinha 18 anos. «Foi terrível para ele.» Reportagem-Maisfutebol
«O importante é que ele agora está bem. Mas é verdade, sim. Esse período foi terrível para ele», confirma o sogro Costa Mbisdikis, ao Maisfutebol. Um jornal de Genk incendeia os ânimos, leva uma fotografia de Steven à primeira página e ilustra-se com a acusação mais forte: Judas!
Areias conhece-o pouco depois, já no Standard. «Ele fez uma grande época, mesmo depois desses problemas. Há uma grande rivalidade entre os dois clubes e a transferência dele não foi bem aceite. Em todos os países acontecem situações dessas.»
No Genk jogava Logan Bailly, um dos melhores amigos de Steven Defour no futebol. «Entendo a decisão dele. Queria ir para um clube maior, não o deixavam e as posições extremaram-se. Ele até podia ter saído antes, para o Ajax, mas houve uma complicação. É um tremendo jogador e um rapaz excelente.»
O reencontro não deixa gratas recordações ao actual jogador do F.C. Porto. Steven Defour faz questão de apontar uma grande penalidade, mas a bola bate no poste direito da baliza do Genk. A imagem corre mundo, principalmente pela reacção do guarda-redes Sinan Bolat. O vídeo colocado no final da peça retrata esse instante.
O tempo tudo cura, atenua a insatisfação nos dois lados da barricada e Defour crava o nome no mapa dos principais futebolistas do país. A partir de 2006 até hoje, soma 30 internacionalizações na selecção A e um golo. De Judas no Genk passa a salvador no Standard.
in "maisfutebol.iol.pt"
1 comentário:
Este Defour vai dar muito que falar ...
Entrevista exclusiva com Maykon , jogador que representa no Leiria ,e já passou por Paços de Ferreira e Belenenses. O Brasileiro conta tudo : A mudança para o Leria , balaço que faz das 2 epocas no Paços , objectivos para este epoca entre outras exclusivas perguntas !
A não perder em
http://contra-ataque1.blogspot.com/
Abraço
Enviar um comentário